Carol Castro estará em dose dupla na TV Globo com a reprise de ’Mulheres Apaixonadas’ e sua entrada em ’Amor Perfeito’Vinícius Mochizuki
Rio - A novela "Mulheres Apaixonadas", de Manoel Carlos, foi exibida na TV Globo pela primeira vez há 20 anos, em 2003, e marcou a estreia da atriz Carol Castro na teledramaturgia brasileira. Na pele da personagem Gracinha, Carol roubou os holofotes ao interpretar uma jovem desinibida e que entra na trama para atrapalhar o romance do casal Cláudio (Erik Marmo) e Edwiges (Carolina Dieckmann). Tantos anos depois, Carol Castro revela ainda guardar um carinho especial pelo folhetim, que será exibido novamente no "Vale a Pena Ver de Novo" a partir desta segunda-feira (29).
"Sim, claro", diz a atriz sobre ter boas lembranças da novela. "Estou adorando! Será um retorno com ar de recomeço. Vai ser interessante a nova geração conhecer meu primeiro trabalho e, ao mesmo tempo, conhecer melhor como atuo hoje em dia. É curioso, porque eu era muito nova e muito 'crua' no quesito televisão. Já havia feito teatro desde nova, cinema, publicidade, mas nada na TV. Eu estava em cartaz com a peça 'Terror na Praia', no antigo Teatro Villa Lobos, quando o produtor de elenco me viu e me chamou para ser a Gracinha, porque eu me encaixava no perfil que o diretor estava procurando. Fiquei em êxtase", relembra.
Por Gracinha ser um obstáculo ao romance de um casal muito querido pelos telespectadores da novela, Carol conta que o público passou a odiá-la. "Eu era literalmente odiada por todos", dispara, aos risos. "Até hoje tem mulheres que comentam comigo: 'Como eu odiava aquela Gracinha!'", completa a atriz, que acredita que com a reexibição da novela as pessoas vão ter um novo olhar para a personagem. "Mas acho que hoje os comentários seriam diferentes. São outros tempos", analisa.
Carol não tem o costume de rever seus personagens, mas nas poucas vezes em que reassiste a cenas antigas, gosta de acompanhar a própria evolução. "Não costumo rever, mas sempre que acontece é interessante ver a evolução, a maturidade, como tudo muda. Na época da Gracinha, por exemplo, eu era crua, com nenhuma quilometragem de TV, nem tempo de set de filmagem suficiente para passar mais experiência. Mas acho que era isso que estavam procurando: uma atriz nova com esse frescor de começo; uma certa ingenuidade que dá veracidade ao papel. Eu lembro que tentei muito entrar na Globo, já tinha até mandado currículo por correio", revela.
Aos 39 anos de idade e 30 de carreira — entre teatro, cinema e TV —, Carol garante que muita coisa mudou desde que deu vida a Gracinha. "A gente vai amadurecendo, aprendendo, ganhando bagagem, experiência. Hoje, sou muito diferente daquela época. Mais segura, mais experiente, com mais autoconhecimento", enumera a atriz, que não está apreensiva com a chegada dos 40 anos em 2024. "É uma fase curiosa; me sinto muito melhor do que aos 20, porque me conheço melhor. Sei o que quero e como quero", afirma.
Realizada pessoal e profissionalmente, Carol avalia sua trajetória como "uma montanha russa de emoções". "Tenho orgulho da minha trajetória. Nunca usei meios escusos, vim do teatro, então a fama nunca foi um objetivo. Tenho amor pelo meu ofício e pela arte. Hoje em dia, tenho trabalhos distintos, mais maduros e isso me deixa feliz", explica.
Dose dupla na telinha
Em breve Carol poderá ser vista em dose dupla nas telinhas da Globo, já que ela está prestes a entrar na novela "Amor Perfeito", de Duca Rachid, Júlio Fischer e Elisio Lopes Jr., que está sendo exibida na faixa das 18h.
"Recebo sempre mensagens muito queridas nas redes sociais perguntando sobre minha volta à TV. Então, agora teremos em dose dupla. Fico muito feliz com isso. Esse ano faço 30 anos de profissão, sendo que 17 foram na Globo. É bastante tempo! Sou eternamente grata ao Maneco pelo presente que foi a Gracinha e também ao Ricardo Waddington (diretor) e ao Luiz Antônio Rocha (produtor de elenco). Anos depois, o Luiz ainda me chamou para fazer o teste para a Iolanda, de "Velho Chico", que foi a minha personagem mais marcante de interpretação. Estou muito feliz com esse reencontro com o meu início na TV", comemora.
Em "Amor Perfeito", a artista interpretará Darlene, um antigo amor do Frei João (Allan Souza Lima). "Ela é um pouco misteriosa no começo da trama, mas uma mulher muito forte, uma mãe leoa e cheia de atitude. Ela foi ativista no passado. Então não preciso falar mais nada, né? Uma mulher empoderada (dentro do possível para época) e um pouco à frente do seu tempo", revela a atriz sobre sua personagem.
Darlene também é mãe de Clarinha (Vitória Pabst), uma menina que vive em uma cadeira de rodas após contrair poliomielite. A trama vai abordar a importância da vacinação. "Esse foi o grande motivo pelo qual aceitei esse papel. Ser porta voz da importância da vacinação! Sem contar que atuar com a Vitória Pabst também seria incrível. Já está sendo", diz Carol Castro.
A atriz surgirá com os cabelos mais curtinhos no folhetim. Para ela, a mudança de visual não foi um problema. "O meu lema é fora da zona de conforto. Sempre. Se tiver que cortar, alongar, raspar, pintar, eu vou amar! É disso que gosto, de mudar pela personagem", garante.
Cinema
Carol Castro também tem feito sucesso no cinema com o filme "Ninguém é de Ninguém", que mostra a vida do casal Gabriela (Carol Castro) e Roberto (Danton Mello) e seus dois filhos. Desempregado Roberto acaba sendo sustentado por Gabriela. O relacionamento com o passar do tempo faz com que o marido tenha um ciúme doentio pela mulher. Carol conta que também já passou por uma situação semelhante.
"Sim. Durante a leitura do filme tive esse gatilho. Foi muito forte! Vi que passei por diversas situações absurdas e que não me dei conta na época. O filme mudou a minha vida e a minha maneira de ver o que é o amor e um relacionamento saudável", revela.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.