Programa ’A Roda - Conexões’ estreia neste sábado após o ’Jornal Hoje’Divulgação / TV Globo

Rio - Comandado por Chico Regueira, o programa "A Roda - Conexões" volta ao ar a partir deste sábado, depois do "Jornal Hoje", na TV Globo. A atração vai contar a história de vida de oito pessoas que encaram no dia a dia uma verdadeira gincana para conseguir se sustentar no Grande Rio. 
A baiana Cristiane Nascimento, de 42 anos, mora no Rio há 8, e sai de Nova Iguaçu diariamente às 4h300 para trabalhar em três casas de família na Zona Sul da cidade. Em uma delas, Cristiane é fixa, na outra faz diária e na terceira é babá folguista. No caminho, estuda design gráfico, mas sonha em conseguir viver das encomendas de sua empresa de personalizados de papelaria, na qual produz enfeites para festas.
"Eu sonho com muita coisa, mas, no momento, também quero que minha empresa de personalizados suba e eu não precise participar mais deste 'corre'. Vivo em mundos muito diferentes. Cabuçu não tem nada a ver com Ipanema ou Leblon. Muitas vezes, você acaba querendo dar pro seu filho, por tanto conviver com essas pessoas, essa vida, mas você não consegue. Eu me esforço o máximo que eu posso”, garante.
Outra guerreira que estará no "A Roda - Conexões" é Jéssica Lene do Nascimento, de 33 anos, que trabalha como gari, mas se desdobra ainda como garçonete, cozinheira, faz curso de alongamentos de cílios pra ganhar uma renda extra e sonha em tirar a habilitação para dirigir um trator e virar operária de máquina. "Quero sair da minha área de conforto. Eu sou gari e eu quero ter uma profissão melhor lá dentro, mesmo. Foi lá que eu me encontrei, foi lá que estou conseguindo ganhar meu espaço”, aposta.
Michele Santos de Oliveira mora no Complexo da Maré e, por ter sido mãe cedo, aos 14 anos, precisou ir à luta ainda muito nova. A jovem aprendeu a vender mercadorias na rua, atuando como “camelô”. Ela já vendeu boneca e até guarda-chuva nos dias de temporal na cidade. Agora, vende peças de bijuterias que ela mesma monta à mão.

A banca, montada na esquina da Rua Gonçalves Dias, no Centro do Rio, é o local de trabalho de Michelle. "Meu rebolado é acordar cedo para ir trabalhar e montar a banca de acessórios femininos e alguns masculinos também, no Centro. Eu fabrico as peças que estão na minha banca, é tudo feito à mão. Ali, eu boto para vender e espero as clientes chegarem. E, tem um detalhe: eu não tenho licença, né? Trabalho correndo do guarda”, explica Michele, de 36 anos, que completa: “Faço tudo na hora: atendo bem a cliente e vigio os guardas. Trabalhar na rua de camelô é difícil porque a gente tem que arrumar várias mercadorias, hoje a banca é bijús. Mas já vendi boneca, brinquedo... Se está chovendo, pego uns guarda-chuvas para vender”, revelou a vendedora.

A estudante Gabrielle da Silva Pereira também luta para conseguir trabalhar e cursar a faculdade. Moradora de Cosmos, Zona Oeste da cidade, ela precisa levantar às 4h para estar na Uerj às 7h, horário da primeira aula. De lá, retorna para casa levando novamente cerca de três horas de viagem. Na parte da tarde, dedica-se ao estágio de seis horas, e, em paralelo, realiza o trabalho de social media. “Eu quero ser professora, o que, para muitos é espanto porque a Educação não é valorizada no Brasil e em muitos lugares. Eu acredito muito no papel transformador da educação”, defende.

O primeiro episódio do ‘A Roda: Conexões’, que vai ao ar neste sábado após o ‘Jornal Hoje’, foi gravado no Complexo do Turano, na comunidade da Chacrinha, localizada entre os bairros da Tijuca e do Rio Comprido, na Zona Norte.