Parede em tijolo de demolição recebeu galeria com molduras do mesmo estilo, apostando em uma estratégia geométricaRubens Cardia Neto

Tem vários quadros em casa e não sabe como compor um ambiente com personalidade? A tendência, conhecida como “gallery wall” (parede de galeria), pode ser a alternativa para organizar com estilo quadros e gravuras, além de ser uma forma de contar a história do morador por meio de peças colecionadas ao longo da vida. “Nós amamos trabalhar com esse detalhe que contribui muito para o décor. Inclusive, quase sempre é um ponto de conversa para quem visita, pois existe todo aquele mistério de entender o motivo da seleção de determinadas peças e de onde elas vieram. Isso é bastante interessante", afirma a arquiteta Claudia Passarini, do escritório Paiva e Passarini.
A arquiteta Vanessa Paiva, sócia de Claudia, explica que o primeiro aspecto a se levar em consideração é a localização da parede que receberá os quadros. Será em um espaço amplo ou muito estreito? Terá uma boa visualização para quem deseja admirá-la e será possível entender toda a informação que se deseja passar a partir daquela perspectiva? “Entender essas questões é o pontapé inicial para montá-la. As áreas de convívio, como o living, são geralmente os lugares mais próprios para orgulhosamente exibir essa exposição particular”, indica Vanessa. Confira as dicas das especialistas:
- Antes de pregar qualquer prego ou colar a fita adesiva, o melhor é distribuir os quadros no chão para visualizar a composição. Só depois que esse aspecto estiver bem resolvido, que se deve finalizar o miniprojeto.
- Desde o clássico até o mais despojado e jovial, o estilo da composição dependerá da personalidade do morador e da linguagem do restante do cômodo. Vale lembrar que não é necessário investir em pinturas caras ou obras assinadas para se criar uma galeria marcante. Pelo contrário, às vezes, uma lembrancinha, cartão-postal ou souvenir são suficientes para formular um recorte cheio de significado.
- Para acertar na execução, vale apostar em molduras que conversem uma com a outra – mas isso não quer dizer que elas devam ser exatamente iguais. O que precisa harmonizar é o estilo: quadros mais rebuscados, de acabamento dourado ou prata, se a ideia é elaborar algo clássico; contornos retos, sem detalhes, preto ou branco, caso o objetivo seja um ar moderno e contemporâneo. Além disso, também vale inserir uma ou outra moldura que fuja completamente do padrão, quebrando o estilo predominante para trazer um elemento inusitado.
- Um dos caminhos mais produtivos para montar a “gallery wall” é buscar, no acervo pessoal, pequenos objetos que tenham significado afetivo e que façam sentido para o morador. Uma carta antiga, escrita à mão, lembrança de viagens e a folha de uma receita da avó são apenas alguns exemplos.
- Engana-se quem pensa que é necessário ter um grande volume de quadros para executar a galeria, pois a decisão sobre a quantidade de molduras varia muito de acordo com as dimensões da parede.
- Ainda assim, quando se tem disponível um espaço reduzido e um grande acervo, a orientação é apostar em paspatur (moldura de papel ou material acartonado que envolve obras de arte) menor e molduras finas e delicadas, de forma que a área disponível realmente seja ocupada pelos elementos.