O influencer é dono da plataforma de apostas JonBetReprodução/Instagram
Investigado, Jon Vlogs falta à CPI das Bets e será obrigado a depor
A ausência do influenciador fez com que os senadores aprovassem uma ordem de condução coercitiva
O depoimento do influenciador digital Jon Vlogs na CPI das Bets estava marcado para esta terça-feira (27), mas ele não compareceu sob a justificativa de que está fora do país. O criador de conteúdo falaria sob condição de testemunha, e os senadores responsáveis pela investigação acabaram se irritando com a ausência. Por conta disso, eles aprovaram uma condução coercitiva, e o vlogueiro será obrigado a comparecer à reunião, mesmo contra a própria vontade.
Ao comentar a ausência de Jon, o senador Dr. Hiran (Progressistas-RR), presidente da CPI, não poupou palavras para criticar a escolha do famoso da web. "A falha em não comparecer é um ato de desprezo com essa comissão, o povo brasileiro e as famílias devastadas pelas operações descontroladas das plataformas de apostas. Reprovamos esse comportamento com a máxima severidade. Determinarei a adoção de medidas apropriadas à Advocacia do Senado, incluindo uma possível condução coercitiva”, disse ele. A medida foi aprovada pouco tempo depois.
Com mais de 16 milhões de seguidores nas redes sociais, o influenciador é responsável por desenvolver sua própria plataforma de apostas, a Jonbet, e, por isso, está sendo investigado pela Comissão. No pedido protocolado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, a atuação de Jon tem “relevância” no setor de apostas online, uma vez que consegue atrair um grande público para a plataforma e também liderou uma campanha considerada “massiva” de divulgação de outra casa de jogos de azar.
“A presença é crucial para esclarecer a responsabilidade dos influenciadores digitais na criação e promoção de plataformas de apostas, bem como para investigar os potenciais conflitos éticos envolvidos nessas práticas”, declarou a delatora durante a reunião.
A condução coercitiva é um recurso previsto em lei que autoriza levar alguém, mesmo sem seu consentimento, até uma autoridade policial ou judicial para prestar esclarecimentos ou ser ouvido formalmente. Essa ação é adotada quando o indivíduo não atende a uma convocação oficial sem apresentar uma razão aceitável.

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