Neném (Vladimir Brichta), Flávia (Valentina Herszage), Guilherme (Mateus Solano) e Paula (Giovanna Antonelli) de corpos trocadosfotos TV Globo / Divulgação

Rio - A novela “Quanto Mais Vida Melhor”, de Mauro Wilson, exibida pela TV Globo no horário das 19h, passou por uma grande mudança no último sábado e entrou em uma divertida nova fase. Os quatro protagonistas da trama, Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage), trocaram de corpos depois que a Morte (A Maia) resolveu fazê-los viver literalmente na pele de outra pessoa para praticar a empatia. Essa mudança foi um grande desafio para os atores, que tiveram que estudar a fundo os trejeitos e características de seus colegas de elenco.


Vladimir Brichta, que vive o jogador Neném, agora também dá vida à empresária Paula, personagem de Giovanna Antonelli. “Não existe zona de conforto para quem está atuando, mas depois que a gente trocou de corpo percebemos que existia um certo conforto nos personagens que a gente tinha criado. Nós sabíamos (sobre a mudança de corpos) desde o início da novela, então a gente de fato se preparou para isso. Combinamos uma série de coisas em termos de gestual, de coisas mais práticas, que ajudariam os nossos colegas na hora da troca, mas é óbvio que na hora de fazer é tudo novo. É desgastante. Foi um desafio muito grande”, afirma o ator.

Para Giovanna Antonelli, a mudança de corpos traz um refresco para a trama. “Uma novela é uma obra longa. Então, é muito legal a gente chegar nessa altura do campeonato e estar começando uma coisa do zero. Ao mesmo tempo que dá um refresh pra gente, o público também sente isso de novo. Uma nova novela, uma nova história, um novo olhar”, comemora.

A atriz Valentina Herzsage também estava animada para que a mudança fosse logo ao ar. “Existia um lugar de muito medo, mas eu estava animada para esse momento. A gente vinha se divertindo muito com esses personagens e essa troca virou a gente de cabeça pra baixo. A gente construiu isso de uma maneira leve. É uma brincadeira mesmo, a gente fez para o público se divertir. Os universos também ajudaram porque estão muito bem desenhados, cada personagem tem um universo muito específico. Essa troca foi pra mim uma mistura de medo e divertimento”, explica a intérprete da dançarina Flávia, que trocou de corpo com Guilherme, vivido por Mateus Solano.

Empatia

Giovanna Antonelli acredita que a troca de corpos aconteceu para que os personagens pudessem enxergar de fora o rumo que estavam tomando. “Na verdade, o tema da troca é para que cada um consiga enxergar não só os próprios erros, mas o descompasso da vida, pra onde você está andando. É para que você consiga se ligar no seu caminho, essa segunda chance é sobre transformação, sobre mudança”, diz a atriz.

Vladimir Brichta concorda. “A novela é uma comédia que se pretende leve, especialmente no momento que a gente estreou, que foi de muita dor”, afirma o ator, se referindo à pandemia da covid-19. “Então, ela como comédia tem um aspecto que pode melhorar, curar a vida das pessoas. Só que a gente também sofre de muita intolerância e falta de empatia. E empatia a gente aprende em contato, inclusive, com a arte, mas não só. A empatia é se colocar no lugar do outro. A novela quando coloca a gente pra trocar de lugar, ela coloca a gente pra aprender isso, empatia. Aprender um pouco mais a sermos tolerantes. Os personagens têm a aprender sobre isso”.
Parceria

Os quatro protagonistas comemoram a parceria dentro e fora do set. E o companheirismo entre Valentina Herzsage e Mateus Solano vem de longa data, quando eles interpretaram pai e filha na novela “Pega Pega”, também da TV Globo.

“Tem quatro anos que a gente fez a outra novela. O fato de ela ter sido colocada para passar imediatamente antes (de ‘Quanto Mais Vida, Melhor’) foi uma decisão da empresa. Então, realmente foi um reencontro. A gente se ama muito, a gente ama trabalhar juntos, somos intérpretes que emprestamos nossos corpos para aquelas personagens”, analisa Mateus Solano.

“Eu acho muito especial… A gente fez ‘Pega Pega’ e éramos pai e filha. A gente convivia muito. Agora a sensação é como se eu estivesse fazendo duas outras novelas com ele porque tem a troca de corpos. A gente pode ter um aprofundamento como dupla de atores. É como se fosse uma mini companhia de teatro. A forma como a gente ficou colado, juntos, no camarim, na cena, rindo, o suporte que a gente dá um para o outro… Nesse meio, a gente está sempre encontrando e reencontrando (colegas) com alguma distância. As vezes a gente fica anos sem ver algum ator. Então, eu acho muito especial que a gente esteja tão próximos assim repetindo essa parceria”, comemora Valentina Herzsage.