Bruna Linzmeyer viveu a Madeleine na primeira fase de ’Pantanal’TV Globo / Divulgação

Rio - Bruna Linzmeyer foi um dos grandes destaques da primeira fase do remake de "Pantanal", da TV Globo. A atriz interpretou Madeleine, uma garota mimada do Rio de Janeiro que se casa com o peão José Leôncio, vivido por Renato Góes. A artista, que se despediu da personagem no início do mês, conta como foi dar vida à patricinha e relembra os momentos de descontração com os colegas de elenco. 
"Foi uma farra. Esse encontro no Pantanal deu tempo de a gente conviver, tomar café da manhã juntos... Foi muito lindo, eu lembro quando a gente estava no estúdio e viu a Irma (Malu Rodrigues / Camila Morgado) e a Madeleine (Bruna Linzmeyer / Karine Teles) da segunda fase vestidas com o figurino... A gente falou: 'olha elas mais velhas, olha como elas são'. Foi muito especial, foi um processo muito bonito", conta a atriz, que passou alguns perrengues durante as gravações. 
"O maior perrengue era abrir e fechar as porteiras das fazenda e o deslocamento (de um local de gravação para o outro). Quando cheguei, fiquei muito impressionada com o nível de produção, uma logística inalcançável. A quantidade de gente, equipamentos... Nós ficamos em cinco, seis fazendas e a gente tinha o deslocamento todos os dias de 1h30 pra ir e 1h30 pra voltar. Ou você ia de avião. O Irandhir (Santos) não ia, ele só andava de carro. Esses deslocamentos eram intensos. Abrir e fechar porteira, poeira, cabelo, bicho...", recorda a atriz, que se mostrou uma das mais corajosas da equipe por não ter medo de desbravar o local.
"A parte dos jacarés é linda demais. Eles não são um perigo pra gente, a gente pode passar no rio com eles... Eu não vi sucuri nem onça, mas a ariranha é intensa. Quando ela passava, eu esperava na areia e depois eu entrava no rio de volta. A sensação de se sentir um animal urbano, estrangeiro no meio dos outros animais, é muito interessante. É uma inversão muito grande de uma lógica que a gente está acostumado hoje em dia", analisa. 
Defensora de Madeleine
Bruna Linzmeyer é uma defensora de Madeleine. Na primeira fase, a jovem deixa o Pantanal carregando o filho enquanto o marido, José Leôncio, está fora de casa, em comitivas pelo país. A atriz ressalta que o Pantanal é um grandioso e que tanta magnitude pode assustar. 
"O Pantanal é muito exuberante. Eu estava com o olho brilhando e ao mesmo tempo me esforçava para olhar para aquele lugar com a perspectiva da Madeleine. O encontro do Pantanal com a Madeleine não foi um bom encontro. Eu colocava esses ‘óculos’ de Madeleine e procurava onde estavam esses incômodos, essas angústias da personagem", explica. 
"Lembro de uma sensação de estar em um isolamento. Você está muito longe de tudo, não tem nada. Tem o rio, as árvores e esse horizonte sem fim. É uma planície, não tem montanha. Eu fiquei investigando essa angústia dela. Você olha e não tem fim. Ao mesmo tempo que essa sensação pode ser muito gostosa, ela também pode ser de ‘onde estou?’, de ‘quero ir embora daqui’. Para ela, esse lugar representava uma prisão, uma angústia muito grande de ficar sozinha lá", reflete a atriz, que assim como seus colegas também teve a sensação de que o local é carregado de energia. 
"Quando a gente fala de respeito pelo Pantanal, é respeito por esses encantados e encantadas que vivem nessa terra. Pedir permissão para estar ali, acessar essa energia. Eu pedi permissão. Falei ‘dá licença que vou mexer com algumas coisas aqui’ e pedi permissão para estar lá. Tenho uma crença espiritual muito grande. É muito poderoso estar numa locação como o Pantanal para fazer uma personagem, isso contribui muito para o trabalho".