Valesca Popozuda relembra início da carreira na Gaiola das Popozudas com o single 'Eu Vou Pro Baile Tacar'Divulgação/Felipe Braga

Rio - Valesca Popozuda encheu os fãs de nostalgia com o lançamento de "Eu Vou Pro Baile Tacar", novo single da funkeira em parceria com Dennis DJ, que chegou às plataformas digitais no último dia 19. A faixa resgata a sonoridade do "funk raiz" da década de 2000 e ainda vem acompanhada por um videoclipe cheio de referências aos bailes da época e à famosa Gaiola das Popozudas, grupo feminino em que a cantora iniciou sua carreira.
"A gente quis muito trazer essa lembrança, pra galera curtir, se jogar. Muita gente vai olhar o clipe e lembrar: 'Caraca, é a Valesca da Gaiola das Popozudas'", comenta a artista. Além do visual e da batida, os fãs mais antigos encontram citações ao passado até na composição do novo single, que remete ao maior sucesso do grupo, "Agora Eu Sou Solteira", iniciando com o icônico trecho "eu vou pro baile".
Segundo a carioca, a ideia de retornar à era das equipes de som veio de Dennis. "Ele tem essa referência da época icônica lá dos anos 2000, que a galera está relembrando", enfatiza Valesca. A cantora explica que a proposta era fazer uma continuação para "Tá Ok", música de Dennis DJ com Kevin O Chris que se tornou um dos maiores hits de 2023, chegando a figurar entre as 50 faixas mais ouvidas no Spotify ao redor do mundo.
"Ele falou: 'Quero trazer isso agora, porque a galera está carente de funk, até pra conhecerem um pouquinho mais da história'. Melhor do que nós dois pra falar sobre isso não existe! Porque eu sou da época dos anos 2000, tudo começou na Gaiola, e ele é da época da Furacão 2000. Então, a gente tem esse match perfeito", declara a funkeira.
"Eu Vou Pro Baile Tacar" é a segunda música de um lançamento duplo realizado por Valesca Popozuda, que também se juntou a Kevin O Chris no single "Mó Negoção", no final de setembro, já apostando em influências mais modernas. Para a cantora, as músicas carregam um clima de comemoração pelo aniversário de "Beijinho no Ombro", seu primeiro hit da carreira solo, que completou 10 anos em julho.
"'Beijinho no Ombro' foi um divisor de águas na minha vida, apesar de eu ter vários sucessos, graças a Deus. Eu estava saindo da Gaiola dos Popozudas, numa transição de carreira, e você escuta muita coisa. 'Vai dar certo, não vai pra frente, o que você vai cantar agora?' 'Beijinho no Ombro' veio pra mostrar que, quando você acredita no seu trabalho e ama o que você faz, só tem como dar certo", celebra a artista.
Conhecida como uma das fundadoras do funk feminino carioca, em especial, com as letras "proibidonas", Valesca relembra a surpresa que teve ao perceber o novo público que conquistou. "Quando eu vejo as legiões de fãs mirins que eu tenho, eu falo: 'gente, eu nem fiz um trabalho voltado pra isso'. Mas as crianças vêm de geração em geração. Eu participei do Dia das Crianças em Caxias, e cantei 'Beijinho no Ombro', e as crianças cantaram tudo. Isso é a continuidade de um trabalho excelente e prazeroso que eu fiz ao longo dos anos da minha carreira", garante. "Antes de 'Beijinho', eu tinha um público 'de A a M', hoje, eu tenho um público 'de A a Z'".
A cantora ainda fala com emoção sobre o alcance internacional do funk brasileiro, citando Anitta como uma das responsáveis por popularizar o gênero no mercado global. "Ela foi buscar uma carreira internacional lá fora, mas ela nunca esqueceu o nosso funk. E isso enaltece e faz crescer cada vez mais o nosso funk. Eu acabei de vir de uma viagem a Lisboa e Londres, e você vê que a nossa música está na boca da galera. Não só da galera brasileira, mas de pessoas que falam outras línguas e conhecem a sua música. Isso é muito gratificante. É olhar, dar aquela risadinha cínica e falar: 'P*rra, eu venci'".