Luarlindo Ernesto, repórter do Jornal O DIA.Arquivo O DIA
Muitos anos se passaram desde que vi, pela primeira vez, o então desconhecido Erasmo Carlos. Foi em 1961. Ele e alguns da turma dele, incluindo um Tião, que poderia ser o futuro Tim Maia, e mais um ou dois, ou três rapazes que frequentavam a porta do Divino Bar, ali na Rua Haddock Lobo, ao lado então do Cine Madri, na esquina da Rua do Matoso.
Não lembro muito bem do Roberto Carlos nesta ocasião. Estou em dúvida há 61 anos. Era ele? Pode ser. Eu estava com 17 anos de idade, trabalhava no horário da madrugada no jornal 'Ultima Hora', ali bem pertinho da Praça da Bandeira. E morava por lá, também. Vez por outra, dava uma esticada até o cinema e, claro, ao bar. Eu e minha turma. O Carlinho Veloso, Niltinho, Mangueira, não lembro se Carlinhos Melô também vinha no "bonde". O divertimento de nossa turma era ver o filme e beber uns chopes no bar,
o Divino, ao lado. Isto que é nome de bar. E o endinheirado era eu.
o Divino, ao lado. Isto que é nome de bar. E o endinheirado era eu.
Não importava a "menoridade de alguns". Estudava piano clássico e acordeão. De fato, sempre gostei de música. Portanto, quando escutava aqueles rapazes cantando na calçada, era normal me aproximar. Mas só ouvia música diferente, parecendo rock. Não era a minha praia, na época. Mas era música.
Nesta ocasião, já lancei um alô, cheio de intimidades. E, assim, nos encontrávamos vez ou outra. No meio da hora de pagar a conta, acredito que paguei, pelo menos uma ou duas vezes, a dos mais novos amigos "desconhecidos". No ano seguinte, fui obrigado a me apresentar no Exército. Parei de frequentar o Divino. E deixei de encontrar a rapaziada.
O Cine Madri acabou pouco depois. O bar ainda funcionou por vários anos. Só que mudou de dono e característica original. Sempre que eu passava por lá vinha a lembrança da minha turma e a dos cantores de rock. Eu tenho vaga lembrança da última vez que fui
ao bar. Acho que foi quando o Elevado Paulo de Frontin desabou, em novembro de 1971. Nesta ocasião, eu tinha um apartamento
cedido por um amigo, ali do lado do trecho que caiu, na Rua Caruso.
O Cine Madri acabou pouco depois. O bar ainda funcionou por vários anos. Só que mudou de dono e característica original. Sempre que eu passava por lá vinha a lembrança da minha turma e a dos cantores de rock. Eu tenho vaga lembrança da última vez que fui
ao bar. Acho que foi quando o Elevado Paulo de Frontin desabou, em novembro de 1971. Nesta ocasião, eu tinha um apartamento
cedido por um amigo, ali do lado do trecho que caiu, na Rua Caruso.
Fui o primeiro jornalista a chegar no local do desastre. Não tenho certeza se passei no bar. Foi muita desgraça naquela ocasião. Mas, lembrei do Erasmo, aquele cara grandão, que não era cabeludo, de voz macia. Somente via os "desconhecidos" na televisão ou
escutava a rapaziada cantando nas rádios. A Vanderléia veio muito depois desta época do Divino.
Deixa explicar o porquê lembrei do apartamento ali da Rua Caruso. Como poucos tinha móveis, somente cama, geladeira e fogão, resolvi decorar o ambiente com pôsteres de filmes nacionais, tipo "O enterro da cafetina", e fotos dos artistas da época. Todos os cômodos estavam com as mais badaladas figuras do rádio e TV do momento. E Erasmo, Roberto, Tim, agora a Vanderléia, estavam presentes.
escutava a rapaziada cantando nas rádios. A Vanderléia veio muito depois desta época do Divino.
Deixa explicar o porquê lembrei do apartamento ali da Rua Caruso. Como poucos tinha móveis, somente cama, geladeira e fogão, resolvi decorar o ambiente com pôsteres de filmes nacionais, tipo "O enterro da cafetina", e fotos dos artistas da época. Todos os cômodos estavam com as mais badaladas figuras do rádio e TV do momento. E Erasmo, Roberto, Tim, agora a Vanderléia, estavam presentes.
O melhor de tudo é que, fui trabalhar na revista Amiga, dos Bloch Editores, em meados dos anos 1970. Pronto. Eis o reencontro com aquela rapaziada de dez ou mais anos atrás. Entenderam a volta que o mundo dá ? Não é para ficar sempre pensando nas estrelas da época? Vi, praticamente, a ascensão desta turma.
Pessoalmente, no programa do Chacrinha, era mais que certo vê-los ao vivo e a cores. Esta semana, entretanto, escolhendo um tema para escrever, fui surpreendido com a notícia da morte do Tremendão. Joguei fora a Histórias do Luar que acabara de escrever. Resolvi abrir o coração e lembrar do Erasmo e sua turma que mexeram com a música no Brasil - e no exterior - e que embalou a turma com a Jovem Guarda. Triste notícia. Vai com Deus, Tremendão. Alegre o Céu com suas músicas e sua voz macia e afinada. A
gente se encontra qualquer dia desses.
gente se encontra qualquer dia desses.
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