Gilberto Gil diz que só entrou em contato com racismo na adolescência
Cantor só lidou com as questões raciais quando os pais o mandaram para um colégio com poucos negros
Pedro Bial e Gilberto Gil no Conversa com BialReprodução
Por O Dia
Rio - Gilberto Gil, de 78 anos, participou do "Conversa com Bial" na noite desta quarta-feira. O cantor revelou que as questões raciais demoraram a surgir em sua vida e que só teve contato com o racismo na adolescência, quando foi estudar em um colégio de elite com poucos negros.
Galeria de Fotos
Pedro Bial e Gilberto Gil no 'Conversa com Bial'
Reprodução
Gilberto Gil
Divulgação
Gilberto Gil e a mulher Flora Gil
Reprodução / Instagram
Gilberto Gil é a principal atração do palco da Praia de Icaraí. Também farão shows o Monobloco e as bandas Faixa Etária e Bicho Solto
Leonardo Zulluh/Divulgação
Monica Martelli, João Vicente de Castro, Gilberto Gil e Fábio Porchat
Thiago Duran
Erasmo Carlos e Gilberto Gil
Divulgação/Vantoen Pereira Jr. e Carlos M. Horcades
31/12/2018 - AGÊNCIA DE NOTîCIAS - PARCEIRO - Gilberto Gil durante show no Réveillon na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio - Foto: Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
31/12/2018 - AGÊNCIA DE NOTîCIAS - PARCEIRO - Gilberto Gil e Preta Gil durante show no Réveillon na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio - Foto: Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
31/12/2018 - AGÊNCIA DE NOTîCIAS - PARCEIRO - Gilberto Gil durante show no Réveillon na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio - Foto: Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
31/12/2018 - AGÊNCIA DE NOTîCIAS - PARCEIRO - Gilberto Gil durante show no Réveillon na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio - Foto: Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
31/12/2018 - AGÊNCIA DE NOTîCIAS - PARCEIRO - Gilberto Gil durante show no Revéillon na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio - Foto: Onofre Veras/Parceiro/Agência O Dia
Onofre Veras/Parceiro/Agência O Dia
31/12/2018 - AGÊNCIA DE NOTîCIAS - PARCEIRO - Gilberto Gil durante show no Revéillon na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio - Foto: Onofre Veras/Parceiro/Agência O Dia
Onofre Veras/Parceiro/Agência O Dia
Gilberto Gil - Réveillon de Copacabana
Divulgação
Gilberto Gil com o diretor Allê Gonçalves no ensaio do especial 'O Fino da Bossa'
Marcus Godoy/Record TV
Gil emociona público na Portela com clássicos da carreira e homenagem a mestres da MPB
Wallace Barbosa / Divulgação
Gilberto Gil comanda a o show antes da queima de fogos. Mais tarde, cantor Thiaguinho se apresenta
Wallace Barbosa / Divulgação
Gil emociona público na Portela com clássicos da carreira e homenagem a mestres da MPB
Wallace Barbosa / Divulgação
Lázaro Ramos pede bênção a Gilberto Gil em programa do Canal Brasil: papo acompanhado de música
Divulgação
Gilberto Gil
Divulgação
Publicidade
"Eu só fui perceber essas questões muito depois, na adolescência, na idade quase adulta. Foi no ginásio quando começou um pouco, pois meus pais me mandaram para um colégio da elite onde o número de negros era muito pequeno; de 400 alunos, tinham dez negros na melhor das hipóteses", disse.
"Então, ali as questões do racismo, da discriminação e do deslocamento social que aquele grupo étnico sofria começaram a surgir", completou. Antes disso, o cantor nunca havia sentido nenhum tipo de discriminação contra ele ou sua família.
Publicidade
"Eu não sentia nenhuma diferença. Meu pai era uma figura proeminente na cidade, um doutor muito querido, e minha mãe era professora na escola municipal, então não havia espaço para percepção da diferença. O racismo e a discriminação não eram exercidos em relação a minha família", relembrou.
Gil afirmou que Jorge Ben Jor foi uma das pessoas que o fizeram se tornar mais consciente das questões raciais na época. "Jorge era uma afirmação clara da grandeza do negro com aquele seu canto expressivo, sua poesia, seu versejar e a beleza que trazia aos temas negros de ser", disse. "Após isso, toda a questão histórica, a escravidão, as dificuldades raciais, o racismo e o preconceito, todas essas coisas ficaram evidentes para mim", finalizou.
Publicidade
Bolsonaro
Bial lembrou que a música "Pessoa Nefasta", do álbum "Raça Humana", está sendo relacionada ao presidente Jair Bolsonaro por quem desaprova seu governo. Gil relembrou que na época de seu lançamento, muita gente a identificava com outro político, Paulo Maluf, e revelou que Bolsonaro lhe inspira oração.
Publicidade
"Que o ser pleno da compreensão o habite. Para seu próprio aperfeiçoamento e para o aperfeiçoamento das relações dele com o mundo", disse Gil.