Douglas Silva e Maria Flor celebram parceria profissional como pai e filha na novela 'Fuzuê'Divulgação/João Pedro Januário

Rio - Douglas Silva, de 34 anos, define como "surreal" a experiência de contracenar com a própria filha, Maria Flor, de 11, na novela "Fuzuê", que substitui "Vai na Fé" na faixa das 19h a partir de segunda-feira (14). Na véspera do Dia dos Pais, o ator e a herdeira revelam a emoção de se tornarem colegas de trabalho no projeto que marca o retorno de DG em uma produção para a TV aberta e a estreia de Maria nas telinhas.
"Eu acho que nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar isso, que a Maria iria trabalhar como atriz e iniciar junto comigo, no mesmo projeto, não tinha como eu planejar isso", comenta o ex-participante do "BBB 22", que também é pai de Morena, de 3 anos. As duas meninas são fruto do casamento de Douglas com a influenciadora digital Carol Brito.
Conhecido por sua atuação como o Dadinho do aclamado filme "Cidade de Deus" (2002), o ator celebra o momento que vive com a primogênita. "Tem um 'quê' de nostalgia pra mim, porque minha filha está numa novela das 19h, é um personagem no núcleo principal e eu comecei com essa idade. Só que o jeito como a Maria Flor administra isso é totalmente diferente do jeito que eu administrava na minha época, até porque somos ganhamos de realidades diferentes. Hoje em dia, ela tem todo o suporte, meu, da mãe, da empresa. Na minha época, eu tinha o suporte da minha mãe, mas não era 100%. Porque minha mãe não era só 'minha mãe', ela era a mãe de mais quatro e trabalhava em dois empregos", relembra.
Enquanto isso, Maria Flor não economiza nos elogios ao falar sobre a parceria em cena com o pai. "É uma sensação incrível estar com o meu pai nessa minha primeira novela. Porque ter alguém com quem eu tenha um vínculo, que eu tenho uma intimidade gigantesca, deixa tudo mais confortável. Eu fico muito mais tranquila. De início, é ótimo ter alguém ali pra me proteger, que vai estar comigo todo o tempo, é maravilhoso", afirma a pequena, que conquistou o Brasil com os vídeos que fazia para a internet enquanto Douglas estava confinado no reality show da TV Globo.
Na frente das câmeras
A trama criada e escrita por Gustavo Reiz traz Douglas e Maria no núcleo da família Braga e Silva, que comanda a loja de departamento que dá nome ao folhetim. Alícia (Fernanda Rodrigues) é filha do dono, Nero (Edson Celulari), e garota-propaganda da Fuzuê. Expansiva e viciada nas redes sociais, a herdeira é casada com Claudio (Douglas Silva), um desenvolvedor de jogos para celular que não tem medo de embarcar nas loucuras da mulher, ao mesmo tempo em que seu lado nerd também o conduz na própria aventura.
Os dois são pais de Valentina (Maria Flor), uma criança esperta e que mostra mais maturidade que a mãe em algumas situações, mas sem perder o amor que sente pela família. "Ela é muito observadora, está sempre prestando atenção em tudo que está acontecendo. Ela tem uma intimidade gigantesca com o tio Miguel (Nicolas Prattes). E a Valentina é uma criança muito ecológica, acha uma besteira isso de internet, rede social, que a mãe dela ama", adianta a jovem atriz sobre o papel que recebeu após realizar seu segundo teste para uma novela da Globo. Em uma outra oportunidade, Maria precisou recusar um trabalho para se dedicar aos estudos. Aluna de uma escola com turno integral, ela conta que tem reservado os fins de semana para as gravações de "Fuzuê".
Representatividade
Em comemoração dupla pelo Dia dos Pais e a estreia da novela, Douglas também é sincero ao revelar uma conversa que teve com Maria Flor sobre a vida sob os holofotes. "(Quando) saí do 'BBB', estava toda aquela euforia e Maria Flor encantou o Brasil, e não tem como não se apaixonar, porque ela é essa garota fora da curva. Mas eu estava explicando pra ela como é esse mundo. Ela é muito realista e consciente, e, quando ela passou para a novela ('Fuzuê'), eu disse: 'A escolha é sua'", conta o ator.
No entanto, Douglas explica que chamou a atenção da filha para a representatividade que ela carrega como uma menina preta na televisão. "Na minha época, eu não tinha essa referência. Eu só comecei a atuar em 2002 e eu não tinha minhas referências, não tinha atores negros da minha idade. E não me representava as coisas que que eu via na televisão, que eram sempre nos papéis marginalizados, escravo, empregado, ou algo do gênero. E eu falei pra Maria: 'se torne essa pessoa, que vai ser muito bom até pra quando sua irmã crescer'. A Morena vai ter referência dentro de casa, no pai e na irmã, uma mulher preta com quem ela se identifica", acredita.