Rosalba Nable, mãe de Isis Valverde, faz reflexão após término com o namorado, Bruno ShinaReprodução / Instagram

Rio - Rosalba Nable, mãe da atriz Isis Valverde, usou as redes sociais, nesta terça-feira, para postar um desabafo sobre as cobranças enfrentadas pelas mulheres durante a vida. A pedagoga de 57 anos, que recentemente terminou seu namoro com Bruno Shina, de 33, também aproveitou para refletir sobre o etarismo e afirmou que não irá se curvar ante as imposições sociais.
"Nós, mulheres, temos de ter pressa, muita pressa. Temos de arranjar um namorado. Noivar e casar. Ter filhos. Só um? E manter os relacionamentos, lógico. A qualquer preço. Sem isso, apesar de todos os esforços, o público ainda não estaria satisfeito", iniciou ela através do Instagram.
"O tempo todo precisando provar, validar, mostrar. E depois de tantas lutas, pronta para ser só feliz, você, mulher, se depara com uma cobrança: não se pode envelhecer. Os anos têm, obrigatoriamente, de te transformar em outra pessoa. Tudo é ridículo depois que você entardece", acrescentou.
"A opinião alheia, então, detém o poder de escolher quem você deve ser. Você deve abandonar suas versões antigas, aliás, você nem pode mais ser você. Desenham a nossa vida como um final de viagem, sem termos chegado ao fim. Suas qualidades e encantos desaparecem", lamentou a mãe de Isis.
Na sequência, Rosalba ressaltou que o preconceito parte, até mesmo, das próprias mulheres, que reproduzem preconceitos do patriarcado. "Você deixa de ser interessante e passa a ser um número de aniversários feitos. Quanto preconceito, principalmente das próprias mulheres. Pasmem. Até os elogios, são um insulto. E você percebe que se for ouvir tanto absurdo, você começa a acreditar que já não pode sonhar, nem amar, nem se permitir", ponderou.
"Pois eu, diferente, como sempre fui, entendo que Deus, ao permitir que os anos passem, nos dá uma segunda chance. Envelhecer é exercitar deuses; exercitar teclas de alto e baixo e é de dar frio na barriga essa montanha russa de possibilidades. Envelhecer é perceber que nossas almas se reencontraram. Melhor que isso, entendo que nos é dada a oportunidade de sentir ainda mais. Que futuro lindo esse de plena e total liberdade. Já exigiram tudo e já obedecemos tudo. Uma vida inteira", prosseguiu.

"Agora, temos o direito de fazer o que queremos e estar com quem queremos. Temos o direito de ir onde quisermos e o direito de não querer ir. Temos o direito de permanecer, mas somente enquanto for da nossa vontade. É preciso, então, aquietar os nossos apressados ponteiros. Com esforço, parar as horas do relógio que colocaram pendurado em nosso pescoço, nesse 'tic tac, tic tac', enlouquecedor. Apressar-se, enfim, só em ser uma amazona de suor e lágrimas, uma Alice do país das maravilhas. Livre. Plena. Com a idade e a beleza que você quiser", concluiu a pedagoga.