Regina Duarte e Cátia FonsecaReprodução de vídeo

Rio - Regina Duarte, de 78 anos, criticou o remake de "Vale Tudo", da TV Globo, durante em entrevista ao "PodCatia Entrevista", comandado pela apresentadora Cátia Fonseca. Intérprete de Raquel na versão original no folhetim, exibido originalmente em 1988, a veterana disse que não há necessidade de refazer a novela e explicou o motivo. 
"Remake quer dizer o que: uma escolha que fez sucesso lá atrás e está sendo refeita agora. Acho uma traição aos atores, porque se fez sucesso lá atrás... Uma coisa que não deu muito certo, foi mais ou menos, quer refazer e aprimorar, ok. Mas uma coisa que foi bem feita, bem recebida, 100% de audiência... Ah, gente", disse a atriz. 
Em seguida, Cátia contou que assistiu à cena de Raquel rasgando o vestido de noiva e Maria de Fátima e elogiou Taís Araujo e Bella Campos. "As atrizes são ótimas, mas é inevitável a gente comparar (à versão original). Comparar não as atrizes, mas o que você tem na sua mente do que foi aquele momento para você...Você já tem uma referência".
Regina reagiu: "Essa referência que é a traição aos atores que aceitam fazer um remake... Ainda mais hoje, que você entra lá no Globoplay e pode ver cenas dessa novela que está sendo refeita agora… Eu acho um privilégio viver num mundo em que o que eu fiz há 20 anos está disponível hoje", afirmou Regina. 
Condição para voltar às novelas
A artista ainda comentou a possibilidade de voltar a fazer novelas, e citou o autor Manoel Carlos. "Olha, com Maneco eu faria qualquer coisa. Se fosse o Maneco, com quem eu fiz três Helenas, fiz outras coisas também, eu não pestanejo. Maneco tem um entendimento do ser humano que é muito raro", elogiou.
Regina interpretou Helena nas novelas "História de Amor" (1995), "Por Amor" (1997) e "Páginas da Vida" (2006). Aos 92 anos, Manuel Carlos, um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira, segue recluso e afastado do trabalho após ser diagnosticado com Parkison, em 2018. 
Jair Bolsonaro
Na entrevista, Regina recordou a época em que foi secretária da cultura durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2020, e comentou o motivo que a fez aceitar o convite. "Era o Bolsonaro me chamando, um homem que eu admirava e continuo admirando", destacou ela.
"Sou curiosa, aventureira... Eu não me sentia preparada para esse cargo, mas ele disse: 'tem uma equipe maravilhosa que vai te acompanhar, você traz quem você quiser'. Nenhum amigo", contou ela, aos risos. 
A atriz ficou 74 dias no cargo. "Achei  que foi uma experiência importante para a minha vida ver como funciona o jogo político, o chamado 'chão de plenário'. Quando você tem talento, eles te elogiam assim: 'Você tem chão de plenário, você devia se candidatar'. É bom".