Rio - Estrela do 'Porta dos Fundos', um dos maiores canais de humor do Brasil, Thati Lopes acaba de estrear como protagonista do longa 'Socorro, Virei Uma Garota'. O filme conta a história de Júlio, um garoto tímido, que sonha em ser a pessoa mais popular da escola.
Como num passe de mágicas, ele acaba tendo seu sonho realizado, mas, ao virar a pessoa mais querida do colégio, Júlio vira Júlia, uma menina super descolada. O longa mostra a saga do rapaz tentando se adaptar à vida de adolescente no corpo de uma garota.
Com grande experiência na comédia, Thati explica que a parte mais complicada do trabalho foi a construção da personagem. "O difícil foi criar uma unidade. O público tinha que ver o Júlio do início na Júlia que ele virou. Fizemos um mês de preparação para encontrar esse Júlio/Júlia", conta.
Inspiração
Apesar de negar semelhanças com o clássico 'Se Eu Fosse Você', estrelado por Glória Pires e Tony Ramos, Thati Lopes, que tem 29 anos, pôde contar com uma importante aliada na hora de se inspirar no universo adolescente. "Eu fui atrás da minha irmã (Victoria Lopes) que na época tinha 18 anos. Perguntei tudo sobre gírias e comportamentos. Gostei de voltar ao tempo de escola", diz.
Ao contrário de Júlia, a atriz conta que não era tão popular na escola. "Era meio do caminho. Eu cantava no colégio, fazia peças e era boa com esportes. Era bem focada nisso. Mas, na verdade, era só isso que importava. Eu nem estudava direito", brinca.
Lugar de mulher
Conquistando cada vez mais espaço na comédia, Thati revela ser completamente grata de ser parte do 'Porta dos Fundos', mas faz questão de desmistificar a fama de sexy e diz ser muito 'moleca'. "Sempre fui. Não me vejo mulherão! Ainda ando por aí de mochila e tênis All Star", garante.
A preocupação em ser livre, no entanto, vai muito além de padrões estéticos. A atriz é comediante milita pelos direitos das mulheres. "Nós queremos e podemos fazer qualquer coisa. Acho que alguns homens não aceitam mulheres fazendo comédia, dizendo palavrão ou falando abertamente do seu corpo. Eles acham feio! Mas eu acho feio, ainda em 2019, colocar a mulher como um pedaço de carne. Seguimos nessa luta, respeite as 'minas' e aceite", defende.
