Valentina Schmidt com o pai, Tadeu SchmidtReprodução/Instagram

Rio - Tadeu Schmidt, de 48 anos, comentou o fato de a filha Valentina, de 20 anos, ter se declarado queer durante sua participação no programa "Papo de Segunda", do GNT. Na entrevista, o apresentador do "Big Brother Brasil" admitiu ter descoberto a orientação sexual da jovem junto aos demais, após uma publicação feita por ela nas redes sociais.
"Mudou muito pouco na minha cabeça essa declaração da Valentina. Eu só tive essa coisa: será que alguém vai ter algum preconceito com ela?", iniciou Tadeu.  "Queer é quem não se encaixa numa definição tradicional de identidade de gênero. Ela está aberta a tudo. Mas, assim, para mim não mudou absolutamente nada. Não dá nem para eu dizer que a acolhi porque... Num dia como outro qualquer, continuamos nos amando do mesmo jeito. Não fez a menor diferença. Minha filha continuou sendo a mesma", explicou.
No bate-papo, o apresentador explicou o porquê de Valentina ter escolhido publicar a declaração nas redes sociais, ao invés de comentar primeiro entre seu círculo de convivência. "Ela falou direto para a rede social. Ela postou lá e a gente foi ver na rede social. Ela sabe que comigo e com a mãe dela não tem por que ter problema. A nossa sociedade vai ser muito mais feliz quando a gente nem questionar nem debater. Se a gente for parar para pensar, é uma loucura a gente estar se importando com a orientação sexual das pessoas. Aliás, eu falei de gênero, mas é questão sexual a do queer", pontuou.
"Eu acho que a sociedade passa por uma evolução. Se a gente for ver, duzentos anos atrás, tinha gente que achava que era normal ter escravos. As pessoas defendiam que a escravidão era necessária. Do mesmo jeito que hoje tem gente que questiona a sexualidade das pessoas e tal", opinou.
O humorista Fábio Porchat, que é um dos apresentadores da atração, questionou como foi a reação da família ao ler a publicação de Valentina na web. "Nada. Não teve uma acolhida porque é desnecessário, no meu caso. Acho que ela até veio conversar com a gente e eu disse: 'Valentina, está tudo certo. Vai ser feliz'. Por acaso, ela está namorando um rapaz, saímos para jantar ontem, maior alegria", contou.
Por fim, Tadeu Schmidt assumiu que a única coisa que o incomoda são possíveis especulações de que ele só se envolve com pautas de representatividade por causa de sua primogênita. "Se tem uma coisa que eu lamentei foi quando a Valentina faz essa declaração, o conservador vai falar assim: 'Está vendo esse Tadeu? É porque a filha é 'meio assim', por isso é que ele fica defendendo essas coisas'. Eu já defendo isso há muito tempo. Defendo todas essas causas há muito tempo. E, sendo a minha filha, não mudou nada. É maravilhoso. Quero que ela seja feliz do jeito que ela quer", finalizou.
Entenda o que é queer
O termo "queer" é simbolizado pela letra "Q" na sigla LGBTQIA+ e refere-se à pessoas que não se encaixam em definições pré-estabelecidas de gênero e heterossexualidade. Ou seja, o queer não segue padrões de masculinidade ou feminilidade e também pode se relacionar com diferentes pessoas, independente do sexo biológico de cada uma delas. 
Até os anos 80, o termo "queer" era utilizado de forma pejorativa, para dizer que uma pessoa LGBT seria "estranha", "esquisita", "bizarra", reforçando a marginalização deste grupo. No entanto, ao decorrer das décadas, o termo foi ressignificado e hoje é motivo de orgulho para muitos.