Aos 22 anos, Felipe Coutinho estreia na Record TV na pele do soldado Ner, em 'Reis'Divulgação/Thiago de Lucena
Felipe Coutinho comenta preparação para viver soldado em 'Reis': 'Eu precisava de calma'
'Nossa história tinha que caminhar junto de alguma maneira', declarou o ator, que interpreta Ner na nova novela da Record
Rio - Em seu segundo papel na televisão, Felipe Coutinho acaba de estrear na Record TV como parte do elenco de "Reis". Na superprodução bíblica, o ator de 22 anos dá vida ao soldado Ner, que foi introduzido à trama na última terça-feira (30). Ainda iniciante na frente das câmeras, Coutinho comentou o processo que viveu para interpretar o israelita.
"A maior sombra que eu tinha nos meus pensamentos era a distância de tempo entre mim e meu personagem, entre mim e a história que nos propusemos a retratar. O medo do anacronismo, em dar um tom de brincadeira que não fosse fiel à época, o receio de ter um corpo que se movimentasse de maneira muito moderna, tudo isso passava e repassava na minha cabeça nos momentos de estudo", confessou Felipe, que estreou na TV na novela "Bom Sucesso", da Globo.
O artista ainda fez uma reflexão sobre a diferença entre o período histórico que vive e o momento em que Ner está inserido. "Estamos em um mundo instantâneo, não temos tempo para pensar, para respirar, para entender, e nesse momento, eu precisava de calma em contar a história de Ner, nossa história tinha que caminhar junto de alguma maneira", declarou.
"Ner, que é extrovertido, impulsivo, uma chama viva, e que também tem seus momentos de descontração, de cinismo carismático, de complexidade, como todos nós, mas que não é um jovem do séc XXI. Além dessa parte, teve a preparação física. Passei alguns meses na prática de musculação, que apesar de sempre ter feito parte da minha rotina, tratei do assunto com mais maturidade, como compromisso", contou Felipe.
Além disso, o jovem também precisou de aulas de montaria para representar Ner, que se destaca como soldado do exército de Israel por suas habilidades com a espada e com o arco e flecha. "Lembro que no primeiro dia não conseguia mexer as pernas, de tanto que tremiam. Os cavalos foram muito generosos comigo. Fui perdendo medo e, hoje em dia, não vejo a hora de experienciar isso de novo", disse.
Felipe aproveitou o nome de seu personagem, que significa luz, para fazer uma comparação entre si e o rapaz: "Ele brilha por ter a certeza do que quer fazer e o quão feliz é com isso. Esse é o momento onde eu falo a mesma língua que ele, separados por séculos, mas unidos por um brilho: o de fazer o que ama. Ner ama o exército, defende seu povo, sabe muito bem de onde vem a luz que o move. Eu também sei a minha luz, a encontro toda vez que piso em um palco, coloco um figurino, me posiciono para câmera ou aceito os aplausos em tempo real de quem está na plateia".
E o retorno do artista aos palcos não está muito longe de acontecer, como contou ao falar sobre novos projetos: "Acredito que o grande dilema dos atores que começam a se inserir no audiovisual seja o que fazer nos intervalos, no gap entre um papel e outro, que nem sempre vem no tempo que esperamos. Eu vou voltar aos palcos, matar a saudade do tablado, dos pés no chão, no ritualístico e famoso 'eu seguro minha mão na sua'. Vamos começar a ensaiar uma peça, a qual ainda não posso falar o nome, que deve entrar em temporada no Rio de Janeiro ainda esse ano", adiantou.


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