Matheus Nachtergaele vive o prefeito Olegário na série da Globo:
Matheus Nachtergaele vive o prefeito Olegário na série da Globo: "Vaidoso, violento e deslumbrado"Globo/Marcos Rosa
Por Gabriel Sobreira
Rio - Ainda lembrado pelo matuto João Grilo da minissérie 'O Auto da Compadecida' (1999), na Globo, Matheus Nachtergaele está de volta ao universo cômico nordestino com a série 'Cine Holliúdy', que estreia amanhã, no mesmo canal. Aos 51 anos, Nachtergaele diz que a experiência dele em produções do gênero pode ter contado para a sua entrada no elenco da série. "Talvez pela saudade que as pessoas tenham de me ver fazendo comédia nordestina, o meu nome deve ter sido cogitado", arrisca o ator, que tem no currículo dezenas de filmes, entre eles 'Central do Brasil' (1998).
O longa com direção de Walter Salles foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (além de Melhor Atriz para Fernanda Montenegro). "Confesso que desprezo o Oscar", diz Matheus, que vai além. "Tive muitos filmes que foram indicados ao Oscar. Dizem que sou pé-quente. Mas eu mesmo tenho desprezo por essa festa da indústria norte-americana. Acho que a gente é bem mais que isso. Claro que eu fico feliz se a gente participa de um festival desse tamanho, e quando tem prêmio então é lindo. Cannes, Roterdã, Berlim são festivais maravilhosos, e isso não tem muito barulho na mídia grande. E também tem os festivais daqui, alguns são geniais. Essa ode à cerimônia do Oscar me parece um reflexo do domínio norte-americano na nossa vida. E a gente não precisa", defende o intérprete do prefeito Olegário.
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"Ele reúne, de maneira divertida, todos os cacoetes, mais antigos e mais modernos, dos políticos corruptos do Brasil. É vaidoso, ignorante, pode ser violento, deslumbrado, metido, egoísta, preguiçoso. Ao mesmo tempo, tem uma virtude linda, ama a Maria do Socorro (Heloísa Périssé)", resume o ator.
Segundo ele, quando 'O Auto da Compadecida' estreou, ele viu a reação "absurdamente afetiva do público", que virou para o amigo e colega de cena Selton Mello (Chicó, na produção) e disse: "Se um dia a gente virar mendigo, em uma depressão profunda, ou algo assim, as pessoas vão tirar a gente da rua e falar: 'Não, João Grilo, não Chicó, vem que eu cuido de você'", lembra.
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Já no caso de 'Cine Holliúdy', Nachtergaele diz que o público terá a chance de ver na TV o que se tem de mais bonito no cinema. "Que é o cinema feito com recursos menores, o cinema alternativo, mas muito popular, que é o cinema do Halder (Gomes, diretor da série e roteirista e diretor do filme homônimo que a produção é baseada) e desse elenco do Ceará encabeçado pelo Edmilson (Filho, que interpreta o protagonista Francisgleydisson)", explica. "Essa série não é para esquentar a cabeça, é para rir. Foi feita para gargalhar mesmo", completa.
 
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