Bárbara Paz vive a vilã Úrsula em ’Além da Ilusão’Fabio Rocha / TV Globo

Rio - Depois de quatro anos longe das novelas, Bárbara Paz está de volta às telinhas em “Além da Ilusão”, da TV Globo. Na trama de Alessandra Poggi, exibida no horário das 18h, a atriz de 47 anos dá vida à vilã Úrsula, uma mulher de origem humilde, que se envolveu com um homem casado e engravidou de seu único filho, Joaquim (Danilo Mesquita). Amparada pela família de Eugênio (Marcello Novaes), Úrsula é capaz de tudo para conquistar o patrão. Bárbara comemora o retorno aos folhetins e a possibilidade interpretar uma mulher cheia de nuances.
"A Úrsula é uma vilã, dependendo do ponto de vista. Toda vilã, todo ser humano, tem um coração. Ela é uma mulher muito misteriosa, ninguém sabe do passado dela. Ela chega nessa família, é uma espécie de governanta, cuida do Eugênio como se fosse um marido. Ela trabalha na casa, mas quer ser da família. É uma mulher muito ambiciosa e apaixonada por esse homem. Mais apaixonada ainda por dinheiro, mais apaixonada ainda por ter um nome, por ter um pedigree, e ela vai passar em cima de muita gente para conseguir o que quer”, analisa a atriz, que ressalta que a personagem também flerta com o humor apesar das maldades.

“Ela é muito focada no que quer, tem muitos lados. Todo mundo tem um pouco de vilania porque todo mundo tem vários lados, e é isso que ela está fazendo. Ela é uma vilã no ponto de vista de muita gente, mas tem quase um humor. É uma personagem gostosa de fazer”, garante a atriz.
Temas importantes

A atriz também fala sobre importância dos temas discutidos pela autora, Alessandra Poggi, em "Além da Ilusão", como infanticídio, reforma agrária, direitos trabalhistas, violência doméstica. "Eu acho que a gente tem que rever por onde a gente (sociedade) começou. Ver os anos 40, como foi essa libertação da mulher, como que era viver isso… É bom a gente estar discutindo de uma forma leve, apesar de ter temas pesados, mas discutir algo que é a história do nosso país."

Bicho da atuação

Voltar aos estúdios após quatro anos foi "estranho", mas, apesar da modéstia, Bárbara Paz tirou de letra. "Estou muito feliz de estar de volta. Foram quatro anos longe e no começo foi meio estranho voltar, achei que não sabia mais fazer (novela). A gente fica longe e aí vem uma confusão mental. Mas é um prazer. A gente é mordido pelo bicho (da atuação) e vai embora”, diz a atriz sobre o tempo em que passou afastada dos folhetins. Antes de "Além da Ilusão", o último papel de Bárbara foi a personagem Jô, de "O Outro Lado do Paraíso", em 2017.
'Não é só uma bruxa má'
Um dos aspectos que deixou Bárbara Paz mais animada para dar vida a Úrsula é o fato de ela ser uma vilã, mas ainda assim permitir que a artista explore um lado mais lúdico. "A Úrsula é uma delícia de fazer porque ela é uma vilã de novela das 18h, de época, então te permite também o lúdico. Estou tentando fazer algo um pouco mais suave, mesmo sendo na vilania. Não é só uma bruxa má”, brinca a atriz, que também está amando o figurino da personagem.

"Os figurinos são lindos, a caracterização é maravilhosa. Quando eu me vesti pela primeira vez, eu pensei: ‘me identifico muito com os figurinos dos anos 40, 50’. Pra mim já é um conforto vestir essa roupa. Está me caindo bem, estou gostando muito de fazer. Estou experimentando outras coisas, somos várias, somos uma imensidão, vivem em nós inúmeras. Então, estou buscando mais uma aqui dentro", reflete.

Pandemia uniu elenco
"Além da Ilusão" foi uma das novelas que teve as gravações afetadas pela pandemia da covid-19, mas apesar de ter estreado um pouco depois do esperado, a atriz exalta o trabalho em equipe de todos os envolvidos no projeto.

“(A pandemia) Não interferiu porque a gente tem que fazer do mesmo jeito. É uma readequação e um novo modo de fazer, tem que colocar no ar e nós somos as peças que têm que ajudar isso a acontecer. É um time, todo mundo tem que estar junto. A gente perde ali e ganha aqui. Pelo contrário, a gente ficou mais junto. A gente se uniu mais, conversou mais. Talvez em outro momento, não conversaríamos certas coisas. A gente foi obrigado a conversar, foi obrigado a se juntar”.