Giovana Cordeiro é a protagonista de ’Fuzuê’Fabio Rocha/Globo
Rio - Depois de brilhar como a Xaviera em "Mar do Sertão", a atriz Giovana Cordeiro está prestes a encarar um novo desafio. A artista de 26 anos é a protagonista de "Fuzuê", novela de Gustavo Reiz que vai substituir "Vai na Fé" no horário das 19h na TV Globo, com previsão de estreia para agosto. Giovana não poderia estar mais feliz com a oportunidade e conta que se sente segura para encarar essa responsabilidade.
"Ser a protagonista dá trabalho", dispara, aos risos. "É tipo o meme 'expectativa x realidade'. Mas eu gosto muito mais da realidade do que de qualquer expectativa: ela é surpreendente, é cansativa, é uma responsabilidade enorme... Mas eu já estava preparada para receber isso na minha vida. Tudo que eu preciso fazer na minha vida para acolher essa demanda da quantidade de cenas gravadas, do trabalho que eu levo para casa também, eu fiz antes de a novela começar. Estruturei toda minha vida para receber esse momento", garante.
Mulher forte
Em "Fuzuê", a atriz dá vida a Luna, uma mulher simples, moradora do Bairro de Fátima, no centro do Rio de Janeiro, que busca incansavelmente por pistas que desvendem o paradeiro de sua mãe, Maria Navalha (Olivia Araújo), ex-cantora da Lapa, que desapareceu misteriosamente. Ela não sabe, mas é irmã da empresária Preciosa (Marina Ruy Barbosa), que recebe como herança do pai delas, Cesar Montebello (Leopoldo Pacheco), documentos que indicam a localização de uma fortuna escondida.
Preciosa deveria dividir todo o seu patrimônio com Luna, incluindo o tesouro que ainda precisa ser encontrado. No entanto, a empresária queima todo e qualquer vestígio que comprove a identidade dessa irmã. Mas a vida fará com que as duas se encontrem, sem saber dos laços sanguíneos que as unem.
"A Luna e a Preciosa (Marina Ruy Barbosa) são irmãs, mas elas foram criadas em realidades completamente diferentes. Elas têm muita coisa em comum, quando a gente para pra analisar a fundo cada personalidade, e a vocação que elas têm também é bem semelhante. Mas elas têm tanta coisa oposta, tantos valores e princípios que são divergentes que eu agora acho muito difícil pensar que, em algum momento, elas vão se entender. Mas eu espero, pela paz mundial, que as duas criem uma relação de afeto entre elas (risos). Porque quando elas se encontram, é confusão!", garante Giovana.
Para a atriz, Luna é uma mulher forte, que cultiva valores como lealdade e amizade. "A Luna é uma mulher forte, guerreira, trabalhadora, que faz de tudo para encontrar sua mãe. Nessa busca dela pela mãe, ela acaba descobrindo e se enredando em uma caça ao tesouro. É justamente essa caçada que movimenta a história inteira. Tem aventura, mistério e suspense relacionados a esse tesouro. Mas a Luna não tem interesse nisso. Para ela, o tesouro dela é a mãe, a família, os valores que ela cultiva — lealdade, amizade... Luna não acredita que as coisas na vida venham de uma forma fácil. Então, ela trabalha muito para conquistar as coisas que deseja. Ela é uma mulher muito sensível, que tem um olhar para vida surpreendente", diz Giovana sobre sua personagem.
"Ela trabalha com biojoias, dando vida nova a objetos que seriam descartados. Eu estou particularmente feliz por contar essa história em uma novela. E espero que essa mensagem seja passada, seja levada adiante, e que esse assunto cresça nos nossos debates. A Luna reutiliza objetos como garrafa PET, anel de latinha e cápsula de café para criar acessórios, para dar vida nova aos objetos, para gerar empregos, diminuir o impacto do nosso consumo no meio ambiente. Ela é muito ligada a essas alternativas. O propósito dela é esse: fazer a diferença na vida das pessoas sempre pensando no bem-estar coletivo. Ela é muito cuidadosa, cuidadora, tem um coração gigante. Mas se pisar no calo dela, ela grita (risos). Não tentem passar a Luna para trás porque ela é filha de Maria Navalha, ela sabe muito bem se defender... Não abaixa a cabeça, não deixa ninguém se criar em cima dela. Ela é forte!", garante.
Triângulo amoroso
No folhetim, Luna será disputada por dois galãs: Miguel (Nicolas Prattes) e Jefinho (Micael Borges). Giovana é só elogios para os colegas de elenco e acredita que o público vai ficar indeciso sobre quem deve ganhar o coração da mocinha.
"Eu acho que esse triângulo amoroso vai dar em dúvida (risos). Não para Luna, mas para quem estiver assistindo. São dois grandes atores fazendo dois personagens muito bem construídos, muito bem escritos. Personagens adoráveis. Eu assisto e já amo os dois. Acho que a Luna também ama os dois verdadeiramente", afirma.
"Ela tem um carinho enorme pelo Jefinho e se apaixona verdadeiramente pelo Miguel. Durante a trama, eu espero muito que isso seja explorado. Para a gente, como espectador, fica com a dúvida: com quem eu quero que a Luna fique? E eu tenho certeza de que essa dúvida vai surgir, que a torcida vai ficar dividida porque tanto com um quanto com outro a relação envolve muito afeto".
Inspiração
Para construir a personagem, a atriz revela que não se inspirou em nenhuma pessoa em específico, mas sim em sensações e até mesmo na lua. "Pode parecer bobagem, mas não é! A lua é uma grande inspiração para mim. A lua representa as emoções, o lado feminino, o que precisa ser desvendado... A lua fala sobre intuição, autoconfiança... E nesse sentido, para construir a minha Luna, a lua tem sido uma grande inspiração. Eu busquei muitas inspirações também nas noites da Lapa, no centro da cidade do Rio, nas histórias da malandragem para construir a base dela, a força e o jogo de cintura que ela precisa ter para encarar os desafios da vida dela. Continuo buscando muitas inspirações, mas, desta vez, acho que não tem uma pessoa que me inspire", afirma.
"Há muitas figuras. Eu busquei muita referência visual, porque sabia que ela teria essa característica de usar muitos acessórios, muitas joias e biojoias. Assisti a muita comédia romântica, a muitos filmes de suspense, filmes relacionados a caça ao tesouro para entender como esse personagem, que está nesta busca, é guiado na história; como dar valor de fato a isso que nunca é visto. E para Luna, eu busco sensações", completa.
Desafio
"Mar do Sertão", última novela de Giovana antes de "Fuzuê", se passava em uma cidade de interior. Agora, a atriz está imersa no agito do Centro do Rio de Janeiro. Para ela, todas essas mudanças de um folhetim para o outro são uma chance de aprender cada vez mais.
"O mais interessante desse processo de 'Fuzuê' tem sido essa adaptação para esta nova linguagem. Eu acho que é uma grande oportunidade que eu estou tendo como atriz de experimentar um mundo completamente diferente do que eu acabei de vivenciar em 'Mar do Sertão'. Essas nuances diferentes - de texto, de direção, de equipe, de traço de personagem - têm me instigado muito a sair de lugares já conhecidos, a pesquisar lugares interessantes que me estimulem como artista para criar um personagem novo, diferente. Essas adaptações são muito estimulantes para mim", explica.
Clima dos bastidores
Giovana revela que o clima nos bastidores é de muito trabalho, alegria e também de expectativa para a estreia da novela.
"Está sendo uma delícia conhecer esse universo de ‘Fuzuê’, estar perto desses artistas que trazem outros aprendizados para mim. A troca, para mim, é sempre muito rica. Estou sempre aberta e muito atenta para aprender. Estou o tempo inteiro observando como esses atores trabalham. Fiz bastante isso em 'Mar do Sertão'. E agora em 'Fuzuê' eu também observo muito esses atores que eu tanto admiro. Estou doida para começar a gravar com Lilia Cabral, doida para gravar mais uma vez com Olívia Araújo. E quando eu fico diante dessas entidades da dramaturgia, eu observo. Está sendo um momento de pisar nesta terra que já é firme e pisar firme junto, reconhecer esse caminho, reconhecer esse cenário e me divertir. Porque essa novela é isso, ela é leveza, entrosamento, e já estamos com esse clima bem estabelecido entre a gente".
Fuzuê
Questionada se já passou por um "fuzuê", Giovanna se diverte. "A vida do povo brasileiro é um fuzuê, né?! E a gente gosta disso, do fuzuê da nossa alegria, da nossa diversidade, do nosso calor, do nosso Carnaval, da nossa festividade. O fuzuê dos nossos costumes. E o fuzuê também do nosso corre, daquela coragem que faz a gente batalhar pelo que a gente acredita, aquela insistência mesmo em tempos difíceis de conseguir o que a gente quer", inicia.
"Eu já passei por várias situações como esta: de se perceber no momento da vida em que tudo acontece ao mesmo tempo e você fala: Meu Deus!' (risos). É desse fuzuê que a gente está falando. Eu me identifico muito, já me vi em várias situações assim", finaliza.
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