Saiu biografia da atriz Nair Belo - Divulgação
Saiu biografia da atriz Nair BeloDivulgação
Por Ricardo Schott | ricardo.schott@odia.com.br

Rio - Ninguém duvida que Nair Bello (1931-2007) encarnava com maestria o papel da "mamma" italiana, carinhosa, dominadora, cheia de gestos e expressões características. Maria Francisco, filha de Nair, lança a biografia 'Mamma Mia! - A Vida de Nair Bello' (Ed. Matrix, 192 págs, R$ 39,90) e revela um detalhe que muitos fãs desconhecem: ela conheceu a Itália, terra de seus antepassados, só em 2001, numa viagem organizada pelo amigo Fausto Silva.

Maria foi à viagem, aliás. "Tenho uma irmã que mora na Suíça e ela foi com a gente até Varese. Passamos por todo o Norte da Itália", recorda. "Engraçado que tinha duas coisas que ela dizia que tinha medo de fazer, e morrer em seguida: sair numa escola de samba e conhecer a Itália. Depois da morte do meu pai ela quase nem saía".

AMIGOS

Uma das poucas coisas que Nair gostava de fazer na rua após seu marido, Irineu Souza Francisco, morrer em 1999, era justamente ir na "pizzaria" do Faustão: toda semana o apresentador oferecia pizzas a seus amigos em sua casa. A atriz também mantinha fortes laços de amizade com Carlos Alberto de Nóbrega e com Ronald Golias. Com este último, contracenou numa versão moderna do 'Bronco', na Band, entre 1987 e 1990.

"Eles se falavam horas e horas por telefone! Meu pai chegava a ficar com um pouco de ciúme, mas era só amizade. O Golias estava separado, era um cara meio sozinho, e queria conversar", conta, lembrando que Nair era humorista quase em tempo integral. "Ela fazia muita graça! Não era nem para o público. Era pra ela mesma rir. Quando minha mãe estava no SBT, o Silvio Santos chegou a falar: 'Ué, estou pagando para você dar risada?'. Era bem assim".

VOZ IGUAL

Maria - que falou pelo telefone com O DIA direto de Portugal - tem a voz parecida com a da mãe. "Mas eu sou a cara do meu pai. Da minha mãe, eu aprendi a ter sempre bom humor, a sempre rir, a tirar o melhor do pior, a levar os momentos difíceis com bom humor", recorda.

MEMÓRIAS

Para fazer o livro, Maria recorreu ao material que tinha guardado em casa. E era muita coisa. "Meu pai era o fã número 1 dela. Guardava tudo". conta.

O marido de Nair guardava desde recortes de jornal, até pas participações em novelas gravadas em vídeo. Pelo acervo da família, descobre-se, por exemplo, que Nair teve até uma coluna em jornal. Era 'A Fala da Santa', no periódico paulistano 'Notícias Populares', em 1982. A coluna, na qual Nair comentava casos de sua vida com humor e leveza, surgiu do sucesso da série 'Dona Santa', na Band, na qual ela fazia o papel principal, e contracenava com Selton Mello, então ator infantil.

CARTA

O livro tem documentos importantes da família, como a íntegra da carta psicografada que um dos filhos de Nair, Manoel Francisco Neto, teria mandado por um médium à família, após morrer em 1975, num acidente de automóvel. Um enorme golpe para a atriz. "Ela era uma mãezona, sempre preocupada com os filhos. Quando ela morreu, eu estava separada, e ela foi pai, mãe e marido para mim", recorda Maria.

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