Felipe Andreoli e Rafa BritesDivulgação / Record

Rio - Juntos há 15 anos e agora parceiros de palco, Rafa Brites, 38, e Felipe Andreoli, 45, transbordam para a TV a sintonia que cultivam na vida pessoal. Depois de comandarem o "Power Couple", da Record, o casal está à frente do "Game dos 100" e "Love & Dance"na emissora. Entre agenda intensa e rotina familiar, os dois - que são papais de Rocco, de 8 anos, e Leon, de 3 -, falam sobre desafios, celebram a boa recepção do público, planejam novos projetos, mas prometem reservar tempo para desacelerar.
- Três programas em menos de quatro meses. O público mal respira e vocês já estão de volta! Vocês esperavam esse ritmo tão intenso logo de cara?
Felipe: A gente esperava porque foi planejado antes da estreia, mas só depois percebemos o tamanho do que fizemos. Foram três programas com propostas e riscos diferentes, e todos funcionaram, foram elogiados e bem recebidos. Não é fácil entregar isso.
Rafa: Foi um presente. Conseguimos entregar três projetos bonitos, de bom gosto, cada um com seu ponto forte. Foi um ritmo que nunca tínhamos experimentado, mas os resultados fizeram valer a pena.
- Felipe, sua saída da Globo pegou muita gente de surpresa. O que te seduziu nesses novos formatos? Foi uma virada planejada ou as oportunidades apareceram rápido demais para dizer não?
Minha saída foi planejada ao longo de 2024, porque eu estava perdendo oportunidades no mercado publicitário. Era uma decisão difícil, já que eu era feliz na Globo, mas quis esse movimento. A ideia era parar por seis meses, mas os convites vieram muito rápido. O da Record foi o último, e trabalhar com a Rafa fez toda a diferença. Acreditávamos que tínhamos essa sintonia. Sinceramente, a gente foi até melhor do que imaginávamos como parceiros de trabalho. Isso deixou a gente muito feliz e satisfeito.
- Essa é a primeira vez que vocês dividem o palco como apresentadores. Como foi tomar essa decisão de trabalharem juntos na TV e o que mudou na relação desde então?
Felipe: Foi surpresa. A Record queria a gente como casal apresentando, mas sem um formato definido. O "Power" surgiu numa conversa, foi até uma coisa que eu falei — que eu adorava o reality — e os caras: "Nossa, seria legal!". Sobre nossa relação, a gente sempre protegeu a vida pessoal, e isso continua sendo a prioridade.
Rafa: E os outros formatos foram acontecendo na sequência. Eles viram o que combinava com a gente para fazer. Tivemos receio no início (de trabalhar juntos), mas nos demos muito bem. Levamos tudo com leveza e foram pouquíssimos estresses.
- A convivência no trabalho exige outro tipo de parceria. Como vocês se organizam para manter a leveza e a escuta, mesmo diante de roteiros apertados e câmeras ligadas o tempo todo?
Felipe: A gente não sabia como seria trabalhar junto, mas funcionou super bem. As equipes mudaram entre os programas, e conseguimos mostrar quem somos como dupla. Eu e a Rafa somos muito de grupo, zero estrelismo. Claro que tem um ou outro pedido, tipo a cama que a Rafa colocou no camarim do "Power Couple", sabíamos que passaríamos muitas horas lá, então ela quis deixar o espaço com cara de casa. No fim, quase não usamos, mas estava ali. A dinâmica entre nós foi surgindo naturalmente. No início, a Rafa falava: "Amor, você tá me atropelando", porque eu acabava falando demais, por estar mais tempo no ar. Mas ela sempre falou com jeito, e nunca houve nenhum atrito. No fim, o que mostramos no estúdio reflete o que somos fora dele também: parceiros, positivos, leves — mesmo nos dias mais puxados.
- Apesar de ter ido ao ar antes, "Power Couple" foi gravado depois do "Game dos 100". Como essa ordem influenciou a construção da parceria de vocês em cena e que aprendizados levaram de um projeto para o outro?
Felipe: Gravamos o "Game" antes, num ritmo muito intenso, e foi ali que eu e a Rafa forjamos a dupla na raça, e isso ajudou muito nosso entrosamento. Aprendemos no esforço a nos ajustar, entender a hora de um falar, o outro ouvir. Isso nos preparou para o "Power", que lida com sentimentos e as relações de 28 pessoas. Já chegamos aquecidos, colocamos nossa marca, participamos das provas e equilibramos razão e emoção. É um reality longo e intenso, de três meses — brinco que até sonhava com os participantes. Mas o resultado final deixou a gente muito feliz.
- "Power Couple" chegou ao fim. Gostaram do resultado do programa?
Rafa: Com o tempo, a gente vai se afeiçoando aos casais, as qualidades, histórias, e a dinâmica da casa. E o mais legal do resultado foi justamente a indefinição do campeão. Ninguém sabia quem ia ganhar, nem a equipe, o que deixou tudo mais emocionante. Me disseram que foi uma das temporadas mais disputadas dos últimos tempos. Tivemos dois casais rivais — Dhomini e Adriana, Carol e Radamés — mas, até o fim, estava tudo em aberto. Essa imprevisibilidade foi a grande atração do programa.
- "Game dos 100" acabou de estrear e trouxe uma estrutura grandiosa, com 100 participantes. Qual foi o maior desafio de apresentar um reality tão massivo, manter a ordem ou manter a energia?
