Prefeito de Niterói, Axel GraelDivulgação Ascom PMN - Foto: Flávia Abranches

Nos 450 anos de Niterói, o prefeito Axel Grael listou para o Informe do Dia três metas para seu governo: "ampliar a justiça social com programas como a Moeda Arariboia, avançar na mobilidade e construir uma cidade cada vez mais sustentável para nossa população". Axel também se posicionou sobre a acusação da oposição de que sua gestão promove "cabide de emprego". Segundo ele, "o número de órgãos é totalmente compatível com a capilaridade da Prefeitura". Axel falou ainda sobre segurança e mobilidade.
O DIA: Niterói completa 450 anos de existência. Quais são os principais problemas da cidade?
AXEL: Governar é uma corrida sem linha de chegada. Há 10 anos, quando o então prefeito Rodrigo Neves assumiu e eu era vice-prefeito, tínhamos desafios enormes como as contas públicas, Saúde, Educação e áreas de risco de deslizamento na cidade, que ainda estava traumatizada pelo Bumba. Sob comando do Rodrigo nos primeiros 8 anos e agora comigo, ajustamos as contas, somos referência de gestão para o país, investimos mais de R$ 500 milhões em contenção de encostas e iniciamos e entregamos diversas outras obras. Muitas vidas foram salvas na pandemia. Agora, nos 450 anos de Niterói, temos uma nova cidade. Se eu pudesse listar três metas nossas, seriam: ampliar a justiça social com programas como a Moeda Arariboia, avançar na mobilidade e construir uma cidade cada vez mais sustentável para nossa população.
Do que trata o programa de investimentos na reurbanização do Centro e Zonas Norte e Oceânica?
Temos grandes obras em andamento que vão elevar ainda mais o nível de qualidade de vida nessas regiões. Da urbanização de comunidades da Zona Norte ao Parque Orla Piratininga, na Região Oceânica, o maior projeto em desenvolvimento no Brasil a utilizar técnicas de Soluções baseadas na Natureza para dar uma nova qualidade para a Lagoa de Piratininga, além de oferecer à população uma grande área de lazer. O aspecto social do POP também merece destaque, já que vai reforçar o pertencimento da população local. O parque tem equipamentos de lazer, recreação, contemplação, cultura e educação ambiental. Serão píeres de contemplação, 9 km de ciclovia, 17 praças, 2 mirantes e um centro ecocultural voltado para educação ambiental. Já o Centro está passando por uma grande reformulação e vai ter uma cara nova, com mobilidade aprimorada, nos 450 anos da cidade. Agora em julho, vamos ampliar todo o sistema de drenagem da Avenida Silvio Picanço, em Charitas. É uma área que historicamente sofre com alagamentos nas grandes chuvas e que vamos resolver.
A oposição acusa a sua gestão de promover "cabide de emprego" na máquina pública municipal. É dito que os cargos estão concentrados nas secretarias executiva (322) e de governo (196). Qual a sua resposta?
A Prefeitura de Niterói tem centenas de ações, obras e iniciativas em andamento e é necessário o contato direto com a população. Ambas as secretarias concentram diversos órgãos que atuam diretamente na ponta, junto ao niteroiense. Na Secretaria Executiva estão alocadas as coordenadorias. Sob a Secretaria de Governo estão as administrações regionais e os representantes da prefeitura junto aos bairros, regiões e comunidades. Eles são responsáveis por fazer a ponte entre as demandas da população e as políticas públicas em andamento. O número de órgãos é totalmente compatível com a capilaridade da Prefeitura.
Qual o balanço que o senhor faz da Moeda Social Arariboia? Como funciona isso?
Trata-se de um dos maiores programas de transferência de renda do País. Tínhamos 31 mil famílias cadastradas e acabamos de ampliar este número para 37 mil. Significa que os beneficiados podem receber até 823 Arariboias (1 Araribóia equivale a 1 Real) para uma família de seis pessoas, no valor já corrigido após aprovação da Câmara Municipal de uma mensagem da Prefeitura. A moeda social pode ser trocada por produtos em mais de 5 mil estabelecimentos comerciais da cidade, como supermercados ou comércio local. As moedas sociais cumprem um papel fundamental no desenvolvimento das comunidades já que permitem a criação de um mercado complementar e oferecem a possibilidade de se produzir e consumir dentro de um bairro ou município. Desde o lançamento, no final de 2021, o programa da moeda fez circular mais de R$ 150 milhões pelos comércios da cidade. Bom para a população e bom para a economia de Niterói.
O que o senhor tem feito para ajudar a melhorar a segurança do município?
Niterói é a cidade que mais tem investimento em Segurança Pública na última década. Duplicamos o efetivo da Guarda Municipal e investimos em uma nova sede para a corporação, com qualificação e treinamento para nossos guardas. Construímos também o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), uma central que reúne as representantes das forças de segurança e emergência da cidade e que monitora o município com mais de 500 câmeras, sendo parte delas inteligentes. Fizemos convênios para a implantação do Niterói Presente e passamos a pagar policiais na hora de folga para policiarem a cidade por meio do Proeis. Recentemente, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, esteve em Niterói e reconheceu todo o investimento da cidade em segurança, o que fez com que os índices de criminalidade caíssem, apesar de ser atribuição constitucional do Estado. Assinamos um convênio com a Polícia Rodoviária Federal para troca de informações com nossa Guarda Municipal. O ministro reconheceu essas ações de Niterói, tanto que ele escolheu Niterói para lançar o edital para 163 cidades prioritárias do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).
O que se pode fazer para melhorar a mobilidade no trânsito?
Niterói tem o segundo maior volume de pessoas se deslocando pela cidade diariamente no país. São moradores de São Gonçalo e do Leste Fluminense que vêm a Niterói ou ao Rio, passando por aqui todos os dias. E moradores de Niterói que vão e voltam todos os dias para a capital trabalhar. Esse número é enorme, só menor do que o deslocamento de Guarulhos para São Paulo. Niterói é a cidade com maior proporção de veículos por habitante do Estado. É de se imaginar o desafio histórico que o trânsito representa. E ele só pode ser enfrentado com uma série de ações. Nossa aposta está nos grandes investimentos em mobilidade, como o Túnel Charitas-Cafubá, o BHLS, a malha de ciclovias, as faixas exclusivas de trânsito para coletivos, a nova entrada de Icaraí e a reurbanização do Centro. As ciclovias têm ajudado a mudar a forma como muitos niteroienses se deslocam pela cidade. Niterói conta com mais de 80 km de ciclovias. Inauguramos recentemente mais 9 km no Parque Orla Piratininga, um percurso que se conecta com a malha cicloviária da cidade. Niterói hoje é muito mais ciclável do que era 10 anos atrás. Nossa meta é chegar a 120 km de malha cicloviária até 2024. Outra parte dos investimentos está focada na tecnologia. Em junho, autorizei a criação do Sistema de Gestão da Mobilidade de Niterói (MobNit). O sistema vai reunir uma grande quantidade de dados e informações de diferentes fontes sobre o transporte público e a mobilidade urbana na cidade. Esses dados serão fundamentais para a gente. O MobNit vai concentrar esse grande volume de informações produzidas diariamente por cada ônibus e por outros veículos de transporte público. Esses dados serão processados, organizados e, desta forma, serão importantes para planejar a mobilidade da cidade para os próximos anos.
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