Clara Moneke celebrou o sucesso de 'Vai na Fé' em participação no 'Conversa com Bial' desta segunda-feiraReprodução/Globo
Rio - Clara Moneke, de 24 anos, colhe os frutos do sucesso após conquistar o público na pele de Kate, em "Vai na Fé", da TV Globo. Enquanto a novela de Rosane Svartman se encaminha para o final, a atriz celebrou a recepção que a personagem teve e relembrou a expectativa que antecedeu a estreia da obra, substituindo "Cara e Coragem" na faixa das sete.
"No primeiro capítulo da novela, eu estava num cagaço. Apesar de todo mundo falar que a novela estava legal, até eu conseguir ver, era muito difícil. Novela é impactante. A gente não vê antes nada! A série, você até esquece o que fez, porque demora a sair. O cinema demora mais. Eu me perguntava: será que está ficando bom esse bagulho?", contou a artista, em participação no "Conversa com Bial" desta segunda-feira.
Em seguida, Clara entregou a reação que teve quando começou a ser reconhecida na rua pela personagem que interpreta na trama. "O público desde o início me deu um termômetro muito certeiro. Novela é um dos meios do audiovisual mais popular. As pessoas na rua foram meu primeiro termômetro. Saindo de casa, no Carnaval, a novela estreou no dia 16 de janeiro e no início de março já não estava conseguindo andar na rua. Isso foi impactante. Cara, as pessoas veem novela mesmo! Eu era uma jovem que não via novela. Era jovem do streaming, do filme, da série. E ver os jovens me gritando na rua! Gritavam 'Kate-lícia'", brincou.
Nascida em São Paulo, mas criada em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, a atriz também avaliou as semelhanças que tem com Kate: "Já fui pior que ela. A autoconfiança é semelhante e gosto de vencer. Kate é positiva, sabe que vai vencer, só não sabe como. Ela olha para a frente, vê objetivo e corre atrás, apesar de todos os percalços. Ela é uma jovem periférica, de 18 anos. Eu, como Clara consciente, tenho um pouco mais de foco do que a Kate", comentou.
A artista também revelou que, depois de sete anos de carreira no teatro, não pensava em trabalhar na TV, quando foi chamada para as audições da novela de uma maneira inesperada. “Estava indo para academia e recebi mensagem no Instagram da Patrícia Rache (produtora de elenco da novela). Não seguia essa pessoa e ela me convidou para fazer teste para a novela da Globo. Óbvio que não acreditei. Meu Insta é fechado. Uma pessoa me chamando, desconhecida... Nunca procurei, nunca fiz aproximação para a Rede Globo. Ela me convenceu que era verdade”, relatou.
Clara Moneke é fruto do relacionamento entre uma brasileira e o nigeriano. Durante o programa, a atriz falou sobre a perda da mãe, Marilene Pereira Mariano, há três anos, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) aos 61 anos. A artista contou que o período do luto a levou a se conectar com suas raízes através da fé: "O amor da minha família me ajudou muito, juntamente com a religião, o Candomblé", afirmou.
"A religião sempre foi próxima a nossa família como cultura. Mãe sempre foi militante de movimento negro, sempre foi pelas ações afirmativas. Sempre tivemos quadro e bonequinhos de orixás, falava sobre África como cultura porque valorizava muito, mas não dentro da religião. A morte da minha mãe começou essa falta da conexão espiritual, da conexão ancestral. E eu sempre soube que, se eu precisasse seguir uma religião, seria de matrizes africanas", continuou ela.
A atriz ainda explicou o papel da da religião em sua vida atualmente: "Amo fé, espiritualidade, ir a uma igreja e ver as pessoas inflamadas e cantando, acho linda a fé. Crer no nada, no impossível e isso é muito. Sou apaixonada por isso. Escolhei a religião porque acredito que a umbanda e o candomblé são um presente para nós, pretos diaspóricos. Não que a religião seja para a gente, mas foi deixada pelos nossos ancestrais, essa herança espiritual", declarou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.