Filipe Ret comemora 15 anos de carreira com show histórico no Jeunesse Arena, Zona Oeste do Rio de JaneiroSteff

Rio - Dono de hits como "Invicto" e "Corte Americano", Filipe Ret vai comemorar os 15 anos de carreira com uma superprodução no Jeunesse Arena, na Zona Oeste do Rio, que conta com a gravação de seu primeiro DVD. As apresentações vão acontecer no sábado (21), que já está com os ingressos esgotados, e no domingo (22).
"A gente está planejando contemplar muitas faixas que o pessoal gosta, mas que eu acabo não colocando no show comercial. A gente está implementando metais em algumas músicas que originalmente não tem, colocando um coral diferenciado. Então, estamos rearranjando. Sem contar com o cenário, que vai ser especial", avisa o artista.
"Na verdade, esse show vai ser quase que adaptado para o Jeunesse, medido ali para ele. Provavelmente, vai ser difícil de repetir em outra cidade, assim, com a fidelidade que a gente vai fazer no Jeunesse. Tem toda uma tecnologia lá nos telões. Vamos usar uma coisa bem bacana, então, vai ter toda uma dinâmica especial. A luz no timecodené? É raro ver um show no Brasil assim. No rap, principalmente", analisa.
Com tantos sucessos em todos esses anos de carreira, Ret acredita que algumas músicas não podem faltar na comemoração. "Eu acho que tem uma de cada disco que são fundamentais. No primeiro disco, o 'Vivaz', não pode faltar 'Neurótico de Guerra'. No segundo, o 'Revel', não pode faltar 'Só Pra Você Lembrar' e 'Invicto', principalmente. 'Vivendo Avançado', do terceiro ('Audaz'). Do quarto, que é o 'Imaterial', não pode faltar 'FFM'. E do álbum 'Lume', não pode faltar 'Good Vibe', que está concorrendo ao Grammy".
Além da cenografia, luz e palco inovadores, o rapper adianta que os shows, que terão mais de duas horas de duração, contarão com convidados surpresas. "Vão ter participações especiais, sim. A gente tem muita música em conjunto no rap. É sempre interessante fazer essas junções", explica o artista, que não deu spoilers de quem estará nos shows com ele.
Indicação ao Grammy Latino
Este ano, pela primeira vez, Filipe Ret foi indicado ao Grammy Latino, na categoria "Melhor Interpretação Urbana na Língua Portuguesa", com a música "Good Vibe", em parceria com Dallas e Caio Luccas. Eles disputam com nomes como Carlinhos Brown, Iza, Giulia Be e Criolo.
Sobre a indicação, o rapper não segura a emoção. "É incrível. A gente vai lá para a Espanha, né? Vamos viajar. Vamos ver se a gente traz esse canequinho tão valioso. Achei incrível a gente poder chegar nesse lugar porque vai ser maravilhoso, ainda mais sendo essa música que eu fiz com o meu parceiro Caio Luccas, que há dois anos morava em Belford Roxo e ninguém conhecia as músicas dele. E o Dallas, que é um moleque que está sempre comigo, sócio na minha gravadora, no meu selo. Então, se a gente ganhar, vamos ganhar os três", diz.
Para o cantor, o rap nacional passa por um bom momento, com muitas músicas no topo das paradas. "Significa que a gente está no caminho certo, que a gente tem que colocar a cabeça no lugar e continuar trabalhando com o que tem na mão, porque eu acho que o rap ganhou esse espaço porque não esperou espaço. Simplesmente fez com o que tinha na mão, entendeu?".
Ret acredita que para ser um bom cantor de rap é necessário ter atitude. "Acho que, em primeiro lugar, a atitude é o que mais conta no rap, né? Não é exatamente o cara que tem a melhor voz que é o melhor cara do rap. Talvez nem é o cara que tem a melhor letra que conta no rap, mas é a atitude. Porque a atitude pra mim é a coisa mais importante da música", pontua.
Erros e aprendizados
Ao olhar para trás, Ret avalia o que foi mais valioso nesses 15 anos de carreira. "Errar foi o mais importante. Sem dúvida nenhuma as falhas, os erros, os contratos ruins assinados. Acho que isso é o que você mais tem de aprendizado. Na dor você aprende mais rápido. Com o tempo você vai vendo que a sua vida virou completamente essa forma de viver, que é viver o rap, a estrada, o estúdio, viver as relações com os outros artistas, com os produtores. Então você vai aprendendo a se desenvolver nisso tudo, né? Eu acho que existe um aprendizado de uma inteligência emocional que deve ser evoluída", afirma.
