Juliana Paes interpreta Jacutinga em RenascerFábio Rocha / TV Globo

Rio - Após arrasar como Maria Marruá em "Pantanal", Juliana Paes retorna às novelas como Jacutinga no remake de "Renascer", da TV Globo, que estreia nesta segunda-feira. A personagem, vivida por Fernanda Montenegro na versão original do folhetim, exibida em 1993, é uma mulher forte e sábia. Dona da casa das damas, ela protege 'suas meninas' e não abaixa a cabeça para homem nenhum. 
A atriz de 44 anos celebra o novo desafio na carreira e adianta que a cafetina ganha uma versão mais atual na adaptação de Bruno Luperi para a trama de Benedito Ruy Barbosa, seu avô. "A Jacutinga, que foi vivida por Fernanda, é um acontecimento. O que já foi feito com perfeição, não pode ser copiado, não pode ser refeito, acho que precisa ser reinventado. Acho que isso que o Bruno (Luperi) pensou também quando me entregou essa Jacutinga. Acho que o público pode esperar por uma outra mulher, de um outro tempo, uma outra história, com outro olhar pra vida", comenta Juliana, que dá mais detalhes sobre as vivências e personalidade de Jacutinga. 
"Ela defende lutas de mulheres dos nossos tempos também. A mulher saber e ter consciência sobre o seu corpo, sobre seus direitos... Isso também é um sinal dos novos tempos. A Jacutinga é uma mulher que tem um pacto com a vida. Aquele tipo de pessoa que já viveu tanta coisa desde tão jovem, que já passou por tanta coisa, que ela já deu a volta completa na dor. Já passou por tanto que não se permite ser pra baixo. Ela quer ensinar outras pessoas com aquilo. Ela quer que as pessoas sejam felizes apesar do que viveram. Porque ela viveu muitas coisas desde muito jovem. É uma mulher que sabe como andar na corda bamba na vida, como lidar com os homens daquele local, como lidar com os problemas, como fazer a sua voz ser ouvida. Ela acolhe, está ali entendendo e acolhendo as meninas que passaram por algo parecido", pontua. 
Juliana não esconde a felicidade com a personagem e diz que as falas da dona do bordel lhe chamaram atenção desde quando leu os capítulos da novela. "Quando eu li os capítulos, o que me deu vontade, além da paixão pela história de 'Renascer', foram as falas de Jacutinga. As falas têm muito poder sobre aquelas meninas, vão selar o destino de Maria Santa (Duda Santos) e das outras meninas também. Então algumas falas que eu li, eu falei: 'Meu Deus, é um desafio muito grande, mas eu quero ter a oportunidade de dizer essas falas'. Foi por causa de uma linha, falei: 'eu quero ter a chance de falar isso'. Acho que o público vai ficar muito feliz, principalmente as mulheres, com tudo o que Jacutinga tem a dizer", revela. 
Novela marcante 
Exibida há três décadas, a primeira versão de 'Renascer' marcou uma fase especial da vida de Juliana Paes, que era adolescente na época. "Foi um caso de amor. Não deixava de assistir nada. Era uma emoção pra mim acompanhar aquela história. Acho que essa novela me fez naquele tempo, me propôs reflexões muito especiais para uma menina de 13, 14 anos. Eu acho que Renascer era uma saga de redenção. O amor, quando é vivido a plenos pulmões, tem uma capacidade de bomba atômica, mas quando existe o avesso do amor também, como ele pode machucar, como ele pode ferir, como as relações entre pais e filhos podem se perpetuar e trazer tantas emoções e tantas experiências na vida da pessoas", conta a atriz. 
"Além desse papel do amor, (falamos também sobre) o papel do tempo. Como o tempo pode ser cruel, às vezes, mas também ter essa força curativa, essa força de selar sentimentos. Renascer tem muito esse símbolo pra mim, de sensações, de amores redimidos, e mexeu muito comigo na época, a coisa do cramulhão, a coisa do Inocêncio com os filhos. Isso tudo tinha um paralelo com a minha família, que é forte pra mim", conclui.