Josué (Thomás Aquino) e Rosa ( Isadora Cruz) são os protagonistas de Guerreiros do Sol Globo/ Estevam Avellar

Rio - Tem novidade na telinha! "Guerreiros do Sol" estreia nesta quarta-feira (11) no Globoplay Novelas, novo nome do canal Viva, e também no próprio Globoplay - plataforma de streaming da Globo - com uma trama de 45 capítulos, inspirada livremente na vida de Lampião e Maria Bonita, e de muitos outros casais de cangaceiros que cruzaram o nordeste brasileiro nas décadas de 1920 e 1930.  
Josué, interpretado por Thomás Aquino, é o segundo filho mais velho da família Alencar e será o líder de um bando de cangaceiros que se apaixona por Rosa (Isadora Cruz) - casada com coronel Elói (José de Abreu), um homem bem mais velho que ela não sente amor, na obra criada e escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, com direção artística de Rogério Gomes.
"Estou muito feliz, sou muito abençoado em poder representar uma figura histórica, que é Virgulino, vulgo Lampião. E, como nordestino pernambucano, é uma história que eu escutava muito quando criança, a maioria dos nordestinos aqui já sabe, já escutou bastante sobre, e eu acho que é uma história representativa", comemora Thomás.
O protagonismo feminino também será valorizado na história. Protagonista e narradora da novela, Isadora Cruz celebra essa oportunidade. "Colocar uma narradora para contar a história de um universo tão masculino e sangrento é buscar um lugar mais sensível para uma história tão brutal e animalesca. É sinal de que a indústria e o consumidor estão mudando. Uma história tão autêntica sendo contada por uma mulher, porque só no Brasil que teve o cangaço", diz.
"Em 1920, não havia sororidade entre as mulheres. Elas eram competitivas e rivais. A Maria Bonita não fazia certas atividades no bando porque se sentia superior. Na nossa história, isso é reescrito de uma forma que passa a mensagem de sororidade para quem assistir", vibra a atriz paraibana.
Outra conquista para o folhetim é que mais de 50% do elenco é formado por atores nordestinos. 
"Ter muitos atores nordestinos no elenco foi uma prioridade para a gente. Eles trazem a atmosfera do Nordeste para dentro do set", avalia o diretor artístico Rogério Gomes.
O autor George Moura concorda: "A presença de atores nordestinos no elenco dá uma verdade às cenas. A prosódia não precisa ser inventada, ela simplesmente é vivenciada, porque eles já trazem, à sua maneira, esses acentos. Ela existe, e isso dá muita veracidade às cenas". 
Novela de época vai ter sexo e casal lésbico
Um casal lésbico também promete dar o que falar na novela. Otília (Alice Carvalho) vai morar com sua irmã Rosa e logo se aproxima de Jânia (Alinne Moraes), mulher de Idálio (Daniel de Oliveira), com quem vive um casamento infeliz e arranjado. Ela vai ensinar Otília a ler e escrever e, em pouco tempo, a amizade entre as duas vai virar romance.
"E se a gente falasse de um casal sáfico, um romance entre duas mulheres, uma querência entre duas mulheres, em uma época que as pessoas acham que não existia, mas existia. Desde que o mundo é mundo, existe mulher querendo mulher, existe homem querendo homem. Acho que esse é um dos projetos mais corajosos e ousados. Se tem uma coisa que aconteceu para mim e para a Alinne foi a liberdade absoluta de pegar o texto e adaptar nas dinâmicas de intimidade delas duas, na delicadeza, o toque, a sutileza;. E se a gente falasse disso em uma obra de época? A gente teve uma liberdade absoluta para contar essa história", destaca Alice.
A atriz comenta que a novela se passa em 1920, onde a repressão era muito maior do que existe hoje em dia. "E ainda existe, né, quantas mulheres morrem hoje em dia por causa da orientação sexual? Então, naquele tempo, como era aquilo? E a gente teve um cuidado, uma liberdade absoluta de contar uma história e de reforçar esse público que vai existir uma obra de época, e elas existem desde sempre, vamos falar sobre essas mulheres", reforça.
Segundo Alice, antes mesmo da produção estrear, o próprio elenco já torcia pelo casal durante as gravações, que aconteceram em 2023. "Fui imensamente feliz sendo dirigida por Papinha (Rogério Gomes). A gente foi muito cuidada, muito abraçada pela equipe toda, que torcia, shipavam (torciam por) Jânia e Otíia, já tem nome de 'shipp' delas duas, que a equipe mesmo criou. Acho que o acompanhamento já começou desde a primeira palavra. Fui muito feliz, do primeiro dia até o último dia de gravação", comemora.
Por ser uma novela do streaming, as cenas prometem ter sexo, vingança e violência. "Por ela não ter a classificação indicativa, você pode ir um pouco mais fundo em duas coisas, como sexo e na violência. E até o próprio streaming pede um pouco isso e a gente contou essa história um pouco, a vida como ela é. Se existia sexo na realidade, por que não existia sexo também na dramaturgia? E esse sexo, um sexo entre homem e mulher e afeto entre homem e mulher, e também outros afetos, para além de Otília e de Jânia, também homoafetivos. E vocês verão, não vou dar spoiler, mas que existem também na série, de uma maneira geral".
O elenco do folhetim ainda com mais nomes de sucesso, entre eles, Irandhir Santos interpretando o vilão Arduíno, que vira inimigo do seu irmão Josué, e Alexandre Nero, que vive o líder do cangaço, Miguel Inácio e enxerga Josué como um homem capacitado para ser seu sucessor.