Rafa: Os dois foram essenciais. A energia veio fácil porque era tudo muito emocionante, mesmo com diárias longas e até de madrugada. Já a ordem foi uma loucura: com 100 pessoas, a estrutura tinha que ser muito bem coordenada. Teve prova refeita por justiça e muita fiscalização. Foi cansativo, mas visualmente impactante e com adrenalina o tempo todo.
- "Love & Dance" já chegou com uma proposta diferente: formar casais que se conectam primeiro pela dança, sem sequer trocarem uma palavra. Com os novos episódios chegando, o que o público pode esperar dessa próxima fase? Veremos mais química, mais encontros fora da pista ou até corações partidos no processo?
Rafa: O "Love" é real, verdadeiro. Dá para sentir isso assistindo. A gente teve casais que pareciam promissores e não foram, e outros que surpreenderam. Teve de tudo: pessoa dando fora em dois, conexão que emocionou, gente frustrada porque a dança não rolou. Tudo natural. Os participantes são as estrelas, e tivemos muita sorte com eles nos três programas. Ver casais mais maduros se conhecendo, histórias sinceras acontecendo ali na pista, é emocionante. Tem romance, tem pureza, tem humor. É aquele programa de domingo para assistir sorrindo. Os convidados estão ótimos e ainda temos bastante episódio pela frente até o fim do ano.
Felipe: E para completar, o Marco Luque entrou nessa nova fase, junto com a Marisa Orth. Os dois estão incríveis, parece que já trabalham juntos há anos. Os comentários deles estão engraçadíssimos e deram ainda mais leveza ao programa. As pessoas já se conectaram com o programa. Como ele entra só nos domingos sem futebol, tem muita gente me perguntando nas redes: "Acabou? Que dia volta?". Então reforçando: todo domingo que não tiver futebol na Record, tem 'Love Dance', por volta das 18h.
- Vocês postaram um vídeo contando que estão ensaiando para dançar no programa. Como está sendo a preparação?
Felipe: De tudo que já fiz, dançar foi o que mais me deixou nervoso. Já pulei de bungee jump, saltei de paraquedas… mas dançar me tirou totalmente da zona de conforto. Sempre fui o cara que balança o ombro no canto da festa, nem no nosso casamento eu dancei! Sou desajeitado, dois pés esquerdos, sou do rock and roll, que não exige muita coreografia. A Rafa tem uma leveza natural, uma mobilidade de bailarina e está linda dançando. Eu sigo me esforçando, e já vejo progresso. Agora é torcer. Como já me disse um jogador: "Bater um pênalti é fácil, difícil é bater com o estádio lotado." Ensaiar é uma coisa, dançar diante da família e dos amigos é outra. Ninguém da minha família jamais me viu dançando, então a expectativa está alta.
- Com filhos pequenos em casa e uma maratona de estreias no trabalho, como vocês equilibram essa rotina sem transformar a vida familiar em mais um reality? Quais foram os maiores ajustes nessa dinâmica com Rocco, de 8 anos, e Leon, de 3?
Rafa: Após a primeira semana de agosto, teremos meses mais tranquilos. Isso vai permitir que a gente fique mais perto das crianças: ajudar na lição de casa, ir ao clube, jogar bola, andar de bicicleta... Coisas normais do dia a dia de qualquer família. Durante o "Power", essa distância preocupava bastante, no fim, tivemos até mais tempo com eles do que imaginávamos. Estávamos sempre em contato com os meninos, e o apoio da família foi essencial. Acho que nosso desempenho no trabalho está diretamente ligado a isso. Quando está tudo bem em casa, a gente consegue estar inteiro no estúdio. Por mais profissionais que sejamos, somos o espelho do que vivemos.
- Os meninos acompanham o trabalho de vocês? Já dá para ver uma veia artística ali?
Felipe: Eles foram ao estúdio do "Game dos 100" e adoraram. Também passaram um dia com a gente no "Power". É importante que entendam o que fazemos. O Rocco assistiu às provas com os amigos e curtiu muito. O Leon já canta "Love Dance" como se fosse "Jingle Bells". Se vai virar algo artístico? Pode ser, tem chance. O Rocco é super teatral, artístico, ele é um cara bem diferente e excêntrico. Mas o importante é que sejam felizes.
- Se pudessem escolher um quarto projeto juntos, o que seria?
Rafa: Caraca, mais um? Pelo amor de Deus... Não, três já é muito, né? (risos) Mas estamos muito felizes com a repercussão. Sabíamos que teria gente pensando "de novo eles?", mas foi um jeito de marcar nossa chegada. A gente focou mais na qualidade do que em audiência, e estamos muito orgulhosos do que entregamos.
Felipe: Um quarto projeto? Acho que entrevistar pessoas seria incrível. A gente gosta de ouvir, de trocar. Talvez um talk show de casal, um formato que ainda não existe. Imagina um casal fazendo um programa de entrevista? Acho que seria legal. Não um podcast tradicional, mas algo com linguagem mais própria. Estou jogando para o universo, de repente eles abraçam.
- Quando as luzes se apagam, como vocês recarregam? Tem férias à vista?
Felipe: Precisa ter! Foram cinco meses muito intensos, diferentes até da rotina que eu tinha no Globo Esporte. Agora, em agosto, vamos ter uma pausa rápida para celebrar o casamento do Marco Luque — vamos passar cinco dias com ele. E em novembro, eu e a Rafa vamos viajar só nós dois para comemorar 15 anos juntos. A gente considera desde o dia em que se conheceu, porque nunca mais desgrudou. Vamos deixar os meninos com a família, mas já sabemos que depois de dez dias a saudade aperta.