Fabiana Justus inicia nova etapa de tratamento após transplante de medula Reprodução / Instagram

Rio - Fabiana Justus, de 38 anos, compartilhou, nesta quarta-feira (26), detalhes sobre um novo tratamento que está realizando após o transplante de medula óssea. A decisão de iniciar o uso de corticoide veio após exames apontarem sinais de GVHD (Graft Versus Host Disease), uma reação esperada do organismo após o procedimento, que ocorre quando a nova medula identifica o organismo como um corpo estranho e reage contra ele, mesmo quando o doador é 100% compatível.
"Estou fazendo a dieta com muito baixo carboidrato, com zero açúcar. Graças a Deus está tudo indo ótimo, como meus médicos queriam. O que está acontecendo, basicamente, é um sinal bom, porque quer dizer que minha medula pegou muito bem. Mas, quando você faz um transplante de medula, um dos riscos que tem pós-transplante é o GVHD, inclusive eu não tomo sol para não dar o GVHD de pele", explicou a influenciadora.
"Mas o que é o GVHD? Graft Versus Host Disease é a medula contra o meu corpo, porque ela entra em um corpo que ela não conhece, por mais compatibilidade que tenha. No meu caso, o meu doador é 100% compatível comigo. Mas existe esse risco do GVHD porque entra em um corpo diferente, queira ou não. Então a medula começa a atacar algumas partes do corpo como um jeito de defesa mesmo. Por um lado, os meus médicos falam que é até bom ter um pouco de GVHD pós-transplante porque significa que a medula realmente pegou e ela está super ativa", pontuou Fabiana.
O maior risco do GVHD ocorre nos primeiros 100 dias após o transplante. "Por isso eu comemorei tanto quando deu os 100 dias, porque significou que a chance é muito baixa de dar um GVHD agudo depois disso. E esse que dá após 100 dias, eles chamam de GVHD crônico e isso é uma coisa que me assustava um pouco. Eu falei com meus médicos que não gosto dessa palavra crônico, parece que vai ser para sempre. E eles falaram que não quer dizer que vai ser para sempre e a gente controlando com os remédios agora, a gente provavelmente vai conseguir tratar isso e acalmar a medula", explicou.
Diante desse cenário, os médicos decidiram iniciar o tratamento com corticoide para conter a reação da medula. "Então, como eu estou em algumas áreas do meu corpo, eles acharam melhor a gente tratar da forma que eles tratam, que é dando doses altas de corticoide. Então eu comecei a tomar doses altas de corticoide", relatou.
Apesar da eficácia do medicamento, Fabiana destacou os possíveis efeitos colaterais do tratamento. "E o corticoide, para quem não sabe, é um remédio que é um antiinflamatório muito potente e acaba dando vários efeitos colaterais. Dá insônia, agitação. Eu estou tentando priorizar meu sono. Dá inchaço, pode ganhar bastante peso se não tomar cuidado e também pode dar até uma diabetes para uma pessoa saudável, que não tem diabetes, dá uma resistência à insulina, alguma coisa assim. Então tem alguns efeitos colaterais chatos do remédio. E é o que meus médicos falaram: agora o remédio é meu aliado”, afirmou.
A influenciadora também ressaltou a importância do acompanhamento médico para evitar complicações. "Quando eu soube que ia ter que tomar o corticoide, eu já fui atrás de como tentar minimizar os efeitos colaterais do remédio. E eu sei que meus médicos vão ficar bem de olho em todos os sintomas e tudo para entender quando a gente pode ir desmamando do corticoide. Uma vez que você começa a tomar corticoide em doses altas, o desmame é super lento. Eu vou tomar a dose máxima por um tempo até eles verem que está melhorando a situação e aí eu vou desmamando o corticoide. Aí, se Deus quiser, vai gerar esse GVHD e é isso”, relatou.
Por fim, Fabiana justificou o motivo de compartilhar sua experiência publicamente, destacando que deseja ajudar outras pessoas que passam por situações semelhantes.
"Não é um mar de rosas, e eu sabia disso. Tenho um caminho ainda pela frente, mas eu estou aqui como sempre, pronta para qualquer coisa. Não vou dizer que fiquei feliz de ter esse efeito, mas era esperado. Inclusive, é o que meus médicos falam: vamos olhar pelo lado bom, o GVHD significa que a medula está ativa. Então isso é bom. Da mesma forma que ela ataca alguns órgãos, algumas coisas desnecessariamente, ela também pode atacar qualquer célula ruim que tiver sobrado de alguma maneira lá, se Deus quiser. Pode acontecer de ela mesma atacar qualquer célula ruim que possa ter sobrado. Nada para vocês se preocuparem. Mas como eu falei que ia fazer um tratamento com altas doses de corticoide, muita gente me escreveu preocupada e eu achei legal vir aqui dividir", concluiu Fabiana.