Tiemi HiratsukaFabio Rocha

Rio - O reality show “No Limite”, exibido às terças e quintas na TV Globo, está em sua reta final. Com a saída de Tiemi Hiratsuka na última semana, restam apenas 10 participantes na disputa pelo prêmio de R$ 500 mil. A nipo-brasileira surpreendeu a todos ao pedir para que os integrantes da Tribo Sol votassem nela durante o último portal, cedendo assim seu lugar para que Janaron continuasse no jogo.
“Desde o início do programa, quando vi o Janaron, fiquei muito feliz por tê-lo participando e nos representando em rede nacional, sabia que ele seria muito importante para o conhecimento de nossas origens e o quanto precisamos honrá-las. Por mais que o prêmio final seja uma grande quantia, no fim das contas não foi sobre isso a minha participação nesse jogo, levei em consideração todos os meus valores e jamais passaria por cima deles!”, explica Tiemi.

“Quando o Janaron chegou na Tribo Sol e brilhou, eu tive a certeza de que eu precisava contribuir de alguma forma para que ele permanecesse no jogo por dois motivos: primeiro, por ele ser a representatividade de um povo esquecido e eu vir de uma família que honra os ancestrais; e segundo, por ele ser um candidato muito forte, que eu sentiria orgulho em disputar uma final. Sei que eu aguentaria e chegaria muito longe no jogo, mas sei também quando preciso tomar alguma atitude em prol de algo que acredito ser maior”, completa.

Outro participante que chamou atenção durante sua permanência no reality show foi Pires, ou melhor, Matheus. O carioca deu o que falar nas redes sociais e se tornou um dos favoritos do público com suas estratégias, entre elas, adotar no jogo um personagem completamente diferente de como é na vida real. Matheus Pires não esconde que entrou na disputa para causar e conta que tudo o que fez por lá foi muito bem pensado.

“Óbvio que eu sabia que estava causando, fui lá para isso, não sou ingênuo. A ideia de montar um personagem era também para gerar um entretenimento, mas eu não achei que a repercussão ia ser tão bacana como está sendo”, diz ele, que flertou com Victor Hugo e dormiu de conchinha com Lucas. “As minhas flertadas foram estratégia. Não teria a mínima chance de beijar uma pessoa que não escova o dente há 20 dias, de eu me relacionar com uma pessoa se a gente está sem tomar banho e sem higiene pessoal. Sem chance, foi pura estratégia”, garante o diretor pedagógico.

“Eu não sabia se o público ia amar ou odiar, sabia que ia ser um dos dois. E eu estava satisfeito com qualquer uma das possibilidades. Eu fui totalmente despreocupado com o cancelamento ou com a repercussão aqui fora”, declara.

Dificuldades

Uma coisa é unanimidade entre todos os integrantes do “No Limite”: participar do reality show é uma experiência transformadora. Rodrigo Moraes conta que aprendeu a lidar melhor com seus sentimentos durante o programa. “Como transformação, aprendi a lidar melhor com sentimentos, emoções e sensações, não permitindo que os pensamentos negativos tomassem conta de mim, simplesmente deixando-os passar. Foi preciso também abandonar algumas crenças e, principalmente, o apego pelas coisas. Me ajudou também a desenvolver ainda mais minha resiliência, aumentando minha capacidade de concentração, determinação e foco”, analisa.
Já Matheus acredita que agora que passou por tantas adversidades, é capaz de superar tudo que aparecer pela frente. “Agora me sinto o super-homem. O que eu quiser fazer, vou conseguir. Não tem mais nenhum desafio que eu não vá ao menos tentar. Eu ouvi muito que esse programa não era pra mim, porque eu era afeminado, era fresco, e eu pude ir lá e mostrar que quando você quer muito, quando você se dedica muito a alguma coisa, você pode ultrapassar seu limite”.

Tiemi está feliz com os rumos do jogo e diz que não mudaria nada em sua participação. “Valeu cada minuto ter vivido essa ‘aventura’. Faria tudo de novo, e não me arrependo de nada, tudo que aconteceu deveria ter acontecido dessa forma, acredito muito que nada na vida nada é por acaso”, afirma.

Tretas

Apesar das muitas tretas, Matheus, Tiemi e Rodrigo não guardam mágoas de ninguém. “Como eu me blindei muito emocionalmente para jogar esse jogo, eu não carrego nenhuma mágoa, de ninguém. Com a maioria das pessoas eu não tenho motivo para manter contato porque temos interesses diferentes. As pessoas que eu quero manter são as que tiveram algum tipo de afinidade comigo. Com certeza, o Lucas, Victor Hugo, Charles, que temos trocas suficientes para conversar”, diz Matheus.

Rodrigo conta ter feito amizades que deseja levar para a vida. “Não fiz nenhuma inimizade no programa, nem mesmo saí magoado com alguém. Tudo ali faz parte do jogo. Cabe a nós entendermos os altos e baixos que fazem parte de uma disputa direta como o ‘No Limite’. Fiz amizades ali que espero poder levar para a vida, mas todos foram especiais de alguma forma. Pela dinâmica do jogo acabamos nos identificando mais com alguns, como a Guza, Roberta, Janaron, Kamyla, Shirley, Ipojucan, Charles, Clecio, Tiemi e Flávia. Quero muito não perder o contato com eles”.

Repercussão

Matheus, Rodrigo e Tiemi estão animados com a repercussão do programa. “Eu fiz na TV o que eu gostaria que fizessem, o que eu gostaria de ver: um agente do caos, fazendo loucura e sem a mínima noção. Foi isso que eu fiz. Eu imaginava que eu ia causar ou um ou outro e deu tudo certo. Estou amando a repercussão”, diz Matheus, que completou recentemente 20 mil seguidores no Instagram.

“Eu me sinto muito acolhida e fico muito feliz com todo carinho! Tenho vontade de conhecer cada um e responder a todos! Nunca fui muito de redes sociais, confesso que isso é muita novidade, mas abrir minhas mensagens e ver que as pessoas querem me conhecer e se identificam comigo me deixa feliz e orgulhosa”, comemora Tiemi, que depois de desistir em prol de Janaron se tornou a participante mais seguida, com mais de 69 mil seguidores.