Maju Coutinho e Alex Escobar vão comandar a transmissão dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval carioca na TV GloboJoão Cotta / TV Globo

Rio - Depois de uma longa espera, a Marquês de Sapucaí volta a receber os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval carioca a partir desta sexta-feira. Este ano, a jornalista Maju Coutinho substitui Fátima Bernardes na transmissão da TV Globo, ao lado de Alex Escobar. Os dois apresentadores também vão contar com a companhia dos comentaristas Milton Cunha e Pretinho da Serrinha.
"Eu fiquei muito feliz e honrada em substituir a Fátima Bernardes na transmissão do Carnaval do Rio de Janeiro. Recebi essa missão com muito carinho, tem a ver com a minha ancestralidade, com negritude, com a sabedoria do povo negro, que é o Carnaval, na maior expressão da nossa cultura. Meu coração está aqui como um bumbo. Eu estou muito animada para essa estreia, esse encontro com o Carnaval do Rio, uma festa poderosa e que mexe com os meus instintos mais profundos porque essa festa, o Carnaval, a negritude, o samba, estão na minha veia", garante Maju, que dá um spoiler de como vai comandar a transmissão dos desfiles. 
"Eu acho que a Maju da transmissão vai ser um misto de tudo. Pretendo levar pitadas de informação, muita emoção e alegria pra reverenciar o povo do samba". 
Preparação
Em sua preparação para o Carnaval 2022, Maju visitou os barracões das escolas de samba e se viu ainda mais ligada a esse universo. "Quem acompanha de perto a preparação das agremiações, acredita em como aquilo é quase uma seita. Eu diria até que é mais forte do que a emoção e a comoção do futebol, pelo que eu percebi nas visitas que eu pude fazer aos barracões e às quadras. Pra quem vê de fora, é a festa, a leveza, a alegria, mas pra quem vê de dentro, as pessoas seguem as ordens, cumprem, fazem com amor, e é incrível ver a capacidade de coesão sem ponto eletrônico; uma galera interagindo, fazendo direito, fazendo aquilo acontecer, é mágico", analisa. 
Maju reforça também a importância econômica do Carnaval para as comunidades. "O Carnaval não alimenta só a alma dos integrantes das escolas, ele também é uma indústria que bota comida na mesa de muita gente que passou por um período difícil nessa paralisação por causa da pandemia, (gente que) mostrou resiliência, porque continuou na luta. Muitas escolas apoiaram a comunidade, apesar de não haver a festa, então esse retorno é importantíssimo para alimentar também o espírito carnavalesco e para movimentar essa indústria que é a nossa Hollywood", pontua a jornalista, que acredita que a folia deste ano vai ser um evento grandioso. 
"Eu acho que pode ser o maior Carnaval de todos os tempos, depois dessa paralisação de dois anos por causa da pandemia, lembrando até o que foi o Carnaval de 1919, depois da gripe espanhola, em que os foliões se esbaldaram, tiraram aquele grito da garganta e é isso que eu escutei muito nas visitas aos barracões: ‘a gente não vai cantar o samba, a gente vai gritar, a gente vai berrar esse samba’. Essa é a vontade do folião e dos componentes das escolas".