Angélica participa do ’Roda Viva’Reprodução

Rio - A apresentadora Angélica, de 50 anos, participou do "Roda Viva" nesta segunda-feira (11) e se posicionou a favor da legalização do abordo. A artista acredita que a mulher tem que decidir o que fazer com o próprio corpo e que o assunto não deve ter nada a ver com religião. 
"Eu sou a favor que a mulher tenha escolha sobre o corpo. É ela quem tem que decidir. É uma decisão que as mulheres têm que tomar", disse a apresentadora. "A gente vê a quantidade de menina que para de estudar por situações extremas, incluindo o estupro. A gente não tem que misturar assuntos. A gente tem que ser prático sobre o assunto". 
Abuso
A apresentadora também falou sobre o abuso que sofreu aos 12 anos. "Foi bem nessa época que o homem pedia para eu sentar no colo dele nos bastidores da TV. Ele era um adulto, e eu, uma criança. E eu fazia tudo sem entender. Hoje eu entendo", disse a artista em sua série "Angélica 50 e Tantos". 
No "Roda Viva", ela voltou a falar sobre o assunto. "Não é fácil falar sobre o abuso, não é fácil lembrar de determinadas coisas. Durante muito tempo, eu não sabia que isso era um abuso, depois que eu fui aprendendo. Nós estamos aprendendo muita coisa, e eu aprendi que era. Os meus pais também não sabiam e eles me acompanham super de perto, mas eles não viram ou não perceberam. Antes era tudo mais velado, as nossas crianças de hoje estão mais protegidas", disse. 
"Quando você fala (sobre abuso), é bem melhor, porque você ilumina situações e assuntos importantes. Ainda é um tabu, as pessoas não falam e quando isso acontece, você não tem abertura", completou. 
Menopausa
Durante o programa, a apresentadora também falou sobre como foi passar pela menopausa. "Eu acredito que dos 40 aos 50 foi um período de muita reflexão e angústia para mim. Eu fiquei muito vulnerável ali. Querendo entender o que estava acontecendo comigo, o medo, a síndrome de pânico, o trabalho, tudo. Na vida profissional, familiar, tudo meio bagunçado", iniciou. 
"Eu acho que a maioria de nós vive isso e quando você vive todo esse fundo do poço, quando você chega aos 50 é só para cima. As dúvidas todas, tudo o que eu sofri, tudo o que eu chorei, todos os momentos angustiantes que a menopausa ajudou muito nisso pelos hormônios à flor da pele, isso tudo me impulsionou a chegar nos 50 com certezas, com vontade de falar, de vibrar a vida de novo", completou. 
Ela também relatou a dificuldade de passar por essa fase e as cobranças externas para que voltasse para a televisão. "Existe esse momento obscuro em que você não vibra nada, você fica meio para baixo. Eu vivo isso, sim, e vivi isso com as pessoas me cobrando estar na televisão, me cobrando fazer coisas, porque eu estive na TV, então, eu tive que viver minhas angústias ouvindo cobranças das outras pessoas. Eu tinha a minha cobrança interna e a cobrança das outras pessoas. Não foi um processo fácil como não é para ninguém. Eu estou muito mais tranquila do que eu estava há três anos atrás".