Ignácio Luz vive Nando Paulo Belote / TV Globo
Rio - Ignácio Luz, de 28 anos, vive um momento pra lá de especial ao interpretar o personagem Nando Galego de "Terra e Paixão", na TV Globo. Estreante em novelas, o gaúcho surgiu como o cantor do bar que pertencia a Cândida (Susana Vieira), sendo responsável por embalar a trama com sete canções autorais, incluindo a romântica "Pensa Bem", que chegou às plataformas digitais em setembro. Depois de mais de cem capítulos exibidos, o ator fala sobre a emoção de se ver nas telinhas e revela que já chegou a ser reconhecido na rua pelo papel do sertanejo.
"No início, eu até não queria me assistir muito, mas, agora, depois de um tempo, eu amo me assistir. Eu senti realmente uma evolução, tanto minha, como ator, quanto do personagem. Só de pensar que 48 milhões de pessoas assistem a gente todos os dias é uma sensação incrível. A gente está gravando aqui e não se dá conta. A gente vai pra um aeroporto, um restaurante, e percebe as pessoas reconhecendo. Isso é tão louco, nunca tive a sensação de ser reconhecido na rua a nível Brasil, de chegar em qualquer lugar e as pessoas saberem quem eu sou. Estou vivendo o primeiro ano desse momento, então, pra mim, é uma coisa nova, é muito gratificante, eu sou muito feliz de ser reconhecido. Às vezes, fico até meio bobo, eu acho incrível o que está acontecendo", declara o artista.
Ignácio se mudou de Porto Alegre para o Rio de Janeiro em 2017, com o objetivo de perseguir o sonho da atuação. O cantor e compositor chegou a protagonizar o musical "Giovanna", antes de surgir a oportunidade de passar por um teste misterioso para a novela das 21h. "Me mandaram um monólogo e mandaram eu cantar uma música sertaneja de minha preferência. Eu não tinha a mínima noção se era pra um seriado, até pensei que era para o 'The Voice', não sabia mesmo o que que era", relembra.
A aprovação e o convite para interpretar Nando Galego em "Terra e Paixão" vieram de Fábio Zambroni, produtor de elenco da obra escrita por Walcyr Carrasco. O ator conta que estava no Rio Grande do Sul, onde é dono de uma criação de 150 pôneis, quando recebeu a notícia. "Foi realmente uma surpresa, acho que a lei da atração funcionou muito comigo. Porque eu sempre quis fazer uma novela, e a gente busca isso como ator, como cantor: estar na mídia, fazer um papel legal, uma música legal. E aconteceu da forma mais inesperada, foi um convite pra fazer esse teste, e tudo mudou. Em agosto de 2022, eu estava cuidando de cavalos, e, em outubro, já estava me preparando pra começar as gravações".
Animado com o projeto, Ignácio Luz acompanhou as primeiras filmagens da trama, no Mato Grosso do Sul, mesmo sem ter cenas para rodar, no início deste ano. O artista celebra a recepção que teve entre os colegas de elenco e ainda cita um momento inesquecível que viveu. "A cena que mais me marcou até hoje foi no velório da Cândida, onde eu tive um texto falando sobre ela e, depois, cantei uma música ao vivo. Não teve estúdio nem nada, foi no gogó ali. Na cena, estava o pessoal do bar, Tony Ramos e o Cauã Reymond, todos nós, muito pertinho. Aprendi muita coisa depois dessa cena", relata.
'Grande paixão'
Por outro lado, a rotina de gravações da novela também significou diminuir o ritmo de atividades como sócio da TTC, empresa de criação de animais. No entanto, o ator abre o jogo sobre a maneira como equilibra a carreira artística e o hobby pelo qual é apaixonado: "Eu tento me virar. Agora, está apertando um pouco as gravações, estou gravando de segunda a sábado, então, eu tenho um sócio, o Leonardo Cardoso, que me ajuda muito. A minha família também mora lá na fazenda, então me ajuda, claro. É uma criação grande, com muitos compromissos, mas eu acho que eu estou na idade do trabalho. Tem que baixar a cabeça e trabalhar mesmo, e eu consigo, com certeza, focar em tudo", garante o empresário.
"E é minha grande paixão, costumo dizer que os pôneis são meus patrões, eu trabalho pra eles. É meu hobby, meu momento de paz. Eu gosto de frequentar exposições agropecuárias, que tem muito a ver também com sertanejo. Eu levo os pôneis nas exposições, e já canto também. Então, consigo unir as duas coisas. O meu lado empresário e o meu lado cantor se encontram muito, porque o rural tem o sertanejo, tem o canto, tem as festas, sempre consigo intercalar as duas coisas. Claro que fazer a novela eleva o patamar, e eu preciso me dedicar muito mais à novela do que à criação. Mas eu tenho uma estrutura na fazenda que me ajuda a conseguir focar aqui, sem ter que me preocupar com problemas de dia a dia na fazenda", completa Ignácio.
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