Avião chegando ao Rio de Janeirofoto de arquivo da Coluna
“Esses serviços são, na maioria das vezes, comprados mediante parcelamento, o que, com o crédito mais caro, explica a dificuldade do setor do turismo em ultrapassar o nível pré-pandemia”, avalia Fabio Bentes - economista responsável pela pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
No mesmo sentido, a hospedagem aumentou 18,21%, e os pacotes turísticos ficaram 17,16% mais caros. As três variações se projetaram acima do nível geral de preços, que subiu 5,79%.
“Os reajustes de praticamente todos os segmentos, o aumento significativo da taxa de juros e o alto comprometimento da renda com dívidas fazem com que os gastos com lazer sejam comedidos, mas ainda assim consideravelmente maiores do que em 2021”, afirma José Roberto Tadros - presidente. da CNC.
“Acho que o grande problema é a falta de concorrência. Tem que implementar o modelo 'céus abertos'. Temos que liberar as low costs que hoje, no Brasil não tem em operação. Só com a concorrência, teremos redução de preço” – defende José Domingos Bouzon – Vice presidente do SindHotéis.
“O Brasil não tem mais empresa de bandeira dele que ajude a controlar os preços. A saída é o novo presidente da Embratur [Marcelo Freixo] e a nova ministra do Turismo [Daniela carneiro] chamarem as aéreas para uma conversa. O governo precisa abrir para as low costs até como uma forma de pressionar as demais companhias a baixarem os custos” – avalia Alfredo Lopes, presidente do Sindicato Hotéis Rio.
Crise aérea
A ociosidade e a precariedade do sistema aéreo comercial brasileiro preocupa não somente o Governo Federal, mas também toda a cadeia econômica do país. Isso porque a vulnerabilidade do sistema não prejudica somente o turismo, mas a economia em geral que pode ser estagnada por problemas logísticos.
A cúpula federal desembarcou no Rio de Janeiro para tentar uma solução para o Aeroporto Antônio Carlos Jobim e voltaram para Brasília com sugestões, mas sem sinalizarem uma opção a curto prazo para esse importante terminal.
Além da ociosidade, a devolução do Aeroporto Internacional Tom Jobim por parte da concessionária, preocupa o Governo Lula. Pela lei de licitação, a empresa só pode encerrar sua administração quando houver nova licitação e a entrada em operação da substituta. No entanto, estuda-se a possibilidade dele voltar para a União até chegar-se a uma solução definitiva.
O receio da gestão Lula é de que a atual concessionária não consiga administrar o aumento da demanda de verão culminando com o carnaval. A justificativa para o rompimento foi terem admitido a "incapacidade de cumprimento das obrigações originárias do contrato".
O setor de aviação funciona de forma interligada. Qualquer colapso regional pode estender não somente ao país, mas impactar globalmente.
Outra alternativa estudada é oferecer contrapartidas para que o consórcio desista da devolução. No entanto, dependendo do que for oferecido a Rio Galeão pode gerar reivindicações parecidas pelas outras administradoras privadas de terminais.
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