Monique Rizzeto é rainha de bateria da Acadêmicos de Niterói Davi Borges / Divulgação
Rio - As rainhas e um rei de bateria prometem um grande espetáculo na Marquês de Sapucaí neste sábado (1°), durante o segundo dia de desfiles das oito escolas da Série Ouro: Tradição, União do Parque Acari, Acadêmicos de Vigário Geral, Unidos de Bangu, Unidos do Porto da Pedra, São Clemente, Acadêmicos de Niterói e Império Serrano. O cobiçado posto foi ocupado por personalidades com histórias diversas, desde veteranas no samba até novas coroações. Embora suas performances não contem pontos, elas atraem grande atenção do público e geram uma enorme expectativa. Em entrevista ao DIA, as beldades adiantaram detalhes sobre suas fantasias e prometeram brilho, luxo e muita energia na Avenida.
Este ano, a Tradição inova e vem com um rei à frente da bateria. Bruno Pinheiro, que já foi muso e ocupou o mesmo posto na Intendente Magalhães, agora, assume o cargo na na escola de Campinho. Com o enredo "Reza", a agremiação destaca a pluralidade da fé e da espiritualidade humana. "Virei representando uma grande força maligna. Um anjo das trevas que irá lutar com a força do bem que estará na bateria. No enredo trago a simbologia do lado sombrio do plano espiritual e de todo universo oculto", conta o personal trainer.
Jéssica Macedo, da União do Parque Acari, estreia no posto com um enredo que exalta um dos instrumentos mais populares do país: o violão. Sob o tema "Corda de Prata - O Retrato Musical do Povo", ela adianta: "Minha fantasia está maravilhosa, sempre ousada, como meu estilista já sabe que gosto. Ela vem representando os ventos dos pampas, que são os violeiros gaúchos, responsáveis por trazer a cultura para o sul do país", revela a dançarina de funk e musa fitness.
Princesa do Carnaval carioca de 2024, Carol Padilha, da Acadêmicos de Vigário Geral, vai sambar muito à frente da "Swing Puro" e promete atrair olhares. "Minha fantasia carrega uma forte ligação com uma tribo angolana, cheia de história e representatividade. Mas, por enquanto, esse é o único spoiler que posso dar! Ousadia faz parte do Carnaval, e minha roupa reflete isso, sempre com muito respeito à arte e à cultura do samba", destaca a artista.
Na Unidos de Bangu, Wenny Isa, de apenas 15 anos, mantém a coroa que já pertenceu a irmã, Lexa, e depois a mãe, Darlin Ferratry. Vale lembrar que, por conta do incêndio na fábrica da Maximus Confecções, a agremiação foi bastante afetada e desfilará sem possibilidade de rebaixamento ou ascensão ao Grupo Especial. A cantora explica que não pode dar muitos detalhes sobre sua fantasia, mas compartilha sua ansiedade para o desfile. "A expectativa para o desfile deste ano é enorme! Apesar dos desafios enfrentados, como as mais de 60% das fantasias queimadas no barracão, nossa garra só aumentou. A escola vai mostrar que, mesmo diante das dificuldades, seguimos firmes e com muito orgulho", diz.
Após passagens pela Mocidade e Império da Casa Verde, Andrea Andrade estreia na Unidos da Porto da Pedra e sua fantasia será uma homenagem aos povos originários. "Não posso revelar completamente o personagem, mas esperem uma referência muito respeitosa. É uma fantasia na medida certa, valoriza o corpo como o cargo exige, mas também traz muita beleza e riqueza de detalhes", afirma.
Com seis anos de reinado na São Clemente, Raphaela Gomes desfila com o enredo "Dá Voz a Quem Não Tem", levando uma mensagem sobre a diversidade do mundo animal. "Tanto eu quanto a bateria vamos representar a proteção animal. Vai ser bem lindo. Minha roupa está linda. Eu diria que nem tão comportada, nem tão pelada. Acho que mais elegante, mas não deixa de ser Carnaval", explica.
Monique Rizzeto, da Acadêmicos de Niterói desde 2024, trará uma fantasia alinhada ao enredo "Vixe Maria", que celebra a cultura do São João nordestino. "Minha fantasia está digna de uma verdadeira rainha. Sempre gosto de vir ousada, mas com muita elegância. A bateria vem em um setor mais cultural do Nordeste, simbolizando um pouco do ritmo da região, então minha fantasia vem nessa pegada mais musical", conta.
Com 25 anos de Sapucaí, Quitéria Chagas retorna ao posto de rainha na Império Serrano. A escola também foi afetada pelo incêndio que destruiu fantasias. "A gente não vai concorrer ao campeonato e voltar para o Grupo Especial. Isso nos deixa tristes, é uma sensação estranha de luto, porque, além de ter perdido uma vida, um dos nossos no incêndio, foi um ano de trabalho perdido. Mas nós iremos com tudo como se fôssemos para o campeonato, mesmo não sendo. Vamos até mais, com mais energia, porque, pelo que eu conheço a nação imperiana, ela renasce das cinzas", desabafa a atriz.
A agremiação levará à Sapucaí o enredo "O que espanta a miséria é festa", uma homenagem ao compositor Beto Sem Braço. Sobre sua fantasia, Quitéria dá um pequeno spoiler: "Represento as Melodias de Ouro no meio da bateria. Será uma roupa muito luminosa e potente. Melodias de Ouro tem a ver com a questão da representatividade desse grande compositor, do Beto Sem Braço. É um ponto-chave importante na bateria junto com o mestre Vitinho. Graças a Deus, a minha fantasia está muito linda. Espero impactar com uma fantasia diferente de tudo que já usei".
