Paulo Lessa vive Jonatas em 'Terra e Paixão', em seu segundo papel de protagonista seguido na TV GloboGlobo/João Miguel Júnior

Rio - Paulo Lessa, de 41 anos, vem conquistando corações como Jonatas, um dos destaques de "Terra e Paixão", na TV Globo, depois de ganhar visibilidade nacional dando vida ao Ítalo na novela "Cara e Coragem" (2022). Se antes na trama de Walcyr Carrasco o personagem ficava apenas lamentando o amor não correspondido de Aline (Barbara Reis), ele agora ganhou bastante força diante das últimas reviravoltas.
Após crescer achando que sua mãe havia morrido, Jonatas viveu um misto de emoções ao dar de cara com Agatha (Eliane Giardini), na cena em que o peão descobre ser filho da ex-mulher de Antônio La Selva (Tony Ramos), fruto de um affair dela com Gentil (Flávio Bauraqui). Revoltado por ter sido abandonado ainda bebê, ele a expulsou de casa e, por enquanto, segue sendo praticamente o único no folhetim a desconfiar do caráter da personagem de Eliane, que reapareceu na pacata cidade de Nova Primavera, causando um verdadeiro "terremoto", após fingir a própria morte.
"(Até) o dia que eu gravei o reencontro com a minha mãe, eu nunca tinha visto a Eliane. A produção manteve esse sigilo e ninguém falava exatamente o porquê. Eles mantiveram esse segredo pra gente ganhar essa tensão dramática em cena. Isso me afetou de um jeito que eu não imaginava", revela o artista, que completa: "Nessa sequência de encontro com a mãe, eu não sei o que aconteceu, sinceramente, mexeu comigo em um lugar bem especial. A gente não tinha se encontrado nem na maquiagem. Eu já admirava a Eliane há bastante tempo e, de repente, a gente se encontra assim."
O encontro com a mãe e a descoberta de que é irmão de Caio (Cauã Reymond) abalaram Jonatas, que terá, ainda, muitos embates com a matriarca. "A Agatha chega pra mexer na novela, deu um ritmo e criou uma dinâmica que ajudou todo mundo. Eu acho que o telespectador tá super feliz com isso, porque é o retorno que eu venho tendo. Eu estava com um personagem muito importante, mas sentindo ele meio morno. E, aí, aparece a mãe e surge um irmão, que era tido como um grande rival", analisa Paulo.
Cenas quentes
O drama familiar, no entanto, não foi o único elemento que esquentou na trama do peão, que, desde o início de "Terra e Paixão", disputa o amor da protagonista Aline. Desiludido, Jonatas se envolveu em um acordo com Graça (Agatha Moreira) para separar a professora de Caio, mas o trato resultou mesmo em encontros "quentes" no provador da loja da patricinha. 
"Eu acho que o encontro com a Graça traz esse calor que o público gosta e que a novela precisa. Tudo bem que é uma novela muito longa, e é normal ter alguns momentos de altos e baixos no sentido da história. Acho que esse encontro de Jonatas e Graça é um momento mais quente, porque é quase improvável. As pessoas falam que o Jonatas é um cara tão bom, de coração tão puro. Mas é importante mostrar que as pessoas não são uma coisa só", pontua o artista.
Por outro lado, o ator afirma que ainda é cedo para apontar uma transformação de Jonatas em vilão, mas deixa o futuro do personagem nas mãos de Walcyr Carrasco. "Eu acho isso uma possibilidade maravilhosa. Eu adoro os vilões. Sempre me imaginei nessa possibilidade. E, de repente, conseguir fazer as duas coisas na mesma novela seria incrível para o meu trabalho. E para o público também, poder ver algo surpreendente, diferente", opina. "Não me batendo na rua está tudo certo", brinca o ator.
Representatividade
Pai de Jade, de 2 anos, fruto do casamento com a cirurgiã-dentista Cindy Cruz, Paulo Lessa celebra o lugar de galã que ocupa no momento de maior protagonismo preto na teledramaturgia brasileira. "Eu acho tão bonitinho ela me ver na novela. Acho maravilhoso essa questão do galã, estar sendo um cara preto a referência de beleza para um monte de jovens. Recebo muitas mensagens, até hoje, da época do Ítalo: 'Eu vou botar dread por sua causa, vou comprar roupa parecida com a do Ítalo'. Então, agora, é um momento muito importante de conscientização geral. Eu vejo que tem muita gente engajada nesse movimento, não só pretos, mas brancos também. Eu acho importante a gente se abraçar e remar contra essa maré que só complica a nossa vida."