Rio - Narjara Turetta, de 58 anos de idade, prova que nem tudo são flores na carreira artística com a própria história de vida, quando precisou trabalhar em um carrinho de água de coco por sete anos seguidos por conta da falta de oportunidades na televisão. Após estrelar tramas como Selva de Pedra (1986), Você Decide (1994) e Vidas Cruzadas (2000), a atriz passou por uma crise financeira e contou como fez para superar as dificuldades.
fotogaleria
"Eu e minha mãe, a gente ficou numa depressão 'braba', porque o dinheiro que a gente tinha guardado acabou. Fui a programas de televisão, chorar pitangas, procurei o Gugu [Liberato], a gente era muito amigo, pedi para ele arrumar para ao menos fazer merchandising e não consegui nada", relatou no podcast Papagaio Falante, de Sérgio Mallandro e Renato Rabelo.
Ela confessa que se questionou sobre a possibilidade de voltar para os projetos como atriz. "Você está ali em cima, de repente se vê embaixo, é uma coisa estranha, que incomoda o ego da gente. Você começa a pensar: 'O que eu fiz de errado?", afirmou.
A venda de água por uma doação de um carrinho foi o que salvou a artista por anos. "Era o sustento meu e da minha mãe. A gente pagava aluguel. Muita gente me reconhecia, pensavam que era pegadinha. E as pessoas começaram a vir para me conhecer", contou.
Em 2006, Narjara conseguiu participar de Páginas de Vida depois de receber negativas do autor Manoel Carlos por ligações de telefone, mas ser notada pelo diretor Jayme Monjardim em entrevista para Luciana Gimenez. "Chorei muitas vezes na rua, no meu travesseiro, batia um desespero. Questionava 'será que um dia vou voltar?", disse ao contar que perguntou para o escritor que alguém teria algo contra ela para não ter trabalhos.
Três meses após a estreia da novela das nove que Narjara que entrou no folhetim. "Dei entrevista para o programa da Luciana Gimenez, o Jayme viu e me chamou. Quando voltei o pessoal da técnica falou: 'Você voltou para onde nunca deveria ter saído'. Eu achei tão lindo, foi tão emocionante, e isso é tão bacana quando o pessoal da técnica gosta da gente".
O detalhe é que ela ainda voltou a vender água de coco por mais três anos com o fim da novela de sucesso até conseguir novas chances na televisão. "Não teve contrato com a Globo, eu fiz por cachê, e aí quando acabou a novela, não aconteceu nada, a gente voltou a vender água de coco e ficamos mais três anos. Sou grata ao Walcyr Carrasco que me deu oportunidade em 2011 [Morde & Assopra], depois a Glória Perez [Salve Jorge]", declarou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.