Chris Ubach volta à TV com a segunda temporada de 'A Garota da Moto', no SBT, nesta quarta-feira. Na série, a atriz interpretou Joana, que na primeira fase foi trabalhar em São Paulo, fugida de uma pessoa que queria matar seu filho. Agora, o tempo passou e a vilã Bernarda (Daniela Escobar) já foi presa, mas tudo indica que continuará atrapalhando a vida da motogirl. O que tende a mudar, no entanto, é a postura da protagonista.
De acordo com Chris, assim que a primeira temporada da trama foi exibida é que ela e a produção da série entenderam a personalidade de Joana. Para a atriz, hoje, 'A Garota da Moto' não é apenas a série de uma jovem, e sim a história de uma mulher feminista, forte, que luta por seus ideais e tem tudo a ver com esse lugar de fala das mulheres na sociedade atual.
Essas observações, com uma dose de maturidade, ficarão em evidência na segunda temporada do programa. “Cruzei os 30 e isso fez uma diferença. Eu confesso que não pensava em feminismo. Há três anos, isso não estava tão alastrado, mas quando a gente foi dar entrevistas sobre os personagens, comecei a pensar que realmente existe uma questão do discurso”, diz Ubach.
A atriz conta que começou a cruzar informações de Joana com a história de tantas mulheres brasileiras e entendeu que seu trabalho tem uma importância muito maior do que dava para imaginar quando interpretou Joana pela primeira vez.
“Nós falamos desse universo feminino, das mães solteiras, das mulheres guerreiras, que passam por diversas situações, então na segunda temporada chegamos entendendo muito mais o produto”, explica.
Sempre metida em enrascadas, a personagem luta em vários episódios do seriado e para gravar essas cenas Chris afirma que praticamente abriu mão do dublê. A ajuda, ela garante, serviu apenas para adiantar as cenas de ação, mas nas brigas não funcionam porque não passam credibilidade. Perfeccionista, ela conta que a escolha de participar de todo o processo não tem a ver com querer fazer tudo sozinha, mas a paixão pelo ofício a impede de desapegar de Joana por alguns instantes.
“Eu nunca imaginei que fosse fazer tanta coisa de luta, nunca quis isso da minha vida. Não era um desejo meu, tem atores que falam que queriam essa oportunidade. Mas de fato eu me dei muito bem, sempre fui muito ativa, tenho um alongamento bom, força, tem muita coisa ali que me ajudou”, afirma.
Pensar que a personagem faz tudo por amor ao filho é o que também funciona na hora de se concentrar para gravar as cenas mais violentas. “Ela pega, faz, responde, vai, é muito sem tempo para parar pra pensar. A luta entra muito nesse lugar, quando ela vê, já foi. Quando ela foi, já precisou defender o filho dela novamente”, completa.
Fã de Joana, que é vista pela atriz como uma entidade, Chris acredita que a motogirl seja uma heroína e diz que foi uma surpresa esse projeto ser abraçado de uma forma tão bonita pelo público do SBT. Para ela, a expectativa pela segunda temporada é grande e quem acompanhar não vai se arrepender.
“Quando foi lançada a primeira fase, a galera estava bem aflita, pensando em como iam receber isso porque corta da novela infantojuvenil para uma coisa rock, totalmente diferente. Mas tudo agregou. Teve um dia que o Fernando Pelégio (diretor) até brincou dizendo que já podemos subir o número (audiência), e eu falei que se não é para dobrar a meta é melhor nem brincar”, conta, aos risos. “Concretamente não penso nisso (números), porque não é da minha alçada, mas a gente tem circunstâncias muito melhores agora. O elenco que entrou está um negócio absurdo”, completa.