O cantor ainda ressalta: "Acho que no final, em todas as partes a gente busca evoluir. Acho que os pontos mais importantes (da carreira) foram os de lançamento dos discos, sabe? É o momento mais interessante que o artista passa, aquele antes de lançar o disco e lançando o disco. Eles são as coisas que promovem os marcos da carreira do artista, ao meu ver. Então, quanto mais discos, mais guerras o artista passou e assim ele vai sobrevivendo e vivendo o que ele deve viver no processo de carreira dele".
Vícios  
Vivendo uma nova fase em sua vida, Filipe Ret conta que parou de consumir bebidas alcóolicas e cigarro. O artista relembra como o tabagismo aumentou depois da pandemia e do término de seu relacionamento com Anna Estrella. "No início eu bebia muito. Bebia para subir em todos os shows. Aí consegui me libertar do álcool. Depois entrei em drogas mais pesadas e consegui sair. Sempre fumei cigarro, mas fiquei dependente mesmo, assim, depois da pandemia e com a minha separação. E agora eu estou me libertando", comemora.
"Hoje eu estou chegando em uma realidade na qual eu não preciso mais escapar. Eu preciso de menos válvulas de escape. Então, hoje, eu consigo viver sem beber, por exemplo. Eu sou mais feliz hoje. Eu consigo viver sem a droga mais pesada. Mas eu, por exemplo, não quero parar de fumar maconha, entendeu? Eu consigo ficar em uma festa bebendo água. Não preciso beber cerveja", continua.
O rapper explica ainda como funciona seu processo para largar os vícios. "Eu não falo que eu parei de fumar porque o meu psicológico trabalha da seguinte forma: Eu posso tudo. Algumas coisas não me convêm, mas eu posso tudo. Eu me dou o direito de fazer tudo, eu só não quero. Eu não estou querendo fumar, mas se eu quiser, eu vou ali fumar um cigarrinho. Eu suspendi, mas eu posso fumar a hora que eu quiser. Porque senão entra a minha rebeldia, aí eu falo: 'não pode' e ferrou", conclui, aos risos.
Vida pessoal x profissional
Com mais de 9 milhões de seguidores no Instagram, Filipe Ret, que recentemente assumiu o namoro com a influenciadora Agatha Sá, reflete sobre a exposição da fama. "A minha vida pessoal é muito exposta, muita gente conhece. As minhas letras falam muito sobre a minha pessoalidade mesmo, sobre o meu psicológico. Mas acho que sempre foi assim. O rap não tem muito filtro, né?", diz.
O artista ainda ressalta como lida com as críticas e comentários negativos nas redes sociais. "Eu acho que o mais importante é você não responder os hates, por exemplo. Não sei se você deve perder tanto tempo assim respondendo. Porque ler a gente acaba lendo, né? Mas eu acho que as críticas negativas tem que responder trabalhando e as críticas positivas, assimilar".
Ret, então, reflete sobre o lado bom e ruim em ser famoso. "Tem que ter um psicológico forte, mas é isso. Eu estou aqui porque eu tenho um psicológico forte. Eu sou uma pessoa forte, realmente. Mas assim, a fama traz muito mais bônus que ônus. Eu acredito nisso. Eu agradeço muito a Deus por tudo que eu consegui construir até aqui. Então, eu vivo realmente a minha vida como eu sempre realmente quis. Isso é uma bênção fantástica", acredita.
"Eu sei que vão ter momentos que eu vou estar com um garfo na boca e sentado conversando com a minha namorada e vai chegar alguém tirando foto. Mas é isso. Falar para a pessoa: 'Posso tirar depois? Estou comendo agora'. Então, eu acho que isso faz parte, mas eu tenho certeza que eu tenho muito mais bônus que ônus", continua.
"Vai ter gente querendo surfar em cima do teu nome, lógico. Sempre, o tempo todo. Mas meu irmão me falou no WhatsApp esses dias: 'Cara, quando você não era conhecido, você era um alvo pequenininho. Quanto mais você cresce, qualquer flecha te acerta'. Faz todo sentido. Você tem que estar disposto a viver isso. Mas, cara, eu vivo uma vida não tenho o que reclamar. Acho que traz muito mais benefícios do que malefícios", finaliza.
SERVIÇO:
Os ingressos para a data extra do show de comemoração aos 15 anos de carreira do Filipe Ret estão disponíveis no site da Ticket 360, a partir de R$ 50 mais as taxas. A classificação é de 16 anos. As apresentações acontecem no sábado (21), às 23h, e no domingo (22), às 20h, no Jeunesse Arena, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.