’Acústico MTV: Manu Gavassi canta Fruto Proibido’ estreia nesta quinta-feiraCleiby Trevisan / Divulgação

Rio - O álbum "Fruto Proibido", de Rita Lee, lançado em 1975, foi um marco na carreira da artista com canções como "Agora só falta você" e "Ovelha Negra". Quase 50 anos depois, a cantora Manu Gavassi faz uma homenagem a Rita no "Acústico MTV: Manu Gavassi canta Fruto Proibido", que estreia a partir da meia-noite de quinta-feira (02) no serviço de streaming Paramount+ e às 20h20 no canal a cabo MTV.
No projeto, Manu Gavassi divide o palco com convidados especiais como Liniker, Lucas Silveira e Tim Bernardes, além de contar com uma banda composta somente por mulheres: Alana Ananias (baterista), Ana Karina Sebastio (contrabaixista), Juliana Vieira (violinista), Luana Jones (backing vocal), Mari Jacintho (tecladista), Michelle Abu (percussionista), Monica Agena (violinista) e Paola Evangelista Lucio (backing vocal).
"Eu escolhi esse álbum porque ele fez muito sentido na fase que eu estou vivendo. E foi uma coincidência depois eu fazer as contas e descobrir que a Rita tinha mais ou menos a minha idade nesse álbum. Ela lançou com 28, 29 anos e eu comecei com essa ideia aos 29 anos também. Na verdade, não é coincidência, é o agridoce que é ser uma jovem mulher na nossa sociedade… Eu acho que é muito incrível fazer tanto sentido regravar esse álbum quase 50 anos depois e fico muito feliz de tido coragem de ter levado esse projeto adiante", comemora Manu, que atualmente está com 30 anos. 
A artista conta que chegou a duvidar se deveria reinterpretar as canções de "Fruto Proibido". "Até chegou a passar pela minha cabeça assim: 'que audácia regravar um álbum clássico'. Foi muito louco porque eu tinha essa ideia de homenagear a Rita de alguma maneira, mas no início eu tinha muita vergonha. Eu ficava: 'ai, nada a ver, deixa a obra dela lá'. Mas eu fui amadurecendo e senti que seria uma homenagem que faria sentido pela minha fase de vida, por eu entender também que esse álbum específico da Rita é muito uma emancipação dela pós-Mutantes. É o grande sucesso, a grande transição de carreira dela", analisa.
"Como rolou esse convite do Acústico MTV, fazia muito sentido eu sugerir isso, até mais do que a minha própria obra porque eu acho que eu ainda sou uma artista muito em construção. Com todo o respeito que eu tenho à minha carreira, eu ainda estou me descobrindo. Eu vejo muito nesse acústico também uma libertação da minha voz. Coloquei a minha voz em lugares que antes me davam medo, fiz questão de manter os sons originais com que a Rita cantava. É muito mais rock n' roll, tem uns agudos, gritos... E eu sempre fui muito tímida em soltar a minha voz. Eu me desafiei e sinto que cresci como artista também nesse projeto", afirma. 
E Manu teve a benção da própria Rita Lee, de quem ela é fã, para regravar o álbum. "Eu cresci ouvindo Rita, meus pais são grandes fãs, eu lembro muito do Acústico MTV dela, tenho essa memória afetiva. Redescobri a Rita um pouco mais velha quando ela lançou 'Rita Lee: Uma autobiografia'. Tive muita clareza da artista que ela é, me identifiquei, me vi em diversos momentos e admirei muito a história daquela mulher", conta a artista. 
"Eu quis que a Rita tivesse a certeza que eu a amava e respeitava muito, que eu tinha uma compreensão muito grande do que ela significa pra ousar fazer essa homenagem. A gente teve algumas trocas ao longo dos anos. Quando eu saí do 'Big Brother' o primeiro áudio que me mostraram foi um da Rita Lee e eu falei 'meu Deus, ela sabe o meu nome'", completa. 
Emoção
O "Acústico MTV: Manu Gavassi canta Fruto Proibido" conta com algumas participações e uma das que mais mexeram com Manu foi o dueto com Liniker. "Esses dias estava reassistindo o acústico e quando chegou na parte da Liniker eu comecei a chorar. Mandei uma foto pra ela e falei: 'amiga, eu não sei nem o que te falar, não sei nem como te agradecer por ter participado desse projeto'. A gente tinha acabado de se conhecer (quando o projeto foi gravado), mas foi uma amizade instantânea e muito verdadeira. A gente se conectou de uma maneira muito profunda. É o momento mais emocionante", garante. 
Orgulho 
Manu Gavassi começou a carreira em 2010, aos 13 anos, postando covers na internet. Aos 30, a artista se sente orgulhosa da mulher e da artista que se tornou. "Eu estou orgulhando a minha criança interior, já sou o que eu queria ser quando eu era mais nova. Eu honro a minha criança interior que sonhava com isso, honro a minha adolescente, a jovem mulher que eu fui me tornando. A cada ano que passa e a cada projeto eu honro as minhas vontades e quem eu sempre quis ser". 
Pós-BBB
Uma das experiências mais "malucas" pelas quais Manu já passou foi participar do "BBB 20". Ela conta que entrou no reality, no qual conquistou o terceiro lugar, para mostrar ao público quem ela é e acredita que se saiu bem melhor do que imaginava. 
"Fui muito bem sucedida no meu plano de mostrar quem eu era dentro de um reality show, muito! Mais do que eu achei que eu seria. Isso me abriu muitas oportunidades. Eu sou muito grata, muito feliz, amo lembrar dessa experiência. Pra mim tudo a respeito dessa experiência é louco e deu certo", revela a cantora, que ficou confusa ao sair tão aclamada do programa. 
"Fiquei muito perdida, de não entender (o que estava acontecendo). Eu pensava: 'eu tinha sonhos, agora quais são eles?'. No meio dessa confusão, entender o que era pandemia, trabalhando igual a uma maluca, trabalhando muito com publicidade, entender como eu faria publicidade sem me trair, deixando do meu jeito… Foi um caos absoluto dentro de mim", relembra Manu, que precisou se afastar das redes sociais para se reencontrar. 
"Os nove meses que eu tirei sem celular, sem rede social nenhuma - e realmente foi bem arriscado fazer isso no auge -, foi o que me deu uma calma de falar: 'eu quero fazer um grande projeto'. E com grande eu quero dizer grande pra mim. Grandiosidade não quer dizer que seja extremamente mainstream ou que seja número 1. Eu não estou falando desse tipo de grande. Estou falando de grande nos meus termos de sucesso e felicidade. E é misturar tudo que eu sei fazer. Amo contar histórias através de imagem, amo dirigir, amo escrever, amo compor, contar histórias através de músicas… Todo o processo do álbum 'Gracinha' fez eu me colocar no caminho da artista que eu quero ser. E essa homenagem a Rita também vem no momento perfeito e me devolveu a confiança que eu tinha perdido", acredita.