Cena da série 'Terrores Urbanos' - Gabriel Zuffo/Divulgação
Cena da série 'Terrores Urbanos'Gabriel Zuffo/Divulgação
Por Gabriel Sobreira

Rio - Uma garota loura que assombra o banheiro do colégio, um homem que leva em um saco crianças que não se comportam ou andam sozinhas, o quadro de um menino que chora e leva desespero para quem o possui ou uma gangue de palhaços que ataca crianças para vender os órgãos delas. É provável que você já tenha escutado uma ou várias dessas histórias, que a Record TV estreia hoje, às 22h45, na série 'Terrores Urbanos', em cinco episódios, no ar até terça-feira.

"Durante os ensaios do (episódio) 'Loura do Banheiro', a porta da sala de ensaios costumava abrir sozinha, de repente. Eu sempre brincava que era a própria loura entrando ali. E, às vezes, no meio da noite, na minha casa, a porta do banheiro também abria sozinha", lembra o diretor Fernando Coimbra, que além de diretor geral da produção, também comandou as gravações dos episódios 'Loura do Banheiro' e 'O Homem do Saco'.

SINISTRO

Para Coimbra, de todas as histórias, a única que fez parte do imaginário da infância dele foi 'O Homem do Saco'. "Não sei se ele tinha exatamente esse nome. Mas quando eu era criança, tinha medo de uma figura de um homem, que passava roubando crianças na rua", lembra ele. Numa hora em que Coimbra ensaiou 'O Homem do Saco', a porta da sala de ensaios voltou a abrir sozinha. Novamente Coimbra disse que era a Loura do Banheiro, mas que eles não precisavam se preocupar, pois ela não fazia nada além de abrir a porta. "Meio minuto depois, a porta bateu com toda força. Bom, agora, além de abrir, ela também fechava a porta. Mas tudo isso sempre foi levado em tom de brincadeira, pois em todos os casos, era o vento mesmo. Nada realmente sinistro aconteceu", esclarece.

RELEITURA

Segundo o diretor, o objetivo da produção é fazer uma releitura das lendas famosas nos dias de hoje. E não necessariamente contar as origens delas. "Temos sempre um protagonista que está passando por um momento de dificuldade na vida e ouve falar da lenda. A princípio ele não leva a sério, mas depois ele começa a acreditar que está sendo vítima dela. É um terror psicológico, que joga com a ambiguidade o tempo todo", explica o profissional. Ele tem uma teoria para tais lendas.

"A maioria delas foi criada para fazer as crianças obedecerem aos adultos, através do medo. A Loira do Banheiro era para que crianças e adolescentes não matassem aula escondidos no banheiro. O Homem do Saco, para que as crianças não fossem brincar na rua muito longe de suas casas. Mas outras lendas, como a Gangue dos Palhaços e o Boneco Amigão (inspirada no boneco do Fofão) foram criadas por jornais sensacionalistas, para vender mais, como o 'Notícias Populares'", diz Coimbra.

SUSTO E SANGUE

Apesar disso, cada episódio/lenda tem sua particularidade. Algumas são sobrenaturais e outras, mais reais. No caso do episódio 'Loura do Banheiro' a chave é mais o terror de fantasmas, onde o clima perturbador e o susto predominam. "Já 'O Quadro do Menino Que Chora' é o episódio com mais sangue e mortes. O Homem do Saco é mais construído em cima dos sustos e do imprevisível. O que une todos é o terror psicológico, que pode ser soft, pode ser hard, mas é um terror que trabalha na ambiguidade entre o real e o delírio. 'Terrores Urbanos' baseia-se totalmente no medo", indica animado.

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