Thiago PantaleãoMatheus Aguiar/Divulgação
No Dia do Orgulho LGBTQIAP+, Thiago Pantaleão diz: 'Hoje posso representar milhares de garotos que são como eu'
Cantor foi destaque no Festival do Orgulho em São Paulo e comanda a temporada dedicada a causa LGBTQIAP+ neste mês
Rio – Sem tabus ou medo de falar sobre nada, Thiago Pantaleão já surgiu na cena pop do Brasil quebrando paradigmas. Aos 25 anos, o rapaz de origem humilde conquistou uma legião de fãs e se tornou um dos principais nomes da música voltada ao público LGBTQIAP+ ao falar abertamente sobre relacionamentos homoafetivos em suas canções.
Nesta quarta-feira é comemorado o Dia do Orgulho LGBTQIAP+ e o cantor confessa estar em uma das melhores fases de sua vida. Ele também comemora o sucesso da versão deluxe de seu álbum, "Fim do Mundo". "Durante muito tempo eu reprimi várias coisas dentro de mim. Meu primeiro álbum foi um processo de autodescoberta e aceitação. Eu cresci numa infância evangélica e foi um período em que eu não gritava tudo aquilo que eu era, pois esperei ter muito entendimento. E depois que comecei a produção desse álbum, foi um processo de conhecer outras versões de mim”, explica o artista.
Thiago revela que nunca pensou em ser um artista pop, mas se "encontrou" quando iniciou o trabalho profissional com a música, o que tem proporcionado experiências de autoconhecimento e cuidado, que pretende passar aos fãs.
"Quando é verdadeiro, a gente tem o poder de ajudar, de transformar, de realizar... Eu quero que as pessoas se sintam bem consigo mesmas, com a sensação que tenho vivido, que é de se amar do jeito que é... E saber que a gente sempre tem alguém que pode se apegar, ficar grudadinho e que de alguma forma, eu seja esse alguém para tantas pessoas que precisam", revela.
Com “Fim do Mundo”, lançado pela Som Livre, o cantor fez seu debut no mundo da música. O álbum aborda as relações entre casais gays, assim como artistas heterossexuais fazem, quebrando tabus.
“O que eu percebo é que existe uma série de cantores e artistas que falam abertamente sobre as questões sexuais, mas num relacionamento hétero, de uma forma muito tranquila. E eu trazer isso num relacionamento homoafetivo, trazer a possibilidade da bissexualidade também, é um diferencial que se conecta com as pessoas que estavam carentes por isso. E como para mim é natural, faço de uma forma que essa seja a minha verdade”, afirma Pantaleão, que reconhece a responsabilidade de representar tantas pessoas.
“Para mim é importante que eu cada vez mais conheça, busque e estude para falar tudo com maior propriedade. Mas é muito natural para mim, pois é a minha vida isso”, completa.
Neste mês, o artista ainda foi destaque no Festival de Orgulho, em São Paulo, e comandou o programa "TVZ", no Multishow, dedicado ao orgulho LGBTQIAP+.
"É muito legal saber que posso hoje representar milhares de garotos que são como eu, vieram do interior, da Baixada e não tinham quem olhar e se enxergar. Quando parei para pensar que queria ser artista, não tive muitas referências, mas as poucas que tive foram suficientes para me inspirar. Hoje saber que estou nessa posição, é muito importante para mim e por isso trato com tanto carinho, pois sei que posso transformar vidas, como foi com a minha", conclui.
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