Ex-candidato Renan Finnellon foi preso sob acusação de extorsão em Casimiro de AbreuFoto: Reprodução

Casimiro de Abreu - O ex-candidato a prefeito de Casimiro de Abreu, Renan Rocha de Assis, conhecido como Renan Finnellon (PSB), foi preso na segunda-feira (10) pela Polícia Civil sob acusação de liderar um esquema de extorsão contra empresários e políticos locais. Segundo as investigações, ele usava as redes sociais para publicar conteúdos difamatórios e, em seguida, exigia pagamentos para retirar as postagens do ar.
A operação que levou à prisão de Finnellon começou após a detenção de seu suposto intermediário, Francirlei Cardoso dos Santos, conhecido como Lelei Fita (PL), ex-candidato a vereador em Silva Jardim. No dia 25 de fevereiro, Lelei foi preso em flagrante ao receber dinheiro de uma vítima. Com a apreensão de seu celular, a polícia teve acesso a mensagens e provas que confirmaram a participação de Finnellon no esquema.
De acordo com a investigação, Renan Finnellon utilizava páginas no Facebook e Instagram para divulgar ataques contra empresários e políticos da região. As publicações, que continham acusações sem provas e mensagens difamatórias, serviam como ferramenta de pressão para obrigar as vítimas a pagar para que os conteúdos fossem removidos.
As apurações indicam que Finnellon estruturou um esquema de chantagem dividido em duas fases. Primeiro, ele recebia pagamentos de empresários para difamar concorrentes e adversários políticos. Depois, por meio de um intermediário, exigia dinheiro das próprias vítimas para encerrar os ataques virtuais. O esquema teria movimentado quantias significativas, o que chamou a atenção da polícia.
Além das acusações de extorsão, Renan Finnellon já possuía antecedentes criminais. Sua candidatura à prefeitura de Casimiro de Abreu nas eleições de 2024 foi barrada pela Lei da Ficha Limpa devido a uma condenação anterior por associação ao tráfico de drogas. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) considerou sua candidatura "inapta" após decisão da desembargadora Kátia Valverde Junqueira, que acatou o pedido de impugnação do Ministério Público Eleitoral (MPE).
A condenação que impediu Finnellon de concorrer se refere a uma sentença de três anos e quatro meses de prisão por colaborar como informante para traficantes da cidade. Apesar de sua defesa alegar que o caso ainda cabia recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o TRE-RJ manteve o indeferimento de sua candidatura.
Enquanto isso, seu cúmplice no esquema de extorsão, Lelei Fita, conseguiu concorrer ao cargo de vereador em Silva Jardim, recebendo 112 votos nas urnas. No entanto, sua prisão no Carnaval revelou o funcionamento da rede de chantagens que culminou na captura de Finnellon.
A equipe de reportagem do jornal O DIA tentou contato com Renan Finnellon para obter sua versão dos fatos, mas seu telefone estava desligado. A matéria segue em atualização.