Paulo Gustavo e Thales BretasReprodução/Instagram
Rio - Thales Bretas, de 35 anos, foi o convidado do "Conversa com Bial" desta sexta-feira, na TV Globo, e abriu o jogo sobre as conversas que tem com os filhos, de 3, sobre a morte do ator Paulo Gustavo, vítima de complicações da covid-19, em maio de 2021. Durante o programa, o dermatologista explicou que fez questão de manter a memória do marido viva dentro de casa, mas as crianças se esquivavam do assunto quando a perda ainda era recente.
“(Eles) saíam de perto, mudavam de assunto, não entendiam o porquê da ausência desse pai, se era um abandono. Eu sempre explicava o que aconteceu: que ele ficou dodói, e foi para o céu. Sempre fazia essa brincadeirinha. De vez em quando, agora com eles maiores, que a gente toca no assunto, cada vez mais eles perguntam, estão mais curiosos sobre a vida", relatou.
O médico ainda relembrou um diálogo que teve com o filho mais velho: "Um dia, ele me perguntou: ‘mas por que o papai Paulo foi para o céu?’. (Respondi:) 'porque ele ficou dodói, filho. Tem momentos que a gente fica dodói, não consegue melhorar e vai para o céu'. ‘Mas eu não queria que papai Paulo fosse para o céu'", contou.
Thales também falou abertamente sobre o processo que viveu ao lado de Paulo Gustavo para ter filhos através de barrigas de aluguel que o casal encontrou nos Estados Unidos. “Hormonalmente, a mulher fica muito mexida com uma gestação. Quando ela não tem filhos próprios, ela projeta o sonho de ter filho naquela gestação. É superdelicado. Nos Estados Unidos, onde resolvemos fazer o processo, isso é legalizado há anos. Fizemos na Califórnia. (...) A gente conheceu duas mulheres incríveis. Lá é um processo em que a mulher é muito bem compensada financeiramente", afirmou ele.
O nascimento dos dois meninos teve uma diferença de apenas dez dias, mas a chegada do primeiro filho foi marcada pelo drama da UTI neonatal após a criança vir ao mundo com 35 semanas. “É muito doloroso você ver seu filho cada vez mais invadido. Ele foi entubado, depois extubado, mas com sonda, porque não podia mamar. A alimentação era muito aos poucos, era 1ml que a gente dava por dia, foi uma loucura. Teve icterícia porque se alimentou mal. No comecinho, ficou com uma sondinha. Bota o neném na luzinha, com óculos escuros, ele virou um basculho na mão dos médicos", desabafou.
"E a gente lá, das 7h da manhã às 11 da noite no CTI, porque não podia dormir nos Estados Unidos, tentando dar leitinho porque só poderia ter alta se conseguisse mamar 30ml que era uma mamada suficiente. Graças a Deus Gael segurou, porque se ele nascesse no meio dessa confusão toda, como a gente ia se dividir? Romeu teve alta e três dias depois Gael chegou. Passamos o primeiro Dia dos Pais com Romeu nos braços e Gael quase nascendo. Gael escorregou que nem quiabo, teve um parto natural, maravilhoso, rápido”, completou o viúvo.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.