Tino Marcos - Globo/João Miguel Júnior
Tino MarcosGlobo/João Miguel Júnior
Por Lucas França*

Rio - A Copa América de 1989 ficou marcada pelo quarto título da seleção brasileira no torneio. O que pouca gente sabe é que a competição é memorável para o jornalista Tino Marcos, da Rede Globo. Há três décadas, o repórter estreava na cobertura da Seleção, no mesmo canal — depois de passar por outras emissoras e publicações. Agora, em 2019, ele é certeiro ao explicar como lida com o futebol. "Tento buscar o caminho do meio, sem ser ufanista nas vitórias e trágico nas derrotas", afirma o repórter.

Aos 57 anos, Tino aprendeu a gostar do esporte com o pai, Faustino, que o levava para "peladas" e estádios na infância. O repórter diz que a profissão traz bons aprendizados, principalmente quando ele observa os colegas. "Em especial os mais jovens", afirma. Mas relata que também existem momentos difíceis de lidar. Para ele, a derrota da Seleção para a Alemanha, por 7 a 1, na Copa do Mundo de 2014, trouxe essa sensação.

"Eu estava no campo, sozinho, participando da transmissão ao vivo e tendo que contar a história do jogo logo na sequência, para o 'Jornal Nacional' e outros telejornais e programas. Foi algo muito diferente de todo o resto", relembra.

A rotina dele, nesses 30 anos de Seleção, passa, diariamente, pelo contato com estrelas do futebol. Ronaldo, Zico, Renato Gaúcho, Neymar e Marta são alguns nomes que já estiveram com o repórter. E ele busca ver todos com simplicidade. "Tento lidar com eles como pessoas comuns, mas eles têm um roteiro de vida muito diferente. Fogem ao padrão da sociedade. Mas tem muito jogador maduro e admirável", comenta.

As três décadas de Seleção deram a Tino boas histórias. Uma que ele recorda é o diálogo que teve com o narrador Galvão Bueno, que se tornou um meme. "Galvão?/Diga lá, Tino/Sentiu" são frases repetidas nas redes sociais e já viraram figurinha no WhatsApp. O jornalista encara a situação com bom humor.

"Em todo lado que vou me falam isso. Não tem o menor problema para mim. Sou muito grato pelo carinho com que praticamente todo mundo me trata", diz.

Tino diz que a experiência o preparou para viver plenamente e planejar o futuro dessa forma. "Vivo sempre curtindo o espaço e o reconhecimento", diz. Para quem não tinha intenção de trabalhar com TV, como afirma, esses 30 anos são uma marca e tanto. "Se ainda vou mudar de plataforma ou de emprego, não sei. O aqui e agora são o que valem pra mim", afirma.

* Estagiário sob a supervisão de Paulo Ricardo Moreira

 

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