Rio - O velório de Lô Borges, um dos nomes mais consagrados da Música Popular Brasileira e membro fundador do Clube da Esquina, reuniu fãs, amigos e familiares nesta terça-feira (4) no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. O artista faleceu na segunda-feira (3), aos 73 anos, por falência múltipla dos órgãos, segundo informou o Hospital Unimed Contorno, onde estava internado desde 17 de outubro. O enterro foi realizado no fim da tarde, no Cemitério Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, na capital mineira. O sepultamento foi restrito a familiares e amigos.
Antes de o caixão ser fechado, como uma última homenagem, os presentes cantaram o hino do Cruzeiro, clube do coração do cantor, e as músicas 'O trem azul' e 'Paisagem da janela', dois de seus maiores sucessos. Ao deixar o Palácio das Artes, o público que aguardava do lado de fora aplaudiu a retirada do caixão e cantou outros sucessos do Clube da Esquina.
Salomão Borges Filho nasceu em 10 de janeiro de 1952, em Belo Horizonte, Lô cresceu em uma família de dez irmãos com fortes vínculos musicais. Ainda adolescente, passava horas no bairro de Santa Tereza tocando violão em rodas com amigos, privilegiando o repertório dos Beatles. Essa experiência culminou na formação do Clube da Esquina, movimento musical que fundiu influências de música mineira, rock, samba e psicodelia, e que se tornou referência na MPB.
Além de Lô Borges, o grupo contava com o irmão Márcio Borges, letrista ao lado de Fernando Brant e Ronaldo Bastos, os cantores e compositores Beto Guedes e Flávio Venturini, o guitarrista Toninho Horta, o pianista e arranjador Wagner Tiso e o baixista Novelli. Milton Nascimento, que já alcançava sucesso nacional com a canção "Travessia", liderava o coletivo, consolidando uma geração que revolucionou a música brasileira.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.