Fernando Fernandes é o apresentador de ’No Limite - Amazônia’Globo/Mauricio Fidalgo

Rio - O reality show "No Limite - Amazônia" chega às telinhas da TV Globo nesta terça-feira e promete muitas novidades. A primeira delas é a mudança de cenário: no lugar das dunas e praias paradisíacas, entra a beleza imponente da Amazônia. E, depois de muitos pedidos dos telespectadores, o campeão do programa deixará de ser decidido por votação popular e será definido em um grande desafio. Além disso, o elenco conta com algumas celebridades, como Carol Nakamura, Claudio Heinrich, Monica Carvalho e Paulo Vilhena. Sem falar no retorno de Pipa, vice-campeã da primeira edição da atração. 
Fernando Fernandes volta ao posto de apresentador do reality show e comenta os desafios de gravar na floresta. "Tudo aqui é muito difícil, mas ao mesmo tempo é tudo muito lindo. Então, ao mesmo tempo que a Amazônia te encanta pela beleza, por tudo que ela proporciona como natureza, ela também te amedronta. Durante o passar dos dias aqui, a gente vai vendo que estamos no limite mesmo. Estamos no limite o tempo inteiro, na hora de gravar, nos desafios, na forma que a gente vai para as gravações. A gente vem preparado e achando que sabe alguma coisa, que conhece alguma coisa sobre a floresta, mas quando a gente cai pra dentro dela, a gente está no auge da cheia, da chuva... O calor daqui é algo que eu nunca senti na minha vida. Então, é no limite pra todo mundo aqui", garante. 
"E, claro, não posso deixar de falar que eu estou sentado numa cadeirinha... Então, tenho que criar meus caminhos pelo meio da floresta, pelo meio da mata", completa o apresentador, que perdeu o movimento das pernas após um acidente de carro em 2009. 
Fernando já está acostumado a comandar programas e quadros de esporte na televisão, mas o desafio de encarar a Amazônia é ainda maior. "O programa está muito mais difícil. Eu, particularmente, já vivia o ambiente onde foram as outras temporadas, já venho numa série de temporadas em praias e dunas, onde tinha um certo controle sobre tudo que acontecia lá. Quando partiu com essa decisão de Amazônia, quando eu recebi essa notícia, confesso que eu dei uma travada. Falei: 'E agora? Pra onde eu vou? Como é que eu faço? Como eu vou me locomover no meio dessa floresta?. E isso não é só pra mim, é para a parte técnica também... Mas essa questão de desafio é uma coisa que sempre mexeu comigo e sempre me motivou. A zona de conforto pra mim é estar no meio desse furacão, dessa bagunça a ser arrumada, o novo me provoca muito". 
Desafios
Diretor de Conteúdo da TV Globo, Gabriel Jacome conta que a produção escutou os pedidos do público e, por isso, a forma de selecionar o campeão do programa foi alterada. "A final sempre foi algo muito polemizado porque existem vários tipos de finais ao redor do mundo (no 'Survivor', formato do qual o 'No Limite' foi originado). Uma das coisas que a gente escutava muito era sobre a final com votação do público, porque isso tiraria, de certa forma, a justiça do participante. Depois que o participante teve toda uma jornada de superação, de desafios, enfrentando todas as adversidades, o vencedor seria escolhido apenas pelo 'queridômetro'. Então, a gente optou por nessa temporada não ter a participação de casa. O vencedor vai ser definido por uma prova", explica. 
"O público não tem mais essa força de votar, mas ele tem uma experiência genuína de se sentir dentro do programa. A gente vai fazer com que o espectador tenha uma nova experiência assistindo ao 'No Limite'. Eles vão se sentir andando com o Fernando, com os participantes...", completa Rodrigo Gianetto, que está estreando na direção geral do formato. 
Respeito à natureza
A equipe do "No Limite - Amazônia" revela que procurou se integrar e respeitar a floresta, em uma tentativa de evitar causar danos ao local. "Um ponto muito interessante dessa nova temporada é que a gente procurou se integrar à natureza, se integrar à floresta, entrar organicamente nesse espaço, com respeito e fazendo com que ele nos proporcione os desafios", explica Fernando Fernandes. 
"A Amazônia é um dos lugares que são o centro das atenções no mundo. A gente sabe a importância da Amazônia, do meio ambiente, dos povos que aqui vivem. O desafio é a gente integrar a produção do 'No Limite' dentro de um lugar tão remoto e tão inóspito, com todo respeito que a Amazônia requer. Mas quando a gente viu a Amazônia, a gente falou: 'o desafio está pronto'. A gente não precisa cortar uma árvore. As árvores são o obstáculo natural incrível. É o homem sendo desafiado pela Amazônia. Para você competir com a Amazônia a regra é: em primeiro lugar, você precisa ter muito respeito por onde você está pisando", diz Gianetto.
Famosos
Entre os 15 participantes de "No Limite - Amazônia", estão a ex-bailarina do "Faustão" Carol Nakamura e os atores Claudio Heinrich, Monica Carvalho e Paulo Vilhena. Gabriel Jacome garante que ser famoso não influencia em nada em um reality show como o "No Limite". "O 'No Limite' é um reality em que não vale de nada ser famoso. Até há um primeiro choque: 'meu Deus, o Claudio Heinrich'. Mas isso não tem nenhum valor. Ele vai ter que lutar pra sobreviver, escapar dos votos, vai ter que dar o melhor de si, na raça, suor, lágrimas, sangue pra vencer as provas...", inicia. 
"É interessante porque a gente busca a diversidade e essas relações muito diferentes pra tentar representar essa situação, que é única. Nenhum de nós passa por uma situação dessas corriqueiramente, de estar com tanta gente diferente de você. A gente sempre tenta ir para as nossas bolhas de amigos, conhecidos. A gente transita melhor assim. Então, colocar pessoas tão diferentes é interessante pro programa. E os famosos vem com a sua bagagem, de conhecimento, de vida, tanto quanto os anônimos. É esse conflito, é essa mistura, essa heterogeneidade que dão conteúdo pro programa", completa. 
"Nós passamos por muitos nomes pra chegar nessa seleção final e o maior critério pra gente foi a pessoa querer participar dessa experiencia e chegar à final. A gente não queria ter famosos ou celebridades só por serem celebridades. A gente queria celebridades que estivessem dispostas a participar, a se jogar", garante Allan Lico, da Endemol Shine Brasil. 
Comidas exóticas
Um dos momentos mais esperados pelos telespectadores do "No Limite" são os desafios que envolvem comidas exóticas. Nesta temporada, no entanto, a dinâmica será um pouco diferente. "Todo o cardápio foi baseado em uma alimentação amazônica, com alimentos locais da época. A gente trabalhou com consultores locais de nutrição e chefs para a gente poder, sim, fazer essa referência local e trazer os elementos disponíveis na região, mas também garantir que os participantes vão ter todos os nutrientes necessários para uma boa alimentação. E a floresta amazônica dá até demais, você em tudo que precisa, se você souber procurar nos lugares certos", diz Gabriel Jacome.
"Existe também um desafio de mudança de rotina alimentar. A gente sabe que a Amazônia tem muito a oferecer, mas faz parte da experiencia você ter uma transição alimentar. A floresta oferece muito em riqueza nutricional, mas é um desafio você se adaptar a isso. Nem sempre os competidores têm alimentos que estão acostumados. As pessoas perguntam do olho de cabra, gostam dessa história da comida, e ela está inserida de uma forma muito natural no programa. A gente vai ter muito do exótico também", completa Rodrigo Gianetto.
"Uma mudança é que o alimento na floresta é algo sagrado e algo muito importante. A gente vai tratar dessa forma, nunca com asco, com nojo… Pode ser que surja diferença e estranhamento, porque tem muita coisa que a gente não está acostumado. Essa surpresa e esse caráter exótico vão estar presentes, mas sempre com muito respeito, com reverência ao que a floresta fornece", finaliza Jacome.