Samuel e Pedro inspecionaram o hospital nessa segunda-feira e levantaram a situação da unidade Foto Reprodução
Conceição de Macabu – Falta de medicamentos, comida estragada, atendimentos inadequados, carência de profissionais. Estas são algumas irregularidades apontadas pelos vereadores Pedro Matos e Samuel Terencio (Samuel da Música) no Hospital Municipal Ana Moreira, em Conceição de Macabu, na região norte do estado do Rio de Janeiro, a 227 quilômetros da capital fluminense.
O secretário de Saúde, Pedro Folly, diz que há sensacionalismo e providências jurídicas já estão sendo adotadas. Ele explica que as compras de medicamentos e materiais para curativos e outros tipos de procedimentos dependem de licitações, cujos processos já estão sendo executados; fala ainda na redução de recursos para custear serviços no hospital.
As denúncias foram feitas no plenário da Câmara Municipal, na manhã desta terça-feira (10), um dia após os dois vereadores terem realizado inspeção na unidade hospitalar. ”Falta quase tudo - álcool 70, material para curativo, medicamentos simples, não tem comida decente; licitação a gente vê, mas faltam os produtos; até carne estragada é servida em refeição”, aponta Matos.
O vereador afirma que houve dispensa de funcionário acusado de atrasar licitação e nada resolveu. “A saúde está um caos. No ano passado o governo anunciou que investiu quase 50 milhões de reais na saúde; mas, na prática, não se vê esse investimento; não há atendimento especializado em pediatria; a saúde está sucateada; nosso povo padece”.
Samuel confirma e agrava que quem tem conchavo consegue ser atendido: “As pessoas chegam sofrendo e sofrem ainda mais, principalmente as humildes. É humilhante. Falta até toalha de papel para enxugar as mãos; carne estragada é servida em refeição. Pedro Folly contesta: “A história da carne estragada não existe; já estamos tomando as providências jurídicas”.
SENSACIONALISMO - Quanto à fiscalização, Folly concorda que os vereadores não só têm direito, mas devem exercê-lo, sem sensacionalismo: “A denúncia de fornecimento de ‘carne podre’ não procede, conforme confirmação dos vereadores, os quais em momento algum se basearam em certificação de profissional da área de alimentação (nutricionista); trata-se de denúncia sem prova”.
Segundo o secretário, o hospital não forneceu alimentação inadequada aos servidores e funcionários: “Se assim fizesse causaria problemas de digestão alimentar. A Secretaria de Saúde deu início à abertura de processo administrativo para ouvir cozinheiras e demais profissionais que atuam na unidade”.
Sobre falta de medicamentos, Folly pontua que está sendo finalizada a execução de processos licitatórios para abastecimento dos mesmos, seja pelo rito de pregão ou processo emergencial. Ele justifica também a falta de materiais: “A aquisição de insumos acaba sendo comprometida pela queda e/ou corte de recursos”.
Nesse caso, o secretário cita como exemplo o Programa de Apoio aos Hospitais do Interior (PAHI): “Trata-se de um programa financiado pela Secretaria Estadual de Saúde até 2022, sendo finalizado em 2023, período em que Conceição de Macabu perdeu o montante de 1,8 milhão de reais para custear serviços e ações no Hospital Ana Moreira”.
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