A competição no setor de combustíveis vai além de simplesmente afetar os preços. Ela é uma alavanca para melhorar a qualidade do serviço e a experiência do clienteDivulgação

No panorama atual da distribuição de combustíveis no Brasil, a chegada de novos players ao segmento representa um marco significativo. Este movimento não é apenas um sinal de um mercado em evolução, mas também uma promessa de benefícios tangíveis para os consumidores, para o setor e para a economia nacional como um todo.
Primeiramente, o aumento da competição é intrinsecamente benéfico para os consumidores. Em um mercado dominado por poucos grandes players, os consumidores muitas vezes se encontram em uma posição desfavorável, com poucas opções e preços que não refletem necessariamente a eficiência ou a justiça.
A entrada e o sucesso de novos concorrentes impõem a interrupção deste ciclo. O rompimento desta dinâmica desfavorável ao consumidor significa preços mais competitivos, impulsionados pela necessidade de atrair e reter clientes em um ambiente mais disputado.
Além disso, a concorrência estimula a inovação. Empresas novas tendem a desafiar o status quo, introduzindo novas tecnologias, práticas sustentáveis e serviços aprimorados. Para o consumidor, isso significa não apenas preços mais justos, mas também acesso a produtos de melhor qualidade e opções mais sustentáveis.
Os dados mais recentes do setor mostram uma melhora desse cenário, mas ainda aquém do necessário. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) revelaram o surgimento de 2.884 novos postos independentes entre 2018 e 2023. Hoje, os estabelecimentos que não estão ligados às grandes marcas representam 47% do total de postos – em 2017, eram 41% do mercado.
A competição no setor de combustíveis vai além de simplesmente afetar os preços. Ela é uma alavanca para melhorar a qualidade do serviço e a experiência do cliente. Novos entrantes, muitas vezes, buscam se diferenciar por meio de um atendimento superior, instalações mais modernas e uma abordagem mais centrada no cliente.
Do ponto de vista econômico, a competição no segmento de combustíveis é um motor de crescimento. Ela incentiva a eficiência operacional entre os concorrentes, o que pode levar a uma redução dos custos gerais do setor. Isso não apenas beneficia os consumidores, mas também tem um efeito cascata em toda a economia, pois os custos de transporte influenciam a cadeia de produção e distribuição de inúmeros produtos e serviços.
A diversificação de fornecedores de combustíveis também é crucial para a segurança energética do país. Dependendo de um pequeno número de grandes fornecedores, cria-se uma vulnerabilidade significativa para interrupções de fornecimento e manipulações de mercado. Com mais concorrentes no jogo, o Brasil pode mitigar esses riscos, garantindo uma oferta mais estável e segura de combustível.
A armadilha
A falta de competição no setor é uma armadilha não só para os consumidores, mas também para a economia nacional. Sem pressão competitiva, não há incentivo para que os grandes players inovem ou busquem eficiência. Isso pode levar a um ambiente estagnado, em que os preços são artificialmente altos e a qualidade do serviço não evolui.
Além disso, a concentração de mercado pode resultar em práticas comerciais desleais, como a formação de cartéis e a fixação de preços, prejudicando não apenas os consumidores, mas também as empresas éticas que buscam competir em um mercado que deveria ser livre.
No contexto de um mercado justo e dinâmico, a presença de empresas independentes é um estímulo vital para a democratização do acesso a combustíveis de qualidade. Essa nova onda de concorrência não beneficia apenas o consumidor final, mas também pequenos e médios empresários que operam postos de combustíveis.
Eles agora têm a liberdade de escolher entre diferentes fornecedores, o que lhes permite negociar melhores condições, resultando em maior autonomia e potencial de crescimento.
Mesmo para o revendedor que ostenta a bandeira de uma grande companhia, a chegada de novos players traz muitos benefícios, pois possibilita melhores negociações com os players existentes, trazendo maior equilíbrio entre grandes companhias e o revendedor.
Preservar a saúde financeira da revenda é essencial para o bom funcionamento do sistema.
Ricardo Magro é empresário, advogado e filantropo brasileiro reconhecido por sua expertise em tributação e sua atuação no mercado de petróleo e combustíveis. Defensor dos direitos de postos independentes e distribuidores menores, Magro se destaca por promover concorrência e equidade, tendo vencido várias batalhas em defesa de seus clientes. Sua paixão pelo esporte, especialmente artes marciais, o levou a criar o projeto "Usina de Campeões", beneficiando centenas de jovens do Rio de Janeiro.
Saiba mais no blog: https://ricardomagro.com.br/