Danielle Barros é secretária de estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro divulgação

Passado o momento mais crítico da pandemia da covid-19, a cultura volta a ser valorizada, com projetos e eventos. Pela Lei Paulo Gustavo, que é nacional, o estado do Rio de Janeiro vai receber mais de R$ 240 milhões em investimentos, sendo R$ 139 milhões disponibilizados ao Governo do Estado e outros R$ 132,1 milhões repartidos entre os 92 municípios fluminenses. Segundo a secretária de Cultura do estado, Danielle Barros, o recurso vai gerar emprego e oportunidades. "Estamos falando do setor cultural e criativo, que representa mais que 3% do PIB nacional, que fala da nossa identidade enquanto nação", disse Danielle em entrevista à coluna.
O DIA: Como a Lei Paulo Gustavo impacta a cultura no estado do Rio?
DANIELLE: A Lei Paulo Gustavo é um complemento importante para o fortalecimento da cultura de todo país. Nos últimos três anos já investimos mais de R$ 180 milhões em oito mil projetos culturais. Com este recurso do Governo Federal, promoveremos sobretudo o setor de audiovisual. Realizamos uma série de escutas públicas com os segmentos para formulação de 19 editais que serão lançados. Teremos premiação para obras e espaços audiovisuais, formação e difusão, memória e preservação, licenciamento, distribuição e jogos eletrônicos, além de fomento de 12 diferentes segmentos: conexões urbanas, teatro, dança, circo, música, artes visuais, manifestações tradicionais, bandas e fanfarras, artesanato, arte-educação, HQ (Histórias em Quadrinhos) e diversidades em diálogo.
Como é feito o repasse de verbas para os municípios?
O Rio de Janeiro é a quarta unidade federativa com mais recursos reservados pela lei. Ao todo, o Governo do Estado receberá R$ 139 milhões para operacionalizar e os 92 municípios fluminenses, R$ 132,1 milhões somados. Serão mais de R$ 240 milhões injetados na economia fluminense, gerando emprego, renda e oportunidade para as pessoas através da cultura. E isso é importante, porque estamos falando do setor cultural e criativo, que representa mais que 3% do PIB nacional, que fala da nossa identidade enquanto nação.
Como valorizar a cultura nas áreas mais pobres do estado?
Desde que assumimos a Secretaria, no final de 2019, a nossa gestão tem se pautado na democratização do acesso à cultura com prioridade na construção das políticas públicas direcionadas ao setor. Ao tornar os recursos da pasta mais acessíveis à população, conseguimos alcançar um número maior de fazedores de cultura. Com o fortalecimento do nosso Fundo Estadual de Cultura, possibilitamos maior investimento através da Lei de Incentivo e ampliação significativa da política de editais, estes recursos puderam chegar a mais famílias, gerando emprego e renda nas 92 cidades fluminenses. Mas as ações não param por aí. Também trabalhamos para garantir oportunidade e capacitação. Realizamos a modernização de 46 bibliotecas em todo o estado, com a aquisição de equipamentos e ampliação do acervo de livros. Nelas disponibilizamos diversos cursos gratuitos à população, como aulas de idioma, reforço escolar, música e teatro.
O Carnaval carioca é de responsabilidade da Riotur, órgão municipal de turismo. Até que ponto e em que medidas a sua secretaria estadual pode criar ações para valorização dessa festa popular?
O Carnaval é prioridade do Estado. E o governador Cláudio Castro tem esse olhar especial para o segmento, porque ele gera emprego, renda e movimenta a nossa economia criativa. Mais do que isso: é a nossa identidade, a nossa ancestralidade e a nossa cultura. Nos últimos anos, temos trabalhado arduamente para garantir o fomento à maior festa da Terra. Este processo é fruto do trabalho que temos realizado de escuta e identificação das demandas da população, e celebra a cultura rica e plural do Rio de Janeiro. Entre 2020 e 2023, o Carnaval recebeu aporte de cerca de R$ 56 milhões do Estado, mostrando o avanço das políticas públicas, com a realização de editais inéditos para expressões culturais nunca antes premiadas, como os grupos de bate-bola.
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