Dante (Isacque Lopes), Mileny (Clara Moneke), Soraya (Vilma Melo), Barbatana (Paulo Tiefenthaler), Vovó Gorete (Teca Pereira) e Maikon (Guthierry Sotero) estão no elenco do filme 'Ritmo de Natal' Globo/Manoella Mello

Rio - Já pode descongelar o peru e colocar a rabanada para fritar, porque o Natal chegou com tudo em 2023. Para marcar a temporada, o filme "Ritmo de Natal", primeiro longa do novo Núcleo de Filmes dos Estúdios Globo, estreia nesta segunda-feira (18) na TV aberta. A comédia romântica é protagonizada por Clara Moneke e Isacque Lopes, destaques da novela "Vai na Fé", ao lado de Taís Araújo e Vilma Melo. Disponível também no Globoplay, a obra segue a história do casal Mileny e Dante, a cantora de funk mais estourada do momento e um violinista clássico, que enfrentam dramas e confusões no primeiro Natal juntos, reunindo suas famílias de universos diferentes.
A principal causadora dos conflitos é Inês, pianista consagrada e mãe de Dante, que não encara de forma amigável o contato com a família conhecida como a elite do funk, apadrinhada por MC Marcinho, que é homenageado no filme. "Quando vem a pessoa da formação erudita, ela quer sobrepor a cultura. Dizer 'a minha cultura é melhor que a sua'. E a galera do funk carioca não arreda o pé, e fala: 'Amor, não tem nada de melhor, a gente só é diferente de você'. Esse é o grande conflito", explica Taís, que assumiu o papel da mãe superprotetora. "Depois, como é um filme de Natal, uma comédia romântica, as famílias vão se entendendo, e o afeto é o grande vencedor da luta", promete.
Enquanto isso, Isacque reforça a importância de celebrar o fim de ano com uma história que foi definida pelo autor Juan Jullian como "uma releitura pop-funk de Romeu e Julieta, no Rio de Janeiro". "Eu sempre amei Natal e eu acho que está chegando muito forte essa parada do audiovisual natalino. Pra mim, é muito gratificante", comenta o ator e cantor, que interpretou a versão jovem do advogado Ben na obra de Rosane Svartman, sucesso de audiência na faixa das sete. 
"O filme está muito divertido, mas a gente não perde a nossa essência. É um filme de Natal, mas não tem essa coisa 'americanizada', do gringo", adianta ele. "As pessoas vão se conectar porque elas não vão ver um filme de Natal com trenó e rena. Elas vão ver um filme de Natal com funk, macarronese, rabanada, com a galera preta", completa Isacque. Além de Juan, o longa também tem o texto e criação assinados por Leonardo Lanna, com direção artística de Allan Fiterman.
Para Clara, que viveu a divertida Kate nas telinhas recentemente, "Ritmo de Natal" surfa na onda de produções nacionais que apresentam tramas inovadoras ao público e atendem com mais precisão o interesse dos espectadores. "De uns tempos pra cá, apesar de todos os retrocessos, é muito legal ver como o entretenimento brasileiro está conseguindo trazer histórias novas no geral. Estamos produzindo séries de vampiros, de zumbis, realidades utópicas... São temas que, normalmente, não têm muita visibilidade porque a gente está muito acostumado a contar as mesmas histórias, pelas mesmas perspectivas", opina.
"É muito bom ver como a gente está conseguindo evoluir, nesse sentido, e 'Ritmo de Natal', assim como outros sucessos que aconteceram neste ano — 'Vai na Fé', por exemplo —, mostra que o mercado carece de novidades. Vai muito além de 'vamos contar histórias pretas'. As pessoas querem ouvir, querem comprar. É sobre dinheiro, então, é muito bom saber o que está acontecendo", acrescenta ela, que deu vida à funkeira dona do hit "Sentada Mortal", parceria fictícia com Pocah que foi disponibilizada nas plataformas digitais, estendendo o alcance do novo filme. A cantora é filha de Soraya (Vilma Melo), mais conhecida como a 'Mulher Damasco', e MC Barbatana (Paulo Tiefenthaler).
E Taís ainda chama a atenção para o encontro de gerações que acontece nas telas, depois de uma carreira marcada pelo pioneirismo como uma artista negra. "Quando o Allan me chamou, o que eu fiquei mais emocionada foi que ele falou: 'são duas famílias, e a protagonista é a Clara Moneke'", relembra ela, que explica a boa surpresa que teve com a informação:
"É de eu estar fazendo um filme em que a protagonista não sou eu, é uma menina preta retinta de outra geração. Esse filme, claramente, é um passo. Isso tem muito valor! Foi daí que eu falei: 'eu tenho que estar nesse filme'. Acho muito simbólico, porque, durante muito tempo, eu era a protagonista de tudo. É muito lindo eu estar no filme e a protagonista ser uma outra menina negra", declara.
O elenco ainda conta com nomes como Teca Pereira no papel da avó de Mileny, a Vovó Gorete, Guthierry Sotero vive Maikon, o irmão mais novo da funkeira, e Nina Tomsic como Patrícia, a assistente pessoal de Inês. Valentina Bandeira, Dig Verardi, Carol Marra e Pocah fazem participações especiais.