Sthefany Brito, a Raquel de  'Jezabel' - EDU MORAES; edu moraes
Sthefany Brito, a Raquel de 'Jezabel'EDU MORAES; edu moraes
Por BÁRBARA SARYNE

Rio - Sthefany Brito está curiosa para acompanhar as reações do público assim que o primeiro capítulo de 'Jezabel', a nova macrossérie da Record, for exibido. A trama estreia na noite de hoje e contará a história de uma das grandes vilãs da Bíblia. Sthefany, no entanto, interpretará a mocinha Raquel, forte e destemida, que será obrigada a se calar diante de homens para não morrer.

Feminista, a atriz conta que sofre todas as vezes que grava cenas de violência contra a mulher e diz que as moças de hoje não se identificarão com as personagens da história por conta desta submissão imposta no passado e já superada, felizmente, em muitos aspectos.

"Tem uma passagem bem pesada que não vou contar agora para não tirar a graça. Mas a Raquel, que é toda corajosa, acaba dando uma abaixada de bola. Tudo começa a ficar bem complicado porque naquela época, qualquer coisa falada na hora errada já cortavam a sua cabeça, enfiavam uma faca no seu estômago e te matavam. Adoraria que ela fosse feminista, uma ativista, mas isso não dá muita sequência", afirma.

Embora a atriz entenda todo o contexto bíblico e veja a importância de mostrar como as coisas eram no passado, ela diz que nos estúdios tudo fica tão real que, muitas vezes, tem a sensação de estar andando para trás quando precisa gravar alguma cena que jamais concordaria presenciar nos dias de hoje.

"Não é chato só para mim, como mulher, muitos homens do elenco sofrem. A gente já chegou a conversar sobre isso. No momento que vivemos, com o empoderamento da mulher, é muito difícil fazer essas cenas. Mas a gente também sabe que está retratando uma época e que bom que conseguimos evoluir e estamos aqui na luta, na batalha", valoriza.

Perrengues nos bastidores

Muitas cenas de 'Jezabel' foram gravadas no Marrocos, onde o elenco teve de encarar o frio, a comida e os costumes bem diferentes do Brasil. Lá, Sthefany diz que sofreu ainda mais ao ver que o machismo não ficou só no passado, pois as mulheres são maltratadas em pleno 2019.

"Foi bem chocante. A gente recebeu várias instruções antes de viajar e, quando falaram que lá mulher não poder sair sozinha, achei que teriam exceções. Mas quando vi que se você colocar o pé na rua sem um homem, todo mundo olha estranho, fiquei com medo", diz a artista, que acabou seguindo as recomendações.

"Foi muito difícil depender de alguém para tudo. Imagina, a gente que é ativista, feminista, na época em que estamos vivendo, ter que pedir para um homem te acompanhar para comprar um remédio, para fazer qualquer coisa. Foi muito estranho. Nem para o meu pai peço essas coisas", relata.

Mais magra por não ter se adaptado com a comida do Marrocos e feliz por estar de volta ao Brasil, Sthefany está morando em Paulínia, no interior de São Paulo, onde a macrossérie da Record continua sendo gravada. Longe da família, que mora no Rio de Janeiro, ela conta que o que tem ajudado é saber que o esforço é em prol de um trabalho que tem tudo para fazer sucesso.

Nos bastidores, as dificuldades uniram muito o elenco e até a família de Sthefany cresceu por conta disso. "Todo mundo passou muito tempo longe de casa, gravando pra caramba, então criamos um laço forte. O Luckas Moura, que é meu irmão na novela, virou irmão de verdade. A gente já combinou até de ir para o Rio de Janeiro juntos para ele conhecer meus pais e o meu irmão, Kayky", revela.

No ar em 'Verão 90', na Globo, Kayky Brito contribui com a construção da personagem da irmã mesmo de longe. A atriz diz que troca várias figurinhas com ele por telefone e não se importa quando Kayky puxa sua orelha porque ela também costuma fazer isso com ele quando assiste à concorrência.

"Somos parceiros na vida, e no trabalho não é diferente. Ligo para ele e dou meus pitacos, reclamo quando ele perde a oportunidade de fazer algo em cena e também escuto dele. Nunca encarei como crítica, vindo do Kayky nunca vai ser uma crítica, e para ele é a mesma coisa, a gente se ajuda muito", conta.

Para desacelerar, Sthefany aproveita os fins de semana que está de folga para visitar a família, curtir com o marido e ver seus cachorrinhos. Além disso, gosta muito de ler e exagerar na maquiagem, algo que antes de 'Jezabel' nunca foi uma preocupação da artista.

"A Raquel é israelita, não usa maquiagem e tudo dela é simples. Então, quando não estou gravando, quero usar batom vermelho, delineador, tudo o que não posso usar em cena", diz ela, aos risos.

Passado enterrado

Em uma fase bem poderosa, Sthefany Brito também aproveitou o lançamento de 'Jezabel' para comentar sua separação do jogador de futebol Alexandre Pato, há nove anos. Na época, o divórcio rendeu polêmicas, processos judiciais, e a artista virou alvo de críticas.

"Apontar o dedo é tão mais fácil do que você tentar olhar com carinho para a situação. Essas pessoas que me criticaram seriam julgadas hoje. Acho que agora tem uma união maior, das pessoas tentarem entender a situação, olharem antes de julgar. Acho que a melhor reposta é atitude. Eu nunca respondi. Estou aqui feliz da vida trabalhando, casada, feliz com minha família. No final das contas, é isso que importa", diz.

Assim como ela, que casou com Igor Raschkovsky, Alexandre Pato refez sua vida com Rebeca Abravanel, filha de Silvio Santos, há pouco tempo. Os dois estão trocando várias declarações de amor pelas redes sociais e já tem gente apostando em um casamento em breve.

Você pode gostar
Comentários