Marco Pigossi participa do Conversa com BialReprodução de vídeo / TV Globo

Rio - Marco Pigossi participou do "Conversa com Bial", da TV Globo, nesta segunda-feira, e relembrou o início do namoro com o cineasta italiano Marco Calvani. No programa, o ator ainda comentou o processo para assumir publicamente sua orientação sexual e seu relacionamento. 
"Se a gente pensar que um corpo heterossexual não precisa passar por esse processo, por que um corpo homossexual ainda precisa e tem que passar por esse processo?", questionou o ator, que assumiu o namoro com o cineasta em uma publicação no Instagram em 2021. 
"A gente ainda está lutando por Direitos Civis, pelo direito à existência, pela ausência de preconceito e um monte de questões sociais. Quanto mais a gente fala, expõe e mostra essa autoaceitação, mais natural a gente faz o caminho para as próximas gerações. Sou eternamente grato às gerações que vieram antes de mim, que passaram por coisas que eu não consigo nem imaginar. Até o dia que a gente não vai precisar mais colocar, aí vai ser o mundo perfeito", comentou. 
Pigossi também falou sobre a mudança para os Estados Unidos e disse que conheceu Marco durante a produção do longa "Best Place in The Word". "Vai fazer três anos que a gente se conheceu em Los Angeles, em outubro de 2020. Ele morava em Nova York e, depois a gente veio morar junto aqui", recordou. 
Medo de consequências na carreira
Marco já atuou em 12 novelas, além de séries, filmes e peças. Durante a entrevista com Pedro Bial, o ator afirmou que teve medo de sofrer consequências na carreira após assumir que era gay. "Nunca foi uma coisa direta, nunca me foi pedido que isso fosse aberto ou falado sobre. Mas era velado, a partir de relatos, conversas e coisas que eu ouvia das pessoas. E isso é um pensamento super antigo, porque a gente mostrou através de outros atores que isso é uma grande besteira. O trabalho de atores e atrizes vai muito além disso", disse. 
"A gente tem muito medo de como isso vai ressoar para as pessoas ao redor. E a gente acabava ouvindo coisas dos próprios pais, que vem de um lugar total de amor e proteção, que é aquele discurso 'eu tenho muito medo que você sofra'. E isso já causa na gente um medo de existir por si mesmo, que é onde a gente tem medo do que as pessoas vão achar. E, para mim, foi um processo diferente, porque esse processo de autoaceitação e me reconhecer como homossexual passou por um lugar muito diferente, porque era público. Era para um país inteiro. Eu tinha um medo profissional muito grande", finalizou.