Rio - Um dos principais palcos do Rio de Janeiro, o Imperator recebe, a partir de amanhã, a nova temporada do musical 'Quando a Gente Ama', com repertório em celebração à obra do sambista Arlindo Cruz. A estreia do espetáculo tem a participação de Arlindinho, filho do homenageado. Ele conta que vai cantar em alguns momentos da apresentação e destaca a importância do musical para o pai, que se recupera de um AVC sofrido em março de 2017.
"É importante para ele poder sentir toda essa energia dos amigos, dos fãs, do público do Imperator e do subúrbio, que ama tanto a obra e meu pai. Vai ser lindo", comemora.
Sucessos como 'Casal Sem Vergonha', 'O Show tem que Continuar' e 'O Que é o Amor' serão interpretados por cinco músicos e o elenco, formado por Alexandre Moreno, André Muato, Cris Vianna, Édio Nunes, Lu Fogaça, Rodrigo França e Vilma Melo. Cabe a Marcelo Alonso Neves a direção musical de todo esse pessoal. O diretor diz que, para contar histórias criadas a partir das músicas de Arlindo, o formato ideal seria o de uma roda de samba.
"Ali (na roda) tudo acontece. Amores começam e terminam, paixões e desilusões convivem no mesmo espaço. E assim foi, com uma formação clássica de violão, cavaco, pandeiro, tamborim, além de um clarinete. Muitas vezes, a própria roda de samba é o mote para desenvolver as tramas. Em outras, ela serve de pano de fundo para embalar as cenas", explica.
Neves frisa que Arlindo Cruz "é a continuidade de uma dinastia de sambistas". O ritmo é festejado também por Cris Viana, atriz que participou da primeira temporada do musical, em 2013, com apresentações lotadas. Ela defende que um espetáculo como este, mergulhado no universo do samba, mostra um mundo "rico de verdades, histórias, ancestralidade, realidade, poesia e amor". "Isso é o Brasil", afirma ela.
A atriz Vilma Melo, que recentemente participou da série 'Baile das Máscaras', exibida na TV Cultura, diz que atuar nesta peça é "um impacto". São atores, músicos, dramaturgo, diretor e principal homenageado negros. De acordo com Vilma, que também esteve no elenco nas apresentações há seis anos, o musical de 2019 não ficou parado no tempo.
"Hoje, temos o empoderamento feminino, a voz negra ecoando com mais força nos sete cantos, o grito do não a homofobia. É preciso mudar, e nós, artistas, temos um papel importante dentro da sociedade. Podemos dizer que o espetáculo de 2019 acompanha esta temperatura", relata.
CURTA TEMPORADA
O musical fica em cartaz até o dia 4 de agosto no Imperator - Centro Cultural João Nogueira (Rua Dias da Cruz 170, Méier). As apresentações acontecem às sextas-feiras e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h. Os ingressos de plateia inferior e balcão custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). A classificação etária é de 14 anos.
*Estagiário sob supervisão de Paulo Ricardo Moreira